ENSINO POR INVESTIGAÇÃO SOBRE SEMENTES CRIOULAS: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Palavras-chave: Semente crioula. Atividade investigativa. Ensino Médio.

Resumo

Este artigo relata a experiência com atividades investigativas no ensino de Biologia do Ensino Médio. Tem como objeto de pesquisa as sementes crioulas, provenientes das variedades tradicionais, consideradas patrimônio genético no Brasil. Estabeleceu como objetivo refletir sobre essa prática pedagógica utilizando-se de uma situação problema, da pesquisa científica e do sistema de cadastro de experiência com sementes crioulas, da Secretaria de Desenvolvimento Rural da Bahia. A reflexão sobre a prática pedagógica revela alguns desafios, como a falta de aproximação entre a cultura escolar com a cultura científica e vice versa. Entretanto, indica um bom exercício para efetivar diversas etapas da investigação científica, sendo um tema de forte relação com conhecimentos biológicos. 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ADALID, A. M.; ROSELLÓ, S.; NUEZ, F. Evaluation and selection of tomato accessions (Solanum section Lycopersicon) for content of lycopene, β-carotene and ascorbic acid. Journal of Food Composition and Analysis, v. 23, n. 6, p. 613–618, 2010.
ALTIERI, M. Agroecologia, agricultura camponesa e soberania alimentar. Revista Nera, v. 16, p. 22–32, 2010.
ARTAXO, P. As três emergências que nossa sociedade enfrenta: saúde, biodiversidade e mudanças climáticas. Estudos Avançados, v. 34, n 100, set.-dez. 2020.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6022: informação e documentação: artigo em publicação periódica técnica e/ou científica: apresentação. 2. ed. Rio de Janeiro, 2018.
BAHIA. Secretaria da Educação do Estado da Bahia. Educação do campo. Salvador, 2021b.
BAHIA. Secretaria da Educação do Estado da Bahia. Diagnóstico das escolas do campo do Estado da Bahia. Salvador, 2017.
BAHIA. Secretaria de Desenvolvimento Rural. Cadastro de experiências com sementes crioulas. Salvador, 2018.
BAHIA. Secretaria de Desenvolvimento Rural. Cadastro de experiências com sementes crioulas. Salvador, 2021a.
BAIDU-FORSON, J. J.; HODGKIN, T.; JONES, M. Introduction to special issue on agricultural biodiversity, ecosystems and environment linkages in Africa. Agriculture, Ecosystems and Environment, v. 157, p. 1–4, 2012.
BANDOUK, A. C. Ser protagonista: biologia, 3°ano, ensino médio. 3. ed. São Paulo: Edições SM, 2016.
BIASI, R. et al. Linking traditional tree-crop landscapes and agro-biodiversity in central Italy using a database of typical and traditional products: a multiple risk assessment through a data mining analysis. Biodiversity and Conservation, v. 24, n. 12, p. 3009–3031, 2015.
BORGES, A. T. Novos rumos para o laboratório escolar de ciências. Cad. Bras. Ens. Fís., v. 19, n.3, p. 291-313, dez. 2002.
BRASIL. Lei n° 13.123, de 20 de maio de 2015. Dispõe sobre o acesso ao patrimônio genético, sobre a proteção e o acesso ao conhecimento tradicional associado e sobre a repartição de benefícios para conservação e uso sustentável da biodiversidade. Brasília, DF, 2015
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular Ensino Médio. Brasília, DF, 2020.
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Agrário. Portaria n° 51, de 3 de outubro de 2007. Torna permanente e amplia o Cadastro Nacional de Cultivares Locais, Tradicionais e Crioulas. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 6 out. 2007.
CALVET-MIR, L.; GOMEZ-BAGGETHUN, E.; REYES-GARCIA, V. Beyond food production: Ecosystem services provided by home gardens. A case study in Vall Fosca, Catalan Pyrenees, Northeastern Spain. Ecological Economics, v. 74, p. 153–160, 2012.
CAPORAL, F. R.; AZEVEDO, E. O. (Org.). Princípios e perspectivas da agroecologia. Curitiba: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Paraná, 2011.
CARVALHO, A. M. P. de. Fundamentos teóricos e metodológicos do ensino por investigação. Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências, Belo Horizonte, v. 18, n. 3, p. 765-794, 2018.
CARVALHO, M. A. A. P. de. et al. Cereal landraces genetic resources in worldwide Gene Banks. A review. Agronomy for Sustainable Development, p. 177-203, 2013.
CINTRA, S. L. A. D.; CORREIA, L. B. S.; TENO, N. A. C. Pesquisa narrativa: Uma metodologia para compreender experiências formativas. Brazilian Journal of Development, Curitiba, v. 6, n. 9, p.66451-66463, sep. 2020.
CLANDININ, D. J.; CONNELLY, F. M. Pesquisa narrativa: experiência e história em pesquisa qualitativa. Tradução: Grupo de Pesquisa Narrativa e Educação de Professores ILEEI/UFU. Uberlândia: EDUFU, 2015.
CLEMENT; L.; TERRAZZAN, E. A. Resolução de problemas de lápis e papel numa abordagem investigativa. Experiências em Ensino de Ciências, v.7, n.2, 2012.
DALTRO, M. R.; FARIA, A. A. de. Relato de experiência: uma narrativa científica na pós-modernidade. Estudos e Pesquisas em Psicologia, v. 19, n. 1, p. 223-237 jan.-abr, 2019.
