A rede do tempo de Henrietta Leavitt e a relação período-luminosidade: sequência didática sobre construção da Ciência
DOI:
https://doi.org/10.4025/rvc.v3i2.66201Palavras-chave:
Ensino de Ciências, Mulheres na Astronomia, História da Astronomia, Epistemologia feminista, Teoria Ator-RedeResumo
A utilização da História e Filosofia da Ciência no Ensino de Ciências e, principalmente, na formação de licenciandos que ensinarão Ciências permite o desenvolvimento crítico acerca da construção e da Natureza da Ciência, reduzindo a possibilidade de visões deformadas do fazer científico. Tendo isso em vista, este trabalho tem como objetivo propor uma sequência didática em que se discute o estabelecimento da Relação Período-Luminosidade (RPL) e como sua idealizadora, Henrietta Leavitt, aparece ao longo da história da Astronomia. Henrietta Leavitt foi uma mulher que trabalhou como calculadora no Observatório Astronômico da Universidade de Harvard entre o final de 1800 e o início do século XX. Nesta função, ela chegou í RPL, em 1912. Vários astrônomos utilizaram-se desse conceito em diversos estudos em Astronomia. O aprimoramento da RPL permitiu que fosse estimado o tamanho do Universo e que este está em expansão. Considerando as relações sociais existentes nesse episódio histórico, a sequência didática teve como base a teoria epistemológica feminista de Londa Schienbinger e a Teoria Ator-Rede de Bruno Latour.
Downloads
Referências
BAGDONAS, A.; ZANETIC, J.; GURGEL, I. Controvérsias sobre a natureza da ciência como enfoque curricular para o ensino da física: o ensino de história da cosmologia por meio de um jogo didático. Revista Brasileira de História da Ciência, Rio de Janeiro, v. 7, n. 2, p. 242-260, jul-dez. 2014.
BEJARANO, Nelson Rui Ribas; ADURIZ-BRAVO, Agustín; BONFIM, Carolina Santos. Natureza da Ciência (NOS): para além do consenso. Ciência & Educação, Bauru, v. 25, n. 4, p. 967-982, out. 2019.
CALLON, Michel; LATOUR, Bruno. La science telle qu´elle se fait. Paris: Editions La D´ecouverte, 1991.
GIL-PÉREZ, Daniel; MONTORO, Isabel Fernández; ALíS, Jaime Carrascosa; CACHAPUZ, António; PRAIA, João. Para uma imagem não deformada do trabalho científico. Revista Ciência e Educação, Bauru, v. 7, n. 2, p. 125-153, 2001.
GOODAY, Graeme; LYNCH, John M.; WILSON, Kenneth G.; BARSKY, Constance K. Does Science Education Need the History of Science? Isis, Starkville, v. 99, n. 2, p. 322-330, jun. 2008.
JOHNSON, George. Miss Leavitt´s Stars. 1 ed. Nova York: Atlas Books, 2005.
LATOUR, Bruno. A Esperança de Pandora: ensaios sobre a realidade dos estudos científicos. Tradução de Gilson Cesar Cardoso de Sousa. São Paulo: Editora Unesp, 2017.
LATOUR, Bruno. Reagregando o social: Uma introdução í Teoria Ator-Rede. Tradução de Gilson Cesar Cardoso de Sousa. São Paulo: Edusc, 2012.
LEAVITT, Henrietta Swan, PICKERING, Edward. Circular 173: Periods of 25 Variable Stars in the Small Magellanic Cloud. Harvard Observatory - Cambridge: 1912.
LEAVITT, Henrietta Swan. 1777 variables in the Magallanic Clouds. Cambridge: 1908.
MATTHEWS, Michael R. História, filosofia e ensino de ciências: a tendência atual de reaproximação. Caderno Catarinense de Ensino de Física, Florianópolis, v. 12, n. 3, p. 164- 214, dez. 1995.
SCHIEBINGER, Londa. O feminismo mudou a ciência? Bauru: EDUSC, 2001. 384 p. SHAPLEY, Harlow. Sixth paper: on the determination of distances of globular clusters. Astronomical Society of the Pacific, Mount Wilson Solar Observatory, p. 89-124, 1917.
SOBEL, Dava. The Glass Universe: How the ladies of the Harvard Observatory took the measure of the stars. Nova York: Penguin Random House LLC, 2016.