REDE SOCIAL DE APOIO NO LUTO: A QUEM CONFIAR MINHA TRISTEZA?!
Résumé
Este artigo tem como objetivo compreender como ocorre o compartilhamento de vivências de perda e apoio social tecido nas redes sociais significativas de pessoas enlutadas. O estudo qualitativo foi desenvolvido com 12 pessoas que perderam um membro familiar. Para a coleta de dados utilizaram-se a entrevista semiestruturada e o mapa de redes, e para a organização e integração dos dados foram utilizados os procedimentos de codificação da Teoria Fundamentada. Destacam-se os diferentes atores envolvidos num macro e microssistema de relacionamentos formados em torno do apoio à expressão e compartilhamento de vivências de luto. Assim, familiares, amigos, profissionais de saúde, colegas de trabalho e estudo desenvolveram um processo relacional de dar e receber apoio emocional, companhia social e ajuda material à pessoa em luto. Por sua vez, as características dos vínculos interpessoais do enlutado com os membros de sua rede, como a multidimensionalidade, a história da relação, disponibilidade e reciprocidade, facilitaram o compartilhamento das vivências de luto. Sob a perspectiva da promoção da saúde, cabe aos profissionais potencializar o apoio social que é adequado a cada pessoa enlutada tendo em vista os recursos de apoio disponíveis na sua rede de relações significativas. Considera-se que é pelo protagonismo do enlutado e o apoio dado e percebido no contexto das redes sociais significativas que é possível ocorrer a integração psicossocial de pessoas enlutadas que vivem uma situação de luto na contemporaneidade.
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