Representações sociais do empreendedorismo no feminino e no masculino: investigação com estudantes

  • Rosa Monteiro Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra e
  • Catarina Silveiro Instituto Superior Miguel Torga
  • Fernanda Daniel Instituto Superior Miguel Torga e Centro de Estudos e Investigação em Saúde – CEISUC

Résumé

Neste artigo entende-se o empreendedorismo como um processo socialmente construído por cognições sociais e práticas quotidianas que moldam e são moldadas pelas relações de gênero. O objetivo do estudo foi conhecer as representações sociais do empreendedorismo, uma atividade geralmente formulada como masculina. Esperava-se que as representações e estereotipia de gênero influenciassem as concepções de empreendedor e empreendedora. Usou-se a técnica de associação livre de palavras, com posterior análise de núcleo central e periférico de representações. Concluiu-se que existe uma valorização de atributos como liderança, dinamismo e criatividade ou inovação. Estes atributos estão associados à ideologia Schumpeteriana de empreendedorismo. No entanto, no núcleo periférico de representações surgiram nuances mais complexas e críticas. Verificou-se também uma associação entre atributos do empreendedorismo e atributos estereotipadamente masculinos, enquanto emergiu maior heterogeneidade nas representações de mulher empreendedora pela evocação de atributos associados ao estereótipo de feminilidade (simpatia, beleza, elegância, vaidade). 

Téléchargements

Les données sur le téléchargement ne sont pas encore disponible.

Bibliographies de l'auteur

Rosa Monteiro, Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra e

Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra e Instituto Superior Miguel Torga. Coimbra, Portugal. Doutorada em sociologia, investigadora no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. Professora do Instituto Superior Miguel Torga. Vice-presidente da Associação Portuguesa de Estudos sobre as Mulheres. Último livro: (2013) com Virgínia Ferreira, Trabalho, Igualdade e Diálogo Social Estratégias e desafios de um percurso. Lisboa, CITE. Último artigo: com L. Agostinho e F. Daniel (2015), "Um diagnóstico da desigualdade de gênero num município em Portugal: estruturas e representações", Revista de Administração Pública, 49, 2, 423-446. 

Catarina Silveiro, Instituto Superior Miguel Torga

É licenciada em História pela Faculdade de Letras da
Universidade de Coimbra, Portugal. Mestre em Gestão de Recursos Humanos e Comportamento Organizacional, pelo Instituto Superior Miguel Torga, Coimbra Portugal.

Fernanda Daniel, Instituto Superior Miguel Torga e Centro de Estudos e Investigação em Saúde – CEISUC

Doutora em Psicologia (Desenvolvimento e Intervenção Psicológica); Investigadora no Centro de Estudos e Investigação em Saúde – CEISUC - Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra. Professora do Instituto Superior Miguel Torga na área da estatística e da metodologia. Último artigo em coletânea [Daniel, F., Guadalupe, S., Ribeiro. A., & Silva, A.G. (2013). Recursos na velhice: um estudo sobre a saúde física e as actividades da vida diária de idosos utentes do serviço de apoio domiciliário. In G. Cunha e R. Martins (Ed.), Estatística e Qualidade na Saúde. (pp.23-32). Lisboa: INE.]. Último artigo [Daniel, F., Simões, T. & Monteiro R. (2012). Representações sociais do “envelhecer no masculino” e do “envelhecer no feminino”. Revista Ex Aequo, 26, 13-26.].

Références

Abric, J. C. (1993). Central System, peripheral system: their functions and roles, in the dynamics of social representations. Papers on Social Representations, 2 (2),75-78.

Acker, J. (2009). From glass ceiling to inequality regimes. Sociologie Du Travail, 51(2), 199–217. doi:10.1016/j.soctra.2009.03.004

Ahl, H. (2006). Why research on women entrepreneurs needs new directions. Entrepreneurship Theory and Practice, 30(5), 595–621.

Ahl, H., & Nelson, T. (2010). Moving forward: institutional perspetives on gender and entrepreneurship. International Journal of Gender and Entrepreneurship. Vol. 2 No. 1, 2010. 5-9. doi 10.1108/17566261011044259.

