VIOLÊNCIA E RESGATE DO HUMANO: UM OLHAR FENOMENOLÓGICO PARA A PERIFERIA DE SALVADOR
Resumo
O artigo relata uma pesquisacujo objetivo foi compreender as vivências fundamentais de pessoas inseridas em um contexto de violência e investigar a repercussão destas vivências em seu processo formativo, tomando como referência a fenomenologia de Edith Stein. A pesquisa se deu no bairro do Uruguai, periferia de Salvador (BA) e o acesso às vivências ocorreu pela confecção de um diário de bordo e pela realização de entrevistas abertas. Foram realizadas análises do percurso individual de quatro participantes e de 15 entrevistas em que foram identificadas oito vivências fundamentais, descritas e analisadas do ponto de vista formativo: improviso; morte; chagas; violência; solidariedade; periferia; maternidade e religiosidade. O estudo mostrou a contribuição de Edith Stein para a compreensão da violência do ponto de vista antropológico e para uma aproximação mais humana daqueles que habitam as periferias. Mostrou que mesmo em um contexto de violência, a pessoa é capaz de se posicionar livremente frente às situações externas e às próprias determinações, estruturando e buscando perspectivas de vida para além do que está dado. Neste sentido, uma intervenção possível em contextos de violência seria ajudar as pessoas a tomarem distância do vivido e a se fortalecerem interiormente de modo a elaborar respostas pessoais, participando ativamente da própria formação e da transformação do seu contexto.
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