A PRAGMÁTICA DO OBJETO E AS FUNÇÕES EXECUTIVAS
ESBOÇOS DE PRÁTICAS EDUCATIVAS DIFERENTES PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL
Resumo
Este artigo tem como objetivo caracterizar o papel da materialidade no desenvolvimento das funções executivas e suas relações com práticas educativas triádicas voltadas ao desenvolvimento das competências de literacia e numeracia na Educação Infantil. Apresenta-se uma análise teórica e uma proposta explicativa sobre o papel dos objetos nos processos de aprendizagem na perspectiva dos estudos da Pragmática do Objeto. O artigo defende que a materialidade, mediada por sistemas semióticos, permite a emergência de funções de controle e sistemas de autorregulação direcionados à aprendizagem e ao desenvolvimento infantil. Esses conceitos são relevantes porque consideram a triadicidade (adulto-objeto-adulto) como a principal unidade de análise para compreender o desenvolvimento, a aprendizagem e a cognição na Primeira Infância.
Downloads
Referências
Béguin, M. (2016). Object Pragmatics and Language Development. Integr. psych. behav. 50, 603–620. https://doi-org.ez54.periodicos.capes.gov.br/10.1007/s12124-016-9361-7
Boyer, N., & Ehri, L. C. (2011). Contribution of Phonemic Segmentation Instruction with Letters and Articulation Pictures to Word Reading and Spelling in Beginners, Scientific Studies of Reading, 15:5, 440-470. https://doi.org/10.1080/10888438.2010.520778
Cárdenas, K., Moreno-Núñez, A., & Miranda-Zapata, E. (2020). Shared Book-Reading in Early Childhood Education: Teachers’ Mediation in Children’s Communicative Development. Frontiers in Psychology, 11. https://doi.org./10.3389/fpsyg.2020.02030
Cardoso, C. O. (2017). Programas de intervenção neuropsicológica precoce-preventiva: estimulação das funções executivas em escolares. [Tese Doutorado]. Programa Pós-Graduação em Psicologia, PUCRS.
Correa Alencar, A. C.; Rengifo-Herrera, F. J. (2019). La alimentación en la educación infantil a la luz de la perspectiva triádica del desarrollo. Investigación y Prática en Psicologia del Desarrollo, 5, 27-60. https://doi.org/10.33064/ippd52234
Corigliano, D. (2020) Funções Executivas: um olhar diferente para ajudar o professor e o aluno em sala de aula. Kindle ebook digital.
Crespi, L., Noro, D., & Nóbile, M. F. (2020). As potencialidades do brincar para o desenvolvimento das funções executivas na Primeira Infância. Debates Em Educação, 12(28), 158–177. https://doi.org/10.28998/2175-6600.2020v12n28p158-177
Dehaene, S., Pegado, F., Braga, L. W., Ventura, P., Nunes Filho, G., Jobert, A., Dehaene-Lambertz, G., Kolinsky, R., Morais, J., & Cohen L. (2010). How learning to read changes the cortical networks for vision and language. Science, 3:330 (6009), 1359-64. https://doi.org/10.1126/science.1194140
Dehaene, S. (2012). Os neurônios da leitura: como a ciência explica a nossa capacidade de ler. Porto Alegre: Penso.
Dehaene, S. (2013). A aprendizagem da leitura modifica as redes corticais da visão e da linguagem verbal. Letras De Hoje, 48(1), 148-152. Recuperado de https://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/fale/article/view/12113
Diamond, A. (2013). Executive Functions. Annual Review of Psychology, 64:135–168. https://doi.org/10.1146/annurev-psych-113011-143750
Diamond A., & Ling, D. S. (2019). Review of the Evidence on, and Fundamental Questions About, Efforts to Improve Executive Functions, Including Working Memory. https://doi.org/10.1093/oso/9780199974467.003.0008
Dias, N. M., & Seabra A. G. (2013). Funções executivas: desenvolvimento e intervenção. Temas sobre Desenvolvimento, 19(107), 206-12. Recuperado de https://www.researchgate.net/publication/281177320
Dreher, S. A. S. (2009). As estratégias metacognitivas de alunos em processo de alfabetização: uma reflexão sobre o aprender do aluno e o ensinar do professor. [Dissertação de Mestrado]. Pontifícia Universidade Católica do Paraná, PUC/PR.
Ehri L.C. (2020). The Science of Learning to Read Words: A Case for Systematic Phonics Instruction. Reading Research Quarterly, 0(0), 1–16. https://doi.org/10.1002/rrq.334
Estrada-Goméz, L. F. (2019). Materialidad y prácticas educativas en la escuela infantil con niños/as entre 1-2 años: una aproximación cultural, semiótica y pragmática. [Tese Doutorado]. Universidad Autónoma de Madrid, Departamento de Psicología Evolutiva y de la Educación.
