FAMÍLIA E BIOPOLÍTICA: A DESTRUIÇÃO DA INTIMIDADE NAS SOCIEDADES CONTEMPORÂNEAS

  • Paulo Roberto de Carvalho UEL
  • Sonia Regina Vargas Mansano UEL
Palavras-chave: Família, biopolítica, sexualidade.

Resumo

O presente artigo busca problematizar a instituição familiar contemporânea partindo de uma abordagem histórica que remonta ao período de consolidação do modelo familiar burguês. Optou-se por analisar a instituição familiar na perspectiva das relações de poder tal como proposto por Michel Foucault. Especificamente, foi utilizada a concepção do autor de biopolítica, uma vertente do poder que se dirige às especificidades do corpo vivo. Para tanto, foi selecionada a questão da sexualidade como elemento historicamente presente nas transformações do modelo familiar: de uma família fechada sobre si e na qual a sexualidade era velada e reprimida, passou-se à família atual na qual estes mesmos temas ganham visibilidade e discussão em um espaço ampliado. Em seguida, questionam-se os efeitos da abertura familiar por uma intervenção biopolítica. Por fim, foi possível demonstrar que está em curso uma destruição sistemática da intimidade iniciada pelas intervenções biopolíticas e protagonizada por aqueles que resistem, de algum modo, às determinações do poder.

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Biografia do Autor

Paulo Roberto de Carvalho, UEL
Doutor em psicologia Clínica pela PUC/SP. Docente do Departamento de Psicologia Social e Institucional da Universidade Estadual de Londrina.
Sonia Regina Vargas Mansano, UEL
Doutora em Psicologia Clínica pela PUC/SP. Docente do Programa de Pós-Graduação em Administração e do Departamento de Psicologia Social e Institucional da Universidade Estadual de Londrina.

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Publicado
2017-07-02
Como Citar
de Carvalho, P. R., & Mansano, S. R. V. (2017). FAMÍLIA E BIOPOLÍTICA: A DESTRUIÇÃO DA INTIMIDADE NAS SOCIEDADES CONTEMPORÂNEAS. Psicologia Em Estudo, 22(2), 265-276. https://doi.org/10.4025/psicolestud.v22i2.34803
Seção
Artigos originais

 

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