Estado, políticas educacionais e crise da democracia

  • Ana Maria Stabelini Unicamp
Palavras-chave: Políticas educacionais; Estado; Democracia.

Resumo

O presente artigo aborda alguns temas fundamentais para a compreensão do contexto em que são adotadas as políticas educacionais no Brasil. Para tanto, é basilar compreender as mudanças ocorridas no papel do Estado, que passou a atuar, com ênfase crescente, na regulação dos serviços prestados e diminuição de sua atuação na elaboração e execução das políticas públicas. Tais modificações têm gerado implicações na democracia em diversos países, bem como no Brasil, em que as políticas educacionais passaram a expressar uma perspectiva pedagógica individualista e fragmentária, coerente com o ideário de desregulamentação, flexibilização, privatização e com o esfacelamento dos direitos sociais.

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Ana Maria Stabelini, Unicamp

Doutora em Educação pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), possui mestrado em Educação (2013) e graduação em pedagogia (2011) pela mesma instituição. Cursou um período do doutorado na L'EHESS (L'Ecole des Hautes Études en Sciences Sociales) do CNRS (Centre National de la Recherche Scientifique) - Paris, França. Tem experiência no desenvolvimento de pesquisas com ênfase nos seguintes temas: políticas educacionais, gestão escolar e coordenação pedagógica. Ingressou em 2022 no Pós-Doutorado junto ao Departamento de Educação (DED/UFScar). Foi professora pesquisadora no curso de especialização Coordenação Pedagógica MEC/UFSCar (2013 a 2017). Atuou como docente (2019 -2021) no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFSP - Campus Caraguatatuba). Atualmente exerce o cargo de professora doutora eventual na Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) no Departamento de Políticas, Administração e Sistemas Educacionais (DEPASE) e integra o Grupo de Estudos e Pesquisa em Educação e Crítica Social (GEPECS)

Referências

ACUÑA, Carlos. Enseñanzas, mitos y realidades de la coordinación entre la sociedad civil y el Estado en América Latina: un análisis comparativo de la incidencia de think tanks y su coordinación con el Estado para mejorar políticas y programas de combate a la pobreza en México, Brasil, Ecuador y Uruguay. In: Congreso internacional del centro latinoamericano de administración para el desarrollo (clad) sobre la reforma del Estado y de la administración pública. Anais. Salvador, 2009. Disponível em: htpps://repositorio.udesa.edu.ar/jspui/ handle/10908/480. Acesso em: 23 abril de 2023.
BARROSO, J. O Estado, a educação e a regulação. Educação & Sociedade, Campinas, v. 26, p. 725-751, outubro 2005. Disponivel em: .
BENEVIDES, M. V. A construção da democracia no Brasil pós-ditadura militar. In: OMAR FAVERO, G. S. Democracia e construção do público no pensamento educacional brasileiro. Petrópolis: Vozes, 2002.
BOBBIO, N.; MATTEUCCI, N.; PASQUINO, G. Dicionário de política. 1ª. ed. Brasília: Universidade de Brasília, 1998.
CATINI, C.; BRANCO, J. F. M. Sob nova direção: trabalho docente e privatização. Revista eletrônica pesquisa educa, Santos, mai-ago 2022.
CHAMAYOU, G. A sociedade ingovernável: uma genealogia do liberalismo autoritário. São Paulo: Ubu Editora, 2020.
CIAVATTA, M. A construção da democracia pós ditadura militar: políticas e planos educacionais no Brasil. In: FÁVERO, O.; SEMERARO, G. Democracia e construção do público no pensamento educacional brasileiro. Petrópolis: Vozes, 2002.
COUTINHO, C. N. A democracia na batalha das ideias e nas lutas políticas do Brasil de hoje. In: FAVERO, O.; SEMERARO, G. Democracia e construção do público no pensamento educacional brasileiro. Petrópolis: Vozes, 2002.
LÖWY, M. O pensamento de Rosa Luxemburgo. Blog da boitempo, 2015. Disponivel em: . Acesso em: 2017 Julho 10.
LUXEMBURGO, R. O que quer a liga dos spartakus?. In: LOUREIRO, I. Rosa Luxemburgo: Os dilemas da ação revolucionária. São Paulo: Unesp, 2004.
¬¬______. Greve de massas, partidos e sindicatos. In: (ORG.), I. L. Textos escolhidos. Tradução de Stefan Klein (alemão). São Paulo: UNESP, v. I, 2011.
MÉSZÁROS, I. A montanha que devemos conquistar [recurso eletrônico]: reflexões acerca do Estado. São Paulo: Boitempo, 2015.
MIGUEL, L. F. O colápso da democracia no Brasil: da constituição ao golpe de 2016. São Paulo: expressão popular, 2019.
MOTTA, F. C. P. Organização e Poder: Empresa, Estado e Escola. São Paulo: Atlas, 1986.
RISCAL, S; GANDINI, Raquel P.C. Notas sobre o conceito de participação política e sua articulação com a concepção de gestão democrática. Revista Eletrônica de Educação,v.4, n.2, Nov. 2010.
SANFELICE, J. L. Política Social. In: DEITOS, R. A.; RODRIGUES, R. M. Estado, Desenvolvimento, Democracia & Políticas Sociais. Cascavél: EDUNIOESTE, 2006.
WEBER, Max. A política como vocação. Editora: UNB, Nº 1, 2003.
Publicado
2024-03-06
Como Citar
Stabelini, A. M. (2024). Estado, políticas educacionais e crise da democracia. Revista Espaço Acadêmico, 23(243), 182-190. Recuperado de https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/68528