Gonçalves, L. M., & Mieto, G. S. de M. (2021). Educação Precoce: Interações Triádicas e Sistemas Semióticos. Revista Educação Especial, 34, 01-29. https://doi.org/10.5902/1984686X64551
Linhares, M. B. M., & Martins, C. B. S. (2015) O processo da autorregulação no desenvolvimento de crianças. Estudos de Psicologia, 32(2), 281-293. http://dx.doi.org/10.1590/0103-166X2015000200012
Maluf, M. R. (2005) Ciência da Leitura e Alfabetização Infantil: um enfoque metalinguístico. Boletim da Academia Paulista de Psicologia, XXV(2), 55-62. Recuperado de https://www.redalyc.org/pdf/946/94625210.pdf
Maluf, M. R., & Sargiani, R. de A. (2013). Lo que la neurociência tiene que decir sobre el aprendizaje de la lectura. Revista de Psicologia de Arequipa, 3(1), 11-24. Recuperado de https://www.researchgate.net/publication/298022710
Morais, A. G. (2020). Consciência fonológica na educação infantil e no ciclo de alfabetização. Belo Horizonte, Autêntica Editora.
Moreno-Núñez, A., Rodríguez, C., & Miranda-Zapata, E. (2020). Getting away from the point: The emergence of ostensive gestures and their functions. Journal of Child Language, 47(3), 556-578. https://doi.org/10.1017/S0305000919000606
Natale, L. L., & Haase, V. G. (2009). Desenvolvimento das funções executivas na infância. In: V. G. Haase, F. O. Ferreira & F. J. Penna (Orgs.) Aspectos biopsicossociais da saúde na infância e adolescência, 397-416. Belo Horizonte: COOPMED.
Núcleo Ciência pela Infância – NCPI (2016). Funções executivas e desenvolvimento infantil: habilidades necessárias para a autonomia. Estudo III. Redação Joana Simões de Melo Costa [et. al.]. São Paulo: Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal – FMCSV.
Oliveira, M. C., & Ramos, D. K. (2021). Jogos cognitivos na escola: percepção das crianças sobre o aprimoramento das funções executivas. Eccos – Revista Científica, 56, 1-21. https://doi.org/105585/eccos.n56.11199
Otálora, Y. (2019). El Análisis Cognitivo de Tareas como estrategia metodológica para comprender y explicar la cognición humana. Universitas Psychologica, 18(3), 1–12. https://doi.org/10.1c1144/Javeriana.upsy18-3.acte
Overmann, K.A., & Wynn, T. (2019). Materiality and Human Cognition. J Archaeol Method Theory 26, 457–478. https://doi.org/10.1007/s10816-018-9378-y
Palacios, P., Rodríguez, C., & Méndez-Sánchez, C. (2018). Communicative Mediation by Adults in the Construction of Symbolic Uses by Infants. Integr. Psych. Behav. 52, 209–227. https://doi.org/10.1007/s12124-018-9422-1
Pascual-Leone, A., Greenberg, L. S., & Pascual-Leone, J. (2009). Developments in task analysis: New methods to study change. Psychotherapy Research, 19(4–5), 527–542. https://doi.org/10.1080/10503300902897797
Peirce, Ch. S. (1931 – 1935). Collected papers of Charles Sanders Peirce. Vol. 6. Cambridge, MA: Harvard University Press. https://colorysemiotica.files.wordpress.com/2014/08/peirce-collectedpapers.pdf
Pozo, J. I. (2005) Aquisição de conhecimento. Porto Alegre: Artmed.
Rengifo-Herrera, F. (2002). Uma mirada singular a lo cognitivo. Em Revista Institucional Páginas Universidad Católica de Pereira. (62), p. 55–68. https://revistas.ucp.edu.co/index.php/paginas/issue/view/167
Rengifo-Herrera, F. J. (2009). El sujeto como Centauro. Ensayos e investigaciones en Psicología de la Cultura. Bogotá: Ediciones Universidad del Rosario.
Rengifo-Herrera, F. J. (2021). Os signos são a “pupila” dos olhos ou como a relação sujeito/cultura emerge na semiosfera. In: Psicologia & Cultura: Teoria, pesquisa e prática profissional, 87–119. Rio de Janeiro: Editora Cortez.
