FAMÍLIA E BIOPOLÍTICA: A DESTRUIÇÃO DA INTIMIDADE NAS SOCIEDADES CONTEMPORÂNEAS

  • Paulo Roberto de Carvalho UEL
  • Sonia Regina Vargas Mansano UEL

Abstract

O presente artigo busca problematizar a instituição familiar contemporânea partindo de uma abordagem histórica que remonta ao período de consolidação do modelo familiar burguês. Optou-se por analisar a instituição familiar na perspectiva das relações de poder tal como proposto por Michel Foucault. Especificamente, foi utilizada a concepção do autor de biopolítica, uma vertente do poder que se dirige às especificidades do corpo vivo. Para tanto, foi selecionada a questão da sexualidade como elemento historicamente presente nas transformações do modelo familiar: de uma família fechada sobre si e na qual a sexualidade era velada e reprimida, passou-se à família atual na qual estes mesmos temas ganham visibilidade e discussão em um espaço ampliado. Em seguida, questionam-se os efeitos da abertura familiar por uma intervenção biopolítica. Por fim, foi possível demonstrar que está em curso uma destruição sistemática da intimidade iniciada pelas intervenções biopolíticas e protagonizada por aqueles que resistem, de algum modo, às determinações do poder.

Downloads

I dati di download non sono ancora disponibili

Biografie autore

Paulo Roberto de Carvalho, UEL
Doutor em psicologia Clínica pela PUC/SP. Docente do Departamento de Psicologia Social e Institucional da Universidade Estadual de Londrina.
Sonia Regina Vargas Mansano, UEL
Doutora em Psicologia Clínica pela PUC/SP. Docente do Programa de Pós-Graduação em Administração e do Departamento de Psicologia Social e Institucional da Universidade Estadual de Londrina.

Riferimenti bibliografici

Ariès. P. (1981). História social da criança de da família. Rio de Janeiro: LTD.

Brossat, A. (2010). Droit à la vie? Paris: Édition Du Seuil.

Cúnico, S. D. & Arpini, D. M. (2013). A família em mudanças: desafios para a paternidade contemporânea. Pensando famílias, 17(1), p. 28-40.

Donzelot, J. (1986). A Polícia das famílias. Rio de Janeiro: Edições Graal.

Foucault, M. (1996). Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Edições Graal.

Foucault, M. (1999). Em defesa da sociedade. São Paulo: Martins Fontes.

Foucault, M. (2014). Ditos e escritos IX: Genealogia da ética, subjetividade e sexualidade. Rio de Janeiro: Forense Universitária.

Franca, V. V. & Souza, F. (2016). 'Troca de Família': espiando as famílias, enxergando a sociedade. Intercom, Rev. Bras. Ciênc. Comun. 39 (1), p.177-192.

Freud, S. (1905/1996). Três ensaios sobre a teoria da sexualidade. Rio de Janeiro: Imago.

Lima, T. B. H. & Chapadeiro, C. A. (2015). Encontros e (des)encontros no sistema família-escola. Revista Psicologia Escolar e Educacional. São Paulo, 19 (3), set./dez., p. 493-502.

Tarres, J. P.; Martínez, M. & Mansano, S. R. V. (2016). Corpos dóceis: novos contornos. Em: Nalli, M. & Mansano, S. R. V. Michel Foucault: desdobramentos. Belo Horizonte:Autêntica.

Mioto, R. C. T. (2015). Política social e trabalho familiar: questões emergentes no debate contemporâneo. Serv. Soc. Soc., São Paulo, 124, out./dez., p. 699-720.

Nalli, M. (2013). Communitas/Immunitas: a releitura de Roberto Esposito da biopolítica. Rev. Filos. Aurora, Curitiba, 25 (37), p. 79-105.

Pelbart, P. P. (2003). Vida capital: ensaios de biopolítica. São Paulo: Iluminuras.

Pubblicato
2017-07-02
Come citare
de Carvalho, P. R., & Mansano, S. R. V. (2017). FAMÍLIA E BIOPOLÍTICA: A DESTRUIÇÃO DA INTIMIDADE NAS SOCIEDADES CONTEMPORÂNEAS. Psicologia Em Estudo, 22(2), 265-276. https://doi.org/10.4025/psicolestud.v22i2.34803
Sezione
Artigos originais

 

0.3
2019CiteScore
 
 
7th percentile
Powered by  Scopus

 

 

0.3
2019CiteScore
 
 
7th percentile
Powered by  Scopus