CLÍNICA PSICANALÍTICA IMPLICADA: CONEXÕES COM A CULTURA, A SOCIEDADE E A POLÍTICA
Resumo
Este artigo aborda os dilemas do avanço da psicanálise quando leva em conta certas problemáticas, tais como exclusão social, racismos e situações outras desse gênero. Essas questões emergem quando o psicanalista oferece sua escuta na pólis: em instituições de saúde, de assistência ou de educação, em comunidades. Tais práticas psicanalíticas que denominamos aqui de clínico-políticas se dão nos limites do campo psicanalítico e incitam ao diálogo necessário com outros campos de conhecimento. Também convocam ao aprofundamento dos conceitos e à criação de dispositivos clínicos condizentes com a dimensão sociopolítica do sofrimento. Na primeira parte do artigo, abordamos o avanço teórico da psicanálise em relação à teoria da cultura. Na construção da psicanálise, Freud articula clínica, teoria e questões sociais. A partir dele, no entanto, o avanço teórico da psicanálise na sua interface com a cultura aparentemente privilegiou os fatos artísticos e religiosos, em detrimento da dimensão política, econômica e social. Na segunda parte, apresentamos nossa concepção de psicanálise clínico-política ou a de psicanálise implicada.
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Referências
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