Ahl, H., & Marlow, S. (2012). Exploring the dynamics of gender, feminism and entrepreneurship: advancing debate to escape a dead end? Organization, 19(5), 543–562. doi:10.1177/1350508412448695

Baker, T., Aldrich, H. E., & Liou, N. (1997). Invisible entrepreneurs: the neglect of women business owners by mass media and scholarly journals in the USA. Entrepreneurship and Regional Development, 9(3), 221-238.

Beaufils B. (1996). Statistiques appliquées à la psychologie: statistiques descriptives. Paris: Bréal.

Bosma, N. & Levie, J. (2009). Global entrepreneurship monitor: 2009 executive report. Acedido em 12, julho, 2013 em http://www.gemconsortium.org

Cromack, L. M. F., Bursztyn, I., & Tura, L. F. R. (2009). O olhar do adolescente sobre saúde: um estudo de representações sociais. Ciência & Saúde Coletiva, vol. 14, no. 2, 627-634.

Drucker, P. F. (1986). Inovação e Espírito Empreendedor: Prática e Princípios. S. Paulo: Pioneira.

Camargo, B. V., Justo, A. M., & Jodelet, D. (2010). Normas, Representações Sociais e Práticas Corporais. Revista Interamericana de Psicología, 44(3), 456-464.

Jones, S. (2009). The Social Construction of Entrepreneurship: The Self-MadeMan or the Man-Made self? London: Institute for Small Business and Entrepreneurship www.isbe.org.uk

Lewis, P. (2006). The quest for invisibility: female entrepreneurs and the masculine norm of Entrepreneurship. Gender, Work and Organization, 13(5), 453-69.

Mirchandani, K. (1999). Feminist insight on gendered work: new directions in research on women and entrepreneurship. Gender, Work and Organization, 6(4), 224-235.

Moscovici, S. (1976). Psicologie sociale. Paris: PUF.

Moscovici, S. (1981). Social Cognition: perspetives on everyday understanding. Londres: Academic Press.

Moscovici, S. (1984). The phenomenon of Social Representations. Social Representations. Cambridge: Cambridge University Press.

Nobre, N. C. S., (2011). A mobilização de recursos para o empreendedorismo: O contraste nos casos de necessidade e de oportunidade. Dissertação de Mestrado apresentada à Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra

Nogueira, C. (2009). Mulheres com negócios: contributos para uma avaliação do potencial emancipatório do empreendedorismo feminino. Dissertação apresentada em Sociologia apresentada à Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra.

OCDE (2004). Women’s entrepreneurship: issues and policies. Recuperado em 10 março, 2013, de http://www.oecd.org/cfe/smes/31919215.pdf

Schumpeter, J. A. (1985). A Teoria do Desenvolvimento Económico. São Paulo: NovaCultural.

Smith, R. (2010). Masculinity, Doxa and the Institutionalisation of entrepreneurial Identity in the Novel City Boy. The International Journal of Entrepreneurship and Gender, 2(1), 27-48.

Tagg, S. & Wilson, F. (2012). Construing business owners: are men and women really different? International Journal of Gender and Entrepreneurship, 2 (1). ISSN 1756-6266

Vala, J. & Monteiro, M. B. (2000) Psicologia social. Serviço de Educação Fundação Calouste Gulbenkian, 4ª edição.

West, C. & Zimmerman, D.H. (1987). Doing gender. Gender & Society, 1(2), 125-51.

Wilson, F. & Tagg, S. (2010). Social constructionism and personal constructivism: Getting the business owner’s view on the role of sex and gender. International Journal of Gender and Entrepreneurship, Vol. 2 No. 1. 68-82.

Zapalska, A. (1997). A profile of woman entrepreneurs and enterprises in Poland. Journal of Small Business Management, 35(4), 76-82.

Publiée
2015-01-01
Comment citer
Monteiro, R., Silveiro, C., & Daniel, F. (2015). Representações sociais do empreendedorismo no feminino e no masculino: investigação com estudantes. Psicologia Em Estudo, 20(1), 107 - 116. https://doi.org/10.4025/psicolestud.v20i1.25539
Rubrique
Artigos originais

 

0.3
2019CiteScore
 
 
7th percentile
Powered by  Scopus

 

 

0.3
2019CiteScore
 
 
7th percentile
Powered by  Scopus