EDUCAÇÃO INCLUSIVA E VIOLÊNCIA ESCOLAR

RELAÇÃO ENTRE PARES

Palavras-chave: Inclusão escolar; preconceito; bullying; teoria crítica da sociedade

Resumo

O objetivo deste artigo é defender a proposta da educação inclusiva como possibilidade de enfrentar dois tipos de violência escolar: bullying e preconceito. Tem como referencial a Teoria Crítica. Parte da hipótese de que escolas com maior grau de inclusão escolar teriam menos situações de violência e apresenta dados de pesquisa de duas entre cinco escolas estaduais de Guarulhos para testá-la: a de maior e a de menor grau de inclusão. Aplicaram-se dois instrumentos para identificação do grau de inclusão escolar e escalas a 83 alunos dos nonos anos para verificar a ocorrência de bullying, do preconceito e do autoritarismo dos alunos. Os resultados indicam que a escola de maior grau de inclusão escolar obteve menor grau de autoritarismo e da prática da discriminação entre alunos; já a frequência de bullying permaneceu semelhante nas duas escolas. O estudo conclui que o convívio com a diferença, propício às propostas de educação inclusiva, oferece possibilidades para refletir sobre os impulsos agressivos expressos pelo preconceito e, assim, refreá-los. Já o bullying parece necessitar de medidas para o seu enfrentamento que vão além da proposta de inclusão.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

José Leon Crochick, Universidade Federal de São Paulo - Campus de Diadema

Doutor em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano pela Universidade de São Paulo (USP). Professor Titular pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP). Docente credenciado do Programa de Estudos Pós-graduação em Educação e Saúde na Infância e na Adolescência da Unifesp.

Marian Avila de Lima e Dias , Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP

Doutora em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano pela Universidade de São Paulo (USP). Docente do Departamento de Educação da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/ Campus Diadema).

 

Patrícia Ferreira de Andrade, Universidade de São Paulo - USP

Doutoranda no Programa de Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP).

Francis Armando dos Santos Fuchs, Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP

Mestre em Educação pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Professor da rede privada de ensino. 

 

Referências

Referências
Abramovay, M.; Rua, M. G. (2003). Violências nas escolas: Versão resumida. Brasília, DF: Unesco.
Adorno, T.W. Educação e emancipação. (1995). Rio de Janeiro: Paz e Terra.
Adorno, T.W (2015).Ensaio sobre psicologia social e psicanálise. São Paulo: Editora Unesp.
Adorno, T.W. (2004). Escritos Sociológicos I. Madrid: Ediciones Akal.
Adorno, T.W. (1975). Mínima Moralia. Caracas: Monte Ávila.
Adorno, T.W; Frenkel-Brunswik, E.; Levinson, D.J., & Sanford, R.N. (1950). The authoritarian personality. New York: Harper and Row.
Ainscow, M.; Porter, G., & Wang, M. (Eds.) (1997). Caminhos para as escolas inclusivas. Lisboa: Instituto de Inovação.
Antunes, D. C. & Zuin, A. A. S. Do bullying ao preconceito: os desafios da barbárie à educação. Psicologia & Sociedade, 20(1), pp. 33-42, 2008. https://doi: 10.1590/S0102-71822008000100004.
Batista, E. H. M. (2011). Bullying e diferenças: a busca por um olhar ampliado. (Dissertação de mestrado). Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP. http://repositorio.unicamp.br/jspui/handle/REPOSIP/251143
BBC NEWS BRASIL. (2019). Desempregados, mas felizes: as conclusões da Finlândia após projeto de renda mínima. https://www.bbc.com/portuguese/geral-47196165
Booth, T. & Ainscow, M. (2002). Índex para a inclusão: desenvolvendo a aprendizagem e a participação na escola. Sintra/PT: Cidadãos do Mundo, 2002.
Carlile, A. (2019) Teacher experiences of LGBTQ: inclusive education in primary schools serving faith communities in England, UK. Pedagogy, Culture & Society. https://doi.org/10.1080/14681366.2019.1681496
Chaves, D. R. L. & Souza, M. R.(2018). Bullying e preconceito: a atualidade da barbárie. Revista Brasileira de Educação, 23, e230019. https://doi.org/ 10.1590/s1413-24782018230019
Autor, 2015.
Autor, 2019.
Autores, 2005.
Autores, 2009.
Autores, 2013.
Autores, 2017.
D'aurea-Tardeli, D. & Paula, F.V. (Orgs.)(2009). Violência na escola e da Escola: Desafios Contemporâneos à Psicologia da Educação. São Paulo: Editora Metodista.
Fante, C. (2005). Fenômeno bullying: como prevenir a violência nas escolas e educar para a paz. Campinas, SP: Versus Editora.,
Freud, S. (1986). “Recordar, Repetir e Elaborar.” In: _____ . Obras Completas. Rio de Janeiro: Imago. Vol. XII.
Freud, S. (2010). O Mal-Estar Na Civilização. São Paulo: Companhia Das Letras.
Gorz, A. (1997). Metamorfosis Del Trabajo. Madrid: Editorial Sistema.
Hein, V.; Koka, A. & Hagger, M. S. (2015). Relationships between perceived teachers' controlling behaviour, psychological need thwarting, anger and bullying behaviour in high-school students. Journal of Adolescence, v. 42:103-114. https://www.researchgate.net/publication/276362688_Relationships_between_perceived_teachers'_controlling_behaviour_psychological_need_thwarting_anger_and_bullying_behaviour_in_high-school_students
Hidalgo, A.J.R. (2019). La discriminación invisible. Identificar el Bullying Étnicocultural en adolescentes y prevenirlo mediante el Modelo Educativo de Convivencia Intercultural (MECI). In: Educación, sociedad e interculturalidad. VII Premios a la Investigación e Innovación Educativa para la Interculturalidad. Córdoba, UCOPress, pp. 81-96. http://hdl.handle.net/10396/18940