DENISON, R. F. Increasing cooperation among plants, symbionts, and farmers is key to past and future progress in agriculture. Journal of Bioeconomics, p. 223–238, 2014.
FOOD AND AGRICULTURE ORGANISATION OF THE UNITED NATIONS. The second report on the state of the world’s plant genetic resources for food and agriculture. Rome, 2010.
GALIAZZI, M. do C.; MORAES, R. Educação pela pesquisa como modo, tempo e espaço de qualificação da formação de professores de ciências. Ciência & Educação, Bauru, v. 8, n. 2, p. 237-252, 2002.
GONZÁLEZ, F. E. Reflexões sobre alguns conceitos da pesquisa qualitativa. Revista Pesquisa Qualitativa. São Paulo, v. 8, n.17, p.155-183, ago. 2020.
HAJJAR, R.; JARVIS, D. I.; GEMMILL-HERREN, B. The utility of crop genetic diversity in maintaining ecosystem services. Agriculture, Ecosystems and Environment, v. 123, n. 4, p. 261–270, 2008.
HELICKE, N. A. Seed exchange networks and food system resilience in the United States. Journal of Environmental Studies and Sciences, v. 5, n. 4, p. 636–649, 2015.
JACKSON, L. E.; PASCUAL, U.; HODGKIN, T. Utilizing and conserving agrobiodiversity in agricultural landscapes. Agriculture, Ecosystems and Environment, v. 121, n. 3, p. 196–210, 2007.
JARVIS, D. I. et al. A global perspective of the richness and evenness of traditional crop-variety diversity maintained by farming communities. Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America, v. 105, n. 14, p. 5326–5331, 2008.
MAXTED, N. et al. Landrace conservation strategy for the United Kingdom. Birmingham: The University of Birmingham, 2014.
MELLO, D.: MURPHY, S.: CLANDININ, D. J. Introduzindo a investigação narrativa nos contextos de nossas vidas: uma conversa sobre nosso trabalho como investigadores narrativos. Revista Brasileira de Pesquisa (Auto) Biográfica, Salvador, v. 1, n. 3, p. 565-583, set/dez. 2016.
MELO, M. C. H. de; CRUZ, G.de C. Roda de Conversa: uma proposta metodológica para a construção de um espaço de diálogo no Ensino Médio. Imagens da Educação, v. 4, n. 2, p. 31-39, 2014.
MERCATI, F. et al. Genetic diversity and population structure of an Italian landrace of runner bean (Phaseolus coccineus L.): inferences for its safeguard and on-farm conservation. Genetica, v. 143, n. 4, p. 473–485, 2015.
MUNFORD, D.; LIMA, M. E. C. de C. Ensinar ciências por investigação: em quê estamos de acordo? Ens. Pesqui. Educ. Ciênc. Belo Horizonte, v. 9, n. 1, jun. 2007.
NICHOLLS, C. I. et al. Agroecologia e o desenho de sistemas agrícolas resilientes as mudanças climáticas. Revista Agriculturas: experiências em agroecologia. Rio de Janeiro, 2015.
NOGUERA, A. D. et al. Amplifying the benefits of agroecology by using the right cultivars. Ecological Applications. v. 21, n. 7, p. 2349–2356, 2011.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Objetivos do desenvolvimento sustentável. Brasília, DF, 2021.
PETERSEN, P.; ALMEIDA, E. Revendo o conceito de fertilidade: conversão ecológica do sistema de manejo dos solos na região do Contestado. Revista Agriculturas: experiências em agroecologia. Rio de Janeiro, v. 5, n. 3, 2008.
SASSERON, L. H. Alfabetização científica, ensino por investigação e argumentação: relações entre ciências da natureza e escola. Ens. Pesqui. Educ. Ciênc. Belo Horizonte, v.17, p. 49-67, nov. 2015.
TEIXEIRA, A. de A. Informações históricas sobre a cidade de Castro Alves. Castro Alves: Prefeitura Municipal, 1990.
TRIVELATO, S. L. F.; TONIDANTEL, S. M. R. Ensino por investigação: eixos organizadores para sequências de ensino de biologia. Ens. Pesqui. Educ. Ciênc. Belo Horizonte, v. 17, p. 97-114, nov. 2015.
VIGOUROUX, Y. et al. Biodiversity, evolution and adaptation of cultivated crops. Comptes Rendus - Biologies, v. 334, n. 5-6, p. 450–457, 2011.
VILLA, T. C. C. et al. Defining and identifying crop landraces. Plant Genetic Resources, v. 3, n. 3, p. 373–384, 2005.
VILLARDI, M. L.; CYRINO, E. G.; BERBEL N. A. N. (Org.). Mudança de paradigma no ensino superior em saúde e as metodologias problematizadoras. In: A problematização em educação em saúde: percepções dos professores tutores e alunos [online]. São Paulo: Editora UNESP; Cultura Acadêmica, 2015. Cap. 1, p. 23-44. .
ZEVEN, A. C. Landraces: A review of definitions and classifications. Euphytica 104: 127–139, 1998
Publicado
2022-08-02
Como Citar
Agnese da Rocha, E., & Ferreira-Silva, A. (2022). ENSINO POR INVESTIGAÇÃO SOBRE SEMENTES CRIOULAS: RELATO DE EXPERIÊNCIA. Teoria E Prática Da Educação, 25(2), 198-213. https://doi.org/10.4025/tpe.v25i2.62839
Seção
Artigos