ASSIM SE BENZEM CRIANÇAS : GEOGRAFIAS DOS CUIDADOS E TERRITÓRIOS DE INFÂNCIAS

  • Sara Rodrigues Vieira de Paula Doutoranda Universidade Federal de Juiz de Fora
  • Jader Janer Moreira Lopes Universidade Federal de Juiz de Fora

Abstract

Neste texto, nossa atenção está voltada para entender como as relações de cuidado entre pais, filhos e filhas se materializam nos espaços. A intenção é compreender como as relações de cuidar se espacializam e como uma geografia dos cuidados engendrada pelos pais constitui uma geografia das parentalidades. Trazemos para o debate as pesquisas de Aitken (2019a, 2019b) sobre as famílias eslovenas que foram apagadas pela história, pelos instrumentos oficiais de cidadania e pela Lei de Estrangeiros e como isso afetou as relações de cuidado dos pais com seus filhos e suas filhas. Dando continuidade ao texto, apresentamos um tema que tem sido recorrente em nossas investigações, agora em território brasileiro: as práticas das benzedeiras e benzedores. Os trabalhos de Pereira e Gomes (2018) e Lopes (1998) nos ajudam a compreender melhor esses sujeitos que exercem os rituais de cura – que podem ser considerados práticas de cuidado – em que o benzedor vai forjando ao seu redor uma teia de proteção. Relacionando a figura do pai com a do benzedor, analisamos o personagem Zeca Chapéu Grande, do romance Torto arado, de Itamar Vieira Junior (2020), como uma representação possível desse sujeito que cuida de seus próprios filhos e filhas, ao mesmo tempo em que exerce uma paternidade que se expande para além de sua casa, abarcando todos aqueles que o procuram em busca de cuidado e proteção. Assim, ao longo do texto, a intenção foi evidenciar as relações entre pais e filhos e filhas que se dão nos espaços de suas vidas e como os pais vão criando uma geografia de cuidado em seu entorno.

Downloads

I dati di download non sono ancora disponibili

Biografia autore

Jader Janer Moreira Lopes, Universidade Federal de Juiz de Fora

Programa de Pós-Graduação em Educação - UFJF

Riferimenti bibliografici

Aiken, S. C. Aitken (2019a). Erasure, activism and Slovenian fathers on the edge in
times of political madness, Gender, Place & Culture, DOI: 10.1080/0966369X.2018.1556612
Disponível em: https://doi.org/10.1080/0966369X.2018.1556612

Aitken, S. C. (2019b). Jovens, direitos e território: apagamento, política neoliberal e ética pós-infância. Brasília: Universidade de Brasília.

Le Grange, L. (2018). Whatis (pos) qualitative research? Disponível em:https://www.journals.ac.za/index.php/sajhe/article/viewFile/3161/1911. Acesso em: 20 mar 2020.

Lopes, J, J. M. & Vasconcelos, T. de (2005). Geografia da Infância: reflexões sobre uma área de pesquisa. Juiz de Fora: Feme.
Lopes, J, J. M. & Vasconcelos, T. de (2006). Geografia da infância: territorialidades infantis. Currículo sem Fronteiras, 6, (1), 103-127.

Lopes, J. J. M. (1998). "Penerando" a chuva: pressupostos para uma prática etnogeográfica e endocultural. (Dissertação de Mestrado) - Curso de Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, MG, Brasil.

Pereira, E.de A,; Gomes,, N. P. de M.. (2018). Assim se benze em Minas Gerais: um estudo sobre a cura através da palavra. Belo Horizonte: Mazza Edições, 2018.

Porteaus, J.D. (1988). Topocide: the annihilation of place. In: Eyles, J. &Smith, D, M. (org..). PORTEOS, J. Douglas. Quantitative methods in geography. Cambridge: Polity Press.

Vieira Junior, I. (2020). Torto Arado. São Paulo: Todavia.
Pubblicato
2022-04-04
Come citare
Rodrigues Vieira de Paula, S., & Moreira Lopes, J. J. (2022). ASSIM SE BENZEM CRIANÇAS : GEOGRAFIAS DOS CUIDADOS E TERRITÓRIOS DE INFÂNCIAS. Psicologia Em Estudo, 27. https://doi.org/10.4025/psicolestud.v27i0.59012
Fascicolo
Sezione
Dossiê

 

0.3
2019CiteScore
 
 
7th percentile
Powered by  Scopus

 

 

0.3
2019CiteScore
 
 
7th percentile
Powered by  Scopus