AS TRANSFORMAÇÕES PSÍQUICAS ATRAVÉS DO RORSCHACH: JUAN, UM ADOLESCENTE E NÃO UM DON JUAN!
Resumo
A adolescência é uma fase do desenvolvimento que se caracteriza pela presença de importantes transformações psíquicas que constituem a base dos processos de identidade e de identificação. No contexto social atual, a capacidade de integrar as diferenças culturais é um imperativo do ponto de vista social e emocional, não só para os adolescentes, mas para todos os que com eles se relacionam, sejam pais, professores e técnicos de saúde. Neste artigo, a autora procura realizar uma dupla análise: (1) Apresentar o trabalho psicoterapêutico realizado com Juan, um adolescente de 17 anos, durante o qual é possível observar as mudanças inerentes à construção da sua identidade e dos processos de identificação, inspirando-se num clássico literário espanhol, Don Juan; (2) A utilização do Rorschach, como instrumento de acesso privilegiado ao mundo interior do sujeito, que permite uma compreensão singular das transformações psíquicas presentes no processo de tornar-se adolescente. A utilização do Rorschach desta forma é uma abordagem inovadora para compreender os processos psíquicos envolvidos, melhorando a intervenção na clínica. No caso de Juan, foi possível ver além do seu diagnóstico clínico, lançando novos olhares sobre as suas capacidades psíquicas, favorecendo a construção de uma postura mais adulta, visível no seu desempenho académico, nas relações interpessoais e na dinâmica familiar. Esse trabalho clínico só foi possível graças aos referenciais teóricos que enfatizam os processos de comunicação e de simbolização.
Downloads
Referências
Bion, W.R. (1982). As transformações. As mudanças do aprender para o crescer. Imago: Rio de Janeiro.
Bion, W.R. (1991). Atenção e Interpretação. O acesso científico à intuição em psicanálise e grupos. Rio de Janeiro: Imago Editora.
Bollas, C. (1989). L’objet Transformationnel. Revue Française de Psychanalyse, LIII, 1181-1199.
Braconnier, A. (1985). Ruptures et séparations. Adolescence, 3, 1. 5-19.
Brodie, B. (2020). Object Relations and Intersubjective Theories in the Practice of Psychotherapy. New York: Routledge.
Brown, L. (2011). Intersubjective Processes and the Unconscious. An integration of Freudian, Kleinian and Bionian Perspectives. London: Routledge.
Caper, R. (2009). Building out into the dark. Theory and observation in science and psychoanalysis. London and New York: Routledge.
Cunha, I. (2017). El processo de convertirse en un adolescente: Juan, pero no Don Juan. CeIR – Clínica e Investigación Relacional. Revista Electónica de Psicoterapia, Vol 11, 3 (546-553).
Duarte, I. (2017). O Tornar-se Adolescente Através Do Rorschach. Lisboa: Chiado Editora.
Ferro, A. (2002). The Work of the Negative. International Journal of Psycho-Analysis, 83, (4), 974-982.
Ferro, A. (2009). Mind Works. Technique and Creativity in Psychoanalysis. London: Routledge.
Ferro, A. & Civitarese, G. (2015). The Analytic Field and its Transformations. London: Karnac Books.
Ferro, A. (2015). Torments of the Soul. Psychoanalytic transformation in dreaming and narration. New York: Routledge.
Jeammet, P. (1980). Réalité externe et réalité interne importance et spécificité de leur articulation a l’adolescence. Revue Française de Psychanalyse. 3-4, 481-521.
Laufer, M. (1964). L’idéal du moi et le pseudo-idéal du moi a l’adolescence. Revue Française de Psychanalyse. 3-4, 591-615.
Molina, T. (2017). Don Juan. Madrid: Penguin Clasicos.
Vassalli, G. (2001). The birth of Psychoanalysis from the spirit of Technique: what have we learned? How can we apply it? International Journal of Psycho-Analysis, 82, (1), 323.
Copyright (c) 2023 Psicologia em Estudo

This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.
As opiniões emitidas, são de exclusiva responsabilidade do(s) autor(es). Ao submeterem o manuscrito ao Conselho Editorial de Psicologia em Estudo, o(s) autor(es) assume(m) a responsabilidade de não ter previamente publicado ou submetido o mesmo manuscrito por outro periódico. Em caso de autoria múltipla, o manuscrito deve vir acompanhado de autorização assinada por todos os autores. Artigos aceitos para publicação passam a ser propriedade da revista, podendo ser remixados e reaproveitados conforme prevê a licença Creative Commons CC-BY.
The opinions expressed are the sole responsibility of the author (s). When submitting the manuscript to the Editorial Board of Study Psychology, the author (s) assumes responsibility for not having previously published or submitted the same manuscript by another journal. In case of multiple authorship, the manuscript must be accompanied by an authorization signed by all authors. Articles accepted for publication become the property of the journal, and can be remixed and reused as provided for in theby a license Creative Commons CC-BY.