Rengifo-Herrera, F. J. & Rodrigues, A. P. G. M. (2020). Quando comer não é suficiente: tríade, cuidade/educação, desenvolvimento e uso dos objetos durante as refeições em duas creches do DF. Psicologia desde el Caribe, 37(3), 237-257. https://doi.org/10.14482/psdc.37.3.372.21
Rodríguez, C. (1996). Usos de lós objetos y Mediacion Semiotica. Perspectiva semiótica y pragmática del desarrollo. [Tese de Doutorado]. Universidade Autônoma de Madri, Espanha.
Rodríguez, C. (2009). O nascimento da inteligência: do ritmo ao símbolo. Porto Alegre: Artmed.
Rodríguez, C. (2015). The Connection Between Language and the World: A Paradox of the Linguistic Turn?, Integr. psych. Behave., 49:89-103. https://doi.org/10.1007/s12124-014-9274-2
Rodríguez, C. (2012). El adulto como guía: ¿el eslabón perdido de desarrollo temprano?. Padres Y Maestros / Journal of Parents and Teachers, (344), 23-26. Recuperado de https://revistas.comillas.edu/index.php/padresymaestros/article/view/526
Rodríguez, C., Estrada, L., Moreno-Llanos, I., & de los Reyes, J. L. (2017). Executive functions and educational actions in an infant school: Private uses and gestures at the end of the first year. Funciones ejecutivas y acción educativa en la escuela infantil: Usos y gestos privados al final del primer año. Estudios de Psicología, 38(2), 385–423. https://doi.org/10.1080/02109395.2017.1305061
Rodríguez, C., & Moreno-Llanos, I. (2020). A Pragmatic Turn in the Study of Early Executive Functions by Object Use and Gestures. A Case Study from 8 to 17 Months of Age at a Nursery School. Integr Psychol Behav Sci. https://doi.org/10.1007/s12124-020-09578-5
Rodríguez, C., Moreno-Llanos, I., Cerchiaro, E., Mieto, G. S. de M., Melo, G. S. & Guevara, I. (2021) Orígen y desaroolo de las funciones ejecutivas en el aula 0-1 de la escuela infantil. In: Rodríguez, C., de Los Reyes, J. (Org.). (2021). Los objetos si importan. Accion educativa en la escuela infantil. Barcelona, Horsori.
Rodríguez, C., & Moro, C. (1999). El mágico número tres. Cuando los niños aún no hablan. Barcelona: Paidós.
Rodríguez, C., & Moro, C. (2002). Objeto, comunicación y símbolo. Una mirada a los primeros usos simbólicos de los objetos. Estudios de Psicologia, 23(3), 323-338. https://doi.org/ 10.1174/021093902762224416
Salles, J. F., & Paula, F. V. (2016) Compreensão da leitura textual e sua relação com as funções executivas. Educar em Revista, 32(62), 53-67. Recuperado de https://revistas.ufpr.br/educar/article/view/48332
Santos-Barros, V. C. (em elaboração). Desenvolvimento da consciência fonêmica de crianças em um Centro de Educação Infantil do Campo no Distrito Federal. [Dissertação de Mestrado]. Universidade de Brasília.
Scliar-Cabral, L. (2013) Avanços das neurociências para a alfabetização e a leitura. Letras de Hoje, 49(3), 277-282. Recuperado de https://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/fale/article/view/12634
Texas Education Agency (2015). Early Childhood Outcomes and Prekindergarten Guidelines Alignment. Revised Texas Pre-K Guidelines. Retrivied from https://tea.texas.gov/sites/default/files/EarlyChildhoodOutcomesandPrekindergartenGuidelinesalignmentFinal%28November82011%29.pdf
Vale, A. P. (2020). Aprender – Apreensão do princípio alfabético. Plataforma LER. Plano Nacional de Leitura. Fundação Belmiro de Azevedo. Recuperado de https://ler.pnl2027.gov.pt/texto/aprendizagem-da-leitura-e-da-escrita-apreensao-do-principio-alfabetico
Copyright (c) 2023 Imagens da Educação

This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Declaro que o presente artigo é original, não tendo sido submetido à publicação em qualquer outro periódico nacional ou internacional, quer seja em parte ou em sua totalidade. Declaro, ainda, que uma vez publicado na revista Imagens da Educação,ele não será submetido por mim ou pelos demais co-autores a outro periódico. Por meio deste instrumento, em meu nome e dos co-autores, cedo os direitos autorais do referido artigo à Revista e declaro estar ciente de que a não observância deste compromisso submeterá o infrator a sanções e penas previstas na Lei de Proteção de Direitos Autorias (Nº 9609, de 19/02/98).