Que tipo de professor você quer ser? Um olhar crí­tico da Fí­sica na escola e considerações epistemológicas para melhor pensar metodologias

Autores

DOI:

https://doi.org/10.4025/rvc.v5i1.71027

Palavras-chave:

ensino de fí­sica, metodologias de ensino, predisposição para a aprendizagem

Resumo

Buscando melhorar a ensinagem de fí­sica, diversas propostas metodológicas têm sido apresentadas na literatura. Contudo, alguns elementos epistemológicos subjacentes a essas propostas são pouco discutidos, ao mesmo tempo em que pouca atenção é dada para elementos de incentivo í  aprendizagem. O foco costuma ser nas práticas propostas e nos conteúdos avaliados, não se atentando que o ensino de fí­sica, e ciências em geral, possui também outras finalidades. Entre essas, defendemos que promover a atenção sincera do aluno é um fator que deve acompanhar uma aula mais significativa, problematizando o ensino para a testagem que, não apenas resume os conhecimentos trabalhados a ferramentas para se fazer provas, como também não permite uma aproximação do pensamento cientí­fico para além de arremedos desconexos de pouco ou nenhum significado ao estudante. Visando otimizar a predisposição para o aprendizado, trazemos algumas proposições que podem ajudar o professor a pensar em práticas mais relevantes ao aluno.

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Biografia do Autor

Luiz Arthury, Instituto Federal de Santa Catarina - IFSC

Licenciado em Fí­sica pela Universidade Federal de Santa Catarina. Possui mestrado e doutorado em Educação Cientí­fica e Tecnológica pela mesma instituição. Professor do Instituto Federal de Santa Catarina - Campus Jaraguá do Sul.

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Publicado

2024-03-07

Como Citar

Arthury, L. (2024). Que tipo de professor você quer ser? Um olhar crí­tico da Fí­sica na escola e considerações epistemológicas para melhor pensar metodologias. Vitruvian Cogitationes, 5(1), 84–108. https://doi.org/10.4025/rvc.v5i1.71027

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Artigos