A ALIENAÇÃO PARENTAL NO BRASIL: UMA REVISÃO DAS PUBLICAÇÕES CIENTÍFICAS
Resumo
De grande relevância às áreas comuns da psicologia e direito, o tema da Alienação Parental (AP), bem como da Síndrome de Alienação Parental (SAP), ganhou destaque nacional a partir da aprovação da lei 12.318/2010, que prevê punição para a prática alienadora e determina a atuação do psicólogo judiciário na investigação dos casos suspeitos. Contudo trata-se de assunto controverso do ponto de vista científico, sendo que, em nosso país, há grande carência por estudos. Com o objetivo de traçar um panorama nacional sobre as pesquisas na área, o presente estudo consistiu na revisão da literatura científica brasileira sobre o assunto até julho de 2015. Foram selecionados e analisados 13 artigos, sendo que nove deles são textos dissertativos e apenas quatro apresentam resultados de investigações empíricas. Infelizmente a maioria dos artigos encontrados, inclusive os estudos empíricos, não parece trazer contribuições relevantes para a área. Conclui-se que a baixa produção de estudos científicos sobre o tema prejudica o desenvolvimento conceitual e a atuação dos profissionais que trabalham com famílias em disputas judiciais.
Downloads
Referências
American Psychiatric Association. (2002). Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-IV-TR [Diagnostic and statistical manual of mental disorders: DSM-IV-TR]. (C. Dornelles, Trad., 4a ed.). Porto Alegre, RS: Artmed.
American Psychiatric Association. (2013). Diagnostic and statistical manual of mental disorders: DSM-5 (5th ed.) Washington, DC: American Psychiatric Association.
Barbosa, L. P. G. & Castro, B. C. R. (2013). Alienação parental: Um retrato dos processos e das famílias em situação de litígio. Brasília: Liber Livro.
Bow, J., Gould, J. W., & Flens, J. R. (2009). Examining parental alienation in child custody cases: A survey of mental health and legal professionals. American Journal Of Family Therapy, 37(2), 127-145.
Brasil (2008) Lei n.º11698/08 de 13 de Junho de 2008. (2008, 13 de junho). Altera os artigos 1.583 e 1.584 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 – Código Civil, para instituir e disciplinar a guarda compartilhada. Brasília, DF: Presidência da República: Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Recuperado em 03 julho, 2015, de http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11698.htm
Brasil (2010). Lei nº12.318/10 de 26 de agosto de 2010. Dispõe sobre a alienação parental e altera o artigo 236 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Brasília, DF: Presidência da República: Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Recuperado em 03 julho, 2015, de http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12318.htm
Bruch, C. S. (2001). Parental alienation syndrome and parental alienation: Getting it wrong in child custody cases. Family Law Quarterly, 35, 527–552.
Dallam, S. J. (1999). Parental Alienation Syndrome: Is it scientific? In E. St. Charles & L. Crook (Eds),Expose: The failure of familycourt stop protect children from abuse in custody disputes. Los Gatos , CA: Our Children Our Children Charitable Foundation.
Darnall, D. (1998). Divorce Casualties: Protecting Your Children from Parental Alienation. Lanham: Taylor Trade Publishing.
Denollet, J., Smolderen, K. G. E., van den Broek, K. C., & Pedersen, S. S. (2007). The 10-item Remembered Relationship with Parents (RRP10) scale: Two-factor model and association with adult depressive symptoms. Journal of Affective Disorders, 100,179-189.
Faller, Kathleen (1998). The Parental Alienation Syndrome: What Is it and What Data Support It?. Child Maltreatment, 2(3), 100-115.
Gardner, R. A. (1985). Recent Trends in divorce and custody litigation. Academy Forum, 29(2), 3-7.
Gardner, R. A. (2001). Parental Alienation Syndrome (PAS): Sixteen Years Later. Academy Forum, 45(1), 10-12.
Gardner, R. A. (2002). Denial Of The parental alienation syndrome also harms women. American Journal Of Family Therapy, 30(3), 191-202.
Moné, J. G., & Biringen, Z. (2012). Assessing parental alienation: Empirical assessment of college students' recollections of parental alienation during their childhoods. Journal of Divorce & Remarriage, 53, 157-177.
Serafim, A. P., Marques, N. M. & Saffi, F. (2014). Processos de investigação Neuropsicológica de crianças vítimas de abuso sexual. Em L. C. A. Williams & L. F. Habigzang (Orgs). Crianças e adolescentes vitimas de violência: Prevenção, avaliação e intervenção. Curitiba: Juruá.
Shine, S. (2003). Abuso sexual de crianças. Em G. Groeninga & R. Pereira (Eds.). Direito de família e psicanálise – rumo a uma nova epistemologia. Rio de Janeiro: Imago.
Sottonayor, M. C. (2011). Uma análise da Síndrome de Alienação Parental e os riscos da sua utlização nos tribunais de família. Julgar - Edição da Associação Sindical dos Juízes Portugueses: 13(jan-abr), 73-107.
Walker, L. & Shapiro, D. (2010). Parental alienation disorder: Why Label Children With a mental diagnosis? Journal of Child Custody, 7, 266-286.
Williams, L.C.A. (2013). Violência psicológica praticada contra a criança e o adolescente: Definições e contextualização. Em: Childhood Brasil & Associação Brasileira de Magistrados, Promotores de Justiça e Defensores Públicos da Infância e da Juventude (ABMP). (Orgs.). Violência sexual contra a criança e adolescente: Novos olhares sobre diferentes formas de violações. (pp. 125-133). São Paulo: Childhood Brasil.
/Williams, L.C.A. & D´Affonseca, S.M. (2015). Child Sexual Abuse in Brazil: Awareness, legal aspects and examples prevention strategies. In: S. Deb (Ed.). Child Safety, welfare and wellbeing: Issues And Challenges. (pp. 359-366). New Delhi: Springer. DOI 10.1007/978-81-322-2425-9_23
As opiniões emitidas, são de exclusiva responsabilidade do(s) autor(es). Ao submeterem o manuscrito ao Conselho Editorial de Psicologia em Estudo, o(s) autor(es) assume(m) a responsabilidade de não ter previamente publicado ou submetido o mesmo manuscrito por outro periódico. Em caso de autoria múltipla, o manuscrito deve vir acompanhado de autorização assinada por todos os autores. Artigos aceitos para publicação passam a ser propriedade da revista, podendo ser remixados e reaproveitados conforme prevê a licença Creative Commons CC-BY.
The opinions expressed are the sole responsibility of the author (s). When submitting the manuscript to the Editorial Board of Study Psychology, the author (s) assumes responsibility for not having previously published or submitted the same manuscript by another journal. In case of multiple authorship, the manuscript must be accompanied by an authorization signed by all authors. Articles accepted for publication become the property of the journal, and can be remixed and reused as provided for in theby a license Creative Commons CC-BY.