“Fala, professor":
análises das ações de formação de professores para a Educação das Relações Étnico-raciais
Resumo
Este artigo discute as análises dos professores sobre as ações de formação para a Educação das Relações Étnico-raciais ofertadas pela Secretaria Municipal de Educação de Feira de Santana-Bahia. Fundamentada na teoria crítica associada às discussões dos campos das relações étnico-raciais e das políticas públicas, esta pesquisa qualitativa triangulou, através da análise de conteúdo, as respostas do questionário de 91 professores de 36 escolas públicas, selecionadas por uma amostra não probabilística e por conveniência. Nas análises o racismo institucional e o racismo estrutural constituíram-se como dimensões centrais a partir de dois eixos: hegemonia curricular em disputa e ausência de vontade política. Tomando esses eixos como bases interpretativas foram evidenciadas a não priorização da questão étnico-racial, insuficiência na oferta e as avaliações críticas sobre a quantidade, a duração e a falta de liberação, além de análises positivas sobre a abordagem, a especialização dos formadores e as possibilidades de transformação nas suas escolas.
Downloads
Referências
ALMEIDA, Silvio Luiz. O que é racismo estrutural? Belo Horizonte (MG): Letramento, 2018.
BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2011.
BRASIL. Ministério da Educação. Lei nº 10.639 de 09 de janeiro de 2003. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira", e dá outras providências.
BRASIL. Ministério da Educação. Parecer 003/2004. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Relatora: Profª. Drª. Petronilha B. Gonçalves e Silva. Brasília, DF: MEC CNE/CP. 10 de mar. de 2004.
BRASIL. Estatuto da igualdade racial [recurso eletrônico]: Lei nº 12.228, de 20 de julho de 2010, e legislação correlata. – 3. ed. – Brasília: Câmara dos Deputados, Edições Câmara, 2014.
CANDAU, Vera. M. A diferença está no chão da escola. In: Anais IV Colóquio Luso-brasileiro sobre Questões curriculares e VIII Colóquio sobre Questões Curriculares. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2011.
FRASER, Nancy. Luta de classes ou respeito às diferenças? Igualdade, identidades e justiça social. Disponível em: < http://www.diplomatique.org.br/artigo.php?id=1199 > Acesso em: 19 set de 2022.
GATTI, Bernadete. A. Análise das políticas públicas para formação continuada no Brasil, na última década. Revista Brasileira de Educação, v. 13, n. 37, p. 57-70, jan./abr. 2008.
GOMES, Nilma Lino; OLIVEIRA, Fernanda Silva; SOUZA, Kelly Cristina Cândida. Diversidade étnico-racial e trajetórias docentes: um estudo etnográfico em escolas públicas”. In: ABRAMOWICZ, Anete; GOMES, Nilma Lino (orgs.). Educação e raça: perspectivas políticas, pedagógicas e estéticas. Belo Horizonte, Autêntica, 2010.
MOREIRA, Antonio Flávio Barbosa; CANDAU, Vera Maria. Currículo, conhecimento e cultura. In: BEAUCHAMP, Janete; PAGEL, Sandra Denise; NASCIMENTO, Aricélia Ribeiro. Indagações sobre currículo: currículo, conhecimento e cultura: Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica, 2007.

Copyright (c) 2022 Livia Jéssica Messias de Almeida (Autor)

This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
DECLARAÇÃO DE ORIGINALIDADE E DIREITOS AUTORAIS
Declaro que o presente artigo é original, não tendo sido submetido à publicação em qualquer outro periódico nacional ou internacional, quer seja em parte ou em sua totalidade.
Os direitos autorais pertencem exclusivamente aos autores. Os direitos de licenciamento utilizados pelo periódico é a licença Creative Commons Attribution Non-Commercial 4.0 (CC BY-NC 4.0): são permitidos o acompartilhamento (cópia e distribuição do material em qualqer meio ou formato) e adaptação (remix, transformação e criação de material a partir do conteúdo assim licenciado para quaisquer fins, exceto os comerciais.
Recomenda-se a leitura desse link para maiores informações sobre o tema: fornecimento de créditos e referências de forma correta, entre outros detalhes cruciais para uso adequado do material licenciado.