<b>O lutador – a vida sem álibi

  • Sandra Mara Moraes Lima Universidade Estadual do Espírito Santo
Palavras-chave: linguagem, ato discursivo, luta

Resumo

O trabalho apresenta uma leitura do poema O lutador, de Carlos Drummond de Andrade, tendo como fundamento teórico a filosofia bakhtiniana, mais especificamente a obra Para uma filosofia do ato em que Bakhtin faz uma abordagem acerca da linguagem numa perspectiva fenomenológica. Nessa concepção, também abordamos ainda algumas considerações de Heidegger no que diz respeito à essência da linguagem. Procuramos demonstrar que a luta de que fala o poeta trata-se de uma luta ontológica travada pelo ser que se constituiem linguagem. Para Bakhtin, é no momento do ato discursivo que se organiza a realidade, que se dá a experiência do sujeito de se realizar no mundo. É a capacidade inexorável, sem álibi, de dar contornos, fronteiras, ao real, numa tentativa infinda, uma vez que a organização total jamais se concretiza. É nessa empreitada de organização que o ser atravessa o mundo e, ao mesmo tempo, é por ele atravessado, facultando a existência do ser. Essa luta incessante, quase sempre fracassada, é imperiosa, uma vez que nos dá existência. Por isso, não temos álibi e, ainda que seja em vão lutar, mesmo que o fim da batalha nunca se faça, lutamos, mal rompe a manhã.

 

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Biografia do Autor

Sandra Mara Moraes Lima, Universidade Estadual do Espírito Santo

Mestre em Estudos Literários (UFES)

Doutora em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem - PUC/SP

Publicado
2014-08-25
Como Citar
Lima, S. M. M. (2014). <b&gt;O lutador – a vida sem álibi. Acta Scientiarum. Language and Culture, 36(3), 295-300. https://doi.org/10.4025/actascilangcult.v36i3.21141
Seção
Literatura

 

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