A constituição docente e as espirais autorreflexivas: investigação-formação-ação em Ciências
DOI:
https://doi.org/10.4025/rvc.v1i1.63585Palavras-chave:
Investigação-Formação-Ação, Ensino de Ciências, Formação de Professores, Professores InvestigadoresResumo
Este estudo é uma narrativa de pesquisadores ativos do campo da formação de professores em Ciências, que tem por base o conhecimento prático produzido por meio da reflexão pelo modelo da Investigação-Formação-Ação em Ciências (IFAC). Para mediar a discussão, investimos no desenvolvimento e análise de um Componente Curricular (CCR) de IFAC junto a um Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências, levando em conta narrativas reflexivas produzidas por professores investigadores em Diários de Formação (DF) e em Relatos de Experiência (RE). Junto a esses meios, em paralelo estão dois movimentos de pesquisa quanto ao desenvolvimento das espirais autorreflexivas indicadas pelo modelo da Investigação-Ação (IA): num primeiro movimento, está a busca de compreensões possibilitadas pelo desenvolvimento do CCR IFAC, investindo-se na análise de Diários de Formação produzidos pelos professores investigadores (mestrandos) e, num segundo movimento, está a compreensão das concepções de ensino/formação dos investigadores envolvidos, considerando racionalidades definidas no arcabouço do referencial de IA como sendo: i) Técnica; ii) Prática e iii) Crítica/Emancipatória. Ademais, também nos esforçamos sobre a compreensão de espirais autorreflexivas dos investigadores envolvidos em diálogo com os tipos de relatos de experiências produzidos, que emergiram as seguintes categorias: i) Técnico; ii) Narrativo e iii) Formativo. O diálogo implica pensar possibilidades e desafios do modelo de IFAC, com o propósito de qualificar, intervir e transformar os processos de ensinar e aprender em Ciências.
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