Morte na maternidade: como profissionais de saúde lidam com a perda
Résumé
Comunicar a notícia de uma morte fetal é momento muito delicado, tanto para pais e familiares, quanto para o profissional de saúde, que, além de fornecer a notícia, precisa prestar assistência ao longo da internação. O objetivo geral desta pesquisa foi estudar como profissionais de saúde vivenciam e enfrentam a situação de perda gestacional decorrente da morte fetal, com base na investigação de aspectos cognitivos (percepções e significados) e emocionais (sentimentos) relacionados à situação. Com base em delineamento descritivo qualitativo e amostra de conveniência, participaram oito profissionais que prestavam assistência direta a pacientes em situação de perda gestacional, mais especificamente nos setores de ultrassonografia, centro obstétrico e enfermarias de uma maternidade pública de referência a gestantes de alto risco, localizada na cidade do Rio de Janeiro. Os participantes foram entrevistados individualmente e seus relatos verbais analisados e processados de acordo com a metodologia de análise de conteúdo de L. Bardin. Observou-se que os profissionais eram afetados pela situação de perda gestacional, já que relataram sentirem-se impotentes e frustrados diante da situação. Comunicar o diagnóstico de um óbito fetal foi indicado como um dos momentos mais delicados na prática assistencial, que, geralmente, causa frustração e desconforto. Logo, conclui-se que oferecer atenção às manifestações emocionais e comportamentais dos profissionais de saúde pode ajudá-los a elaborar suas questões subjetivas relacionadas à morte fetal no seu contexto de trabalho.Téléchargements
Références
Assunção, A. T & Tocci, H. A. (2013). Repercussão emocional do aborto espontâneo. Revista de Enfermagem UNISA. São Paulo 4: p. 5-12.
Bardin, L. (1977). Análise de Conteúdo. São Paulo: Martins Fontes.
Bowlby, J. (2004). Apego e perda: perda, tristeza e depressão. Volume 3. 3ª ed. São Paulo: Martins Fontes.
Bowlby, J. (1989). Uma Base Segura. Porto Alegre: Artes Médicas.
Brasil (2009). Ministério da Saúde. Manual de vigilância do óbito infantil e fetal e do Comitê de Prevenção do Óbito Infantil e Fetal / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde. – 2. edição – Brasília : Ministério da Saúde, 96 p. : il. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos)
Cavalheiro, A. M; Moura Junior, D. F & Lopes, A. C. (2008). Estresse de enfermeiros com atuação em unidade de terapia intensiva. Rev. Latino-Am. Enfermagem, 16 (1): 29-35.
Farias, L. N. & Villwock, C. (2010). Luto na maternidade: a perda real. Recuperado em 22 de julho de 2012: http://guaiba.ulbra.tche.br/pesquisa/2010/artigos/psicologia/salao/655.pdf.
Freire, M. C. B. (2005). O Som do Silêncio: a angústia social que encobre o luto - Um estudo sobre isolamento e sociabilidade entre enlutados do cemitério Morada da Paz. 144f. Dissertação de Mestrado em Ciências Sociais, Programa de Pós Graduação em Ciências Sociais da UFRN- Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Natal.
Fretts, R. C. (2005). Etiology and prevetions of stillbirth. American Journal of Obstetrics and Gynecology. 193, 1923-35.
Kain, V. J. (2012). An exploration of the grief experiences of neonatal nurses: A focus group study. Journal of Neonatal Nursing. doi:10.1016/j.jnn.2012.04.001.
Kovács, M. J. (2010). Sofrimento da equipe de saúde no contexto hospitalar: cuidando do cuidador profissional. O Mundo da Saúde, São Paulo, 34(4):420-429.
Kübler-Ross, E. (2005). Sobre a morte e o morrer: o que doentes terminais têm para ensinar a médicos, enfermeiras, religiosos e aos seus próprios parentes. 8ª edição. São Paulo: Martins Fontes.
Montero, S. M. P.; Sánchez, J.M.R.; Montoro, C.H.; Crespo, M.L.; Jaén, A.G.V.; Tirado, M.B.R. (2011, novembro/dezembro). A experiência da perda perinatal a partir da perceptiva dos profissionais de saúde. Revista. Latino-Americana de Enfermagem,19(6). Recuperado em 12 de dezembro de 2013 de http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-11692011000600018&script=sci_arttext&tlng=pt
Nazaré, B.; Fonseca, A.; Pedrosa, A. A. & Canavarro, M. C. (2010). Avaliação e intervenção psicológica na perda gestacional. Peritia | Edição Especial: Psicologia e Perda Gestacional, 3, 37-46.
Pacheco, S. (2004). Cuidar a Pessoa em fase Terminal – Perspectiva Ética (2ª ed.) Loures: Lusodidacta.
Pires, C. (2010). Luto: Processo de viver a morte. In: Emoções em Saúde. ISBN: 978-989-96617-1-4. p 142-151. Recuperado em: 23 de julho de 2013. http://pt.scribd.com/doc/95143679/emocoes-em-saude
Ribeiro, A. A. S. (2013). A escuta clínica no hospital geral: uma questão. Revista de Psicologia. Edição 1. Belo Horizonte, Fevereiro, 2013. ISSN 2177 4552. Recuperado em 15 de janeiro de 2014, de: http://npa.newtonpaiva.br/psicologia/e5-05-a-escuta-clinica-no-hospital-geral-uma-questao/
Santos, C. da S.; Marques. J. F.; Carvalho, F. H. C.; Fernandes, A. F. C.; Henriques, A. C. P. T.; Moreira, K. A. P. (2012, abril/junho). Percepções de enfermeiras sobre a assistência prestada a mulheres diante do óbito fetal. Esc. Anna Nery. 16 (2). Rio de Janeiro. Recuperado em 01 de setembro de 2012, de http://www.scielo.br/pdf/ean/v16n2/10.pdf
Shimizu, H. E. (2007). Como os trabalhadores de enfermagem enfrentam o processo de morrer. Revista Brasileira de Enfermagem, 60 (3), 257-62.
As opiniões emitidas, são de exclusiva responsabilidade do(s) autor(es). Ao submeterem o manuscrito ao Conselho Editorial de Psicologia em Estudo, o(s) autor(es) assume(m) a responsabilidade de não ter previamente publicado ou submetido o mesmo manuscrito por outro periódico. Em caso de autoria múltipla, o manuscrito deve vir acompanhado de autorização assinada por todos os autores. Artigos aceitos para publicação passam a ser propriedade da revista, podendo ser remixados e reaproveitados conforme prevê a licença Creative Commons CC-BY.
The opinions expressed are the sole responsibility of the author (s). When submitting the manuscript to the Editorial Board of Study Psychology, the author (s) assumes responsibility for not having previously published or submitted the same manuscript by another journal. In case of multiple authorship, the manuscript must be accompanied by an authorization signed by all authors. Articles accepted for publication become the property of the journal, and can be remixed and reused as provided for in theby a license Creative Commons CC-BY.







