Representações sociais do crack elaboradas por usuários em tratamento

  • Juliana Rízia Félix Melo Universidade Federal da Paraíba
  • Silvana Carneiro Maciel UFPB

Abstract

Objetivou-se conhecer e analisar o conteúdo e a estrutura da representação social do crack elaborada por dependentes químicos em tratamento. Este estudo foi realizado em uma instituição psiquiátrica de João Pessoa-PB, com 30 usuários de crack. Foram utilizados dois instrumentos: uma entrevista, a qual foi analisada por meio da análise de conteúdo temática e a técnica de associação livre de palavras, com o estímulo "crack", que foi analisada a partir do programa EVOC. Constatou-se uma representação negativa do crack, em que ele é personificado na figura do Diabo, tendo o poder de destruir a vida de seus usuários e da sociedade em geral. Observou-se, ainda, que essa representação é composta por elementos negativos que evidenciam a tristeza e o sofrimento que permeiam a realidade do usuário de crack. Espera-se que os resultados encontrados possam auxiliar os órgãos competentes na formação de políticas públicas voltadas para esta problemática, capazes de abarcar os aspectos psicossociais do consumo de crack.

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Biografie autore

Juliana Rízia Félix Melo, Universidade Federal da Paraíba
Psicóloga clínica. Especialista em Psicologia Jurídica. Mestre em Psicologia e Doutoranda em Psicologia social pela Universidade Federal da Paraíba. Pesquisadora na área de dependência química e saúde mental.
Silvana Carneiro Maciel, UFPB
Psicóloga. Professora Doutora do Departamento de Psicologia e da Pós-graduação em Psicologia Social da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Pós-Doutoranda do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS-Lisboa). Coordenadora do Grupo de Pesquisa em Saúde Mental e Dependência Química da UFPB. Autora de trabalhos na área das Representações Sociais, Saúde Mental e Dependência Química.

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Pubblicato
2015-01-01
Come citare
Melo, J. R. F., & Maciel, S. C. (2015). Representações sociais do crack elaboradas por usuários em tratamento. Psicologia Em Estudo, 20(1), 23 - 32. https://doi.org/10.4025/psicolestud.v20i1.23989
Sezione
Artigos originais

 

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