Horkheimer, M. & Adorno, T. W. (1985). Dialética do esclarecimento. Rio de Janeiro, RJ: Jorge Zahar.
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. (2019). Sinopse Estatística da Educação Básica 2000; 2018. Brasília: Inep. Disponível em: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. (2019) Resumo Técnico: Censo Da Educação Básica 2018. Brasília: Inep, 2019. . (2019b)
Jesus, A.D. (2016). O bullying escolar na contramão da educação inclusiva: considerações preliminares sobre a realidade do ensino médio em São Raimundo Nonato, Piauí. Cadernos Cajuína, 3(3),122-138. https://cadernoscajuina.pro.br/revistas/index.php/cadcajuina/article/view/209
Krech, D., Crutchfiel, R. S., & Ballachey, E. L. (1975). O indivíduo na sociedade: um manual de psicologia social. São Paulo: Pioneira.
Lima, M.R.S. (2019). Práticas pedagógicas para incluir alunos da educação especial na escola de ensino médio: significações de uma professora. Braz. J. of Develop., 5(9), 15338-15353. https://www.researchgate.net/publication/336271035_Praticas_pedagogicas_para_incluir_alunos_da_educacao_especial_na_escola_de_ensino_medio_significacoes_de_uma_professora
Lopes Neto, A. A.(2005). Bullying: comportamento agressivo entre estudantes. Jornal de Pediatria, 81(5), 161-172. http://www.scielo.br/pdf/%0D/jped/v81n5s0/v81n5Sa06.pdf
Mahl, E.; Denari, F.E.; Borella, D.R.; Stoch, J.A.; & Rocha, F.G. (2012). Desafios e ações para a efetiva inclusão educacional: algumas considerações. Revista Exitus, Santarém, 2(1), .http://www.ufopa.edu.br/portaldeperiodicos/index.php/revistaexitus/article/view/80>
Marcuse, H. (1981). Eros e civilização. Rio de Janeiro: Zahar.
Melero, M. L. (2006). Escolas inclusivas: o projeto Roma Ponto de Vista: Revista de Educação e Processos Inclusivos, 8.
Monteiro, M.B. & Castro, P. (1997). Cada Cabeça sua Sentença. Oeira: Celta Editora.
Olher, R.. & Guilhoto, L.M.F.F (2013). Educação inclusiva e a transição da escola especial. Revista Deficiência Intelectual 3, (4-5).
Organizações das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura – Unesco (1990). Declaração Mundial sobre Educação Para Todos (Conferência de Jomtien). Tailândia: Unesco.
Pacheco, J., Eggertsdóttir, & R., Marinósson, G. L. (2007). Caminhos para a inclusão. Porto Alegre: Artmed.
Qureshi, S. (2018). Consequences of bullying on children with disabilities in regular schools. Centre for Disability Studies and Action School of Social Work Tata Institute of Social Sciences. Project of Master of Arts in Social Work in Disability Studies and Action Mumbai 2018. http://dspace.tiss.edu/jspui/handle/1/10911
Roth, G.; Kanat-Maymon, Y., & Bibi; U. (2010). Prevention of school bullying: The important role of autonomy-supportive teaching and internalization of pro-social values. British Journal of Educational Psychology, 1-13. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21199484
Salmivalli, C.; Kärnä, A., & Poskiparta, E. (2011). Counteracting bullying in Finland: The KiVa program and its effects on different forms of being bullied. International Journal of Behavioral Development, 35(5), 405-411. https://www.researchgate.net/publication/254110592_Counteracting_bullying_in_Finland_The_KiVa_program_and_its_effect_on_different_forms_of_being_bullied

Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (SECADI) (2019). Programas e Ações. Brasília: SECADI/MEC.

Secretaria de Educação do Estado de São Paulo (SEDUC). (2020). Inova Educação: Formação. São Paulo: SEE, 2020. https://inova.educacao.sp.gov.br/formacao-edicoes-2020/
Sposito, M. P.(2001). Um breve balanço da pesquisa sobre violência escolar no Brasil. Educação e pesquisa, 27(1),87-99. https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1517-97022001000100007&script=sci_abstract&tlng=pt

Swearer, S.M.; Wang, C.; Maag, J.W.; Siebeckerl, A.B.; & Frierichs, L. J. (2012). Understanding the bullying dynamic among students in special and general educacion. Journal of school psychology, 50(4), 503-520. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22710018
The World Bank. (2018). Quase metade do mundo vive com menos de USD $5.50 por dia. Disponível em: https://www.worldbank.org/pt/news/press-release/2018/10/17/nearly-half-the-world-lives-on-less-than-550-a-day-brazilian-portuguese
UNESCO. (1994). Declaração de Salamanca e Linha de Ação sobre Necessidades Educativas Especiais. Brasília: CORDE. http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf
Publicado
2022-06-21
Como Citar
Crochick, J. L., Dias , M. A. de L. e, Andrade, P. F. de, & Fuchs, F. A. dos S. (2022). EDUCAÇÃO INCLUSIVA E VIOLÊNCIA ESCOLAR. Imagens Da Educação , 12(2), 45-71. https://doi.org/10.4025/imagenseduc.v12i2.56239
Seção
Ensino, Aprendizagem e Formação de Professores