O que se pode entender por instabilidades da linguagem: Uma visão linguístico-discursiva
Résumé
Apresento características do que conceito como instabilidades da linguagem. Para tanto, analiso 30 anos de minha trajetória acadêmica, destacando três momentos fundamentais dela para a construção desse conceito. Ele recobre fenômenos observados na fala, na escrita e em suas relações. No primeiro momento, as instabilidades remetiam à duração de pausas na fala de sujeitos parkinsonianos, momento em que as instabilidades tiveram como locus de investigação a perspectiva textual-interativa. No segundo momento, as instabilidades passaram a remeter ao funcionamento de outras marcas hesitativas, ainda em sujeitos parkinsonianos – mas com deslocamento do locus da investigação: da perspectiva textual-interativa para a perspectiva discursiva de orientação francesa. Por fim, no terceiro momento, as instabilidades remeteram, essencialmente, a não coincidências da língua consigo mesma, na fala e na escrita de crianças. O locus de investigação, mais uma vez, foi a perspectiva discursiva de orientação francesa. Explico o funcionamento desse conjunto de dados, recobertos pelo conceito de instabilidades da linguagem, como decorrente de tensões, na linguagem, entre tentativas de ordenar o fluxo discursivo (ou seja, de estruturá-lo) e o acaso que lhe é constitutivo.
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