“SE FUI TRISTE, NÃO ME LEMBRO!”
RESISTÊNCIAS E SUBJETIVAÇÕES NAS AULAS DE HISTÓRIA
Abstract
Nosso propósito inicial, neste artigo, é construir o debate que tomou forma a partir da decisão de uma professora de História de uma escola pública federal de realizar uma visita a um assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Uma atividade educativa que gerou dois efeitos. Por um lado, a reação por parte de alguns pais e responsáveis que atacaram a professora e a atividade, com postagens nas redes sociais e denúncias na Ouvidoria da Universidade à qual a escola é vinculada. Por outro, a organização de experiências didáticas como resistência aos ataques feitos a ela e à sua atividade pedagógica. Esses dois aspectos nos conduziram ao foco principal de análise: as subjetivações discentes que emergiram a partir dos dois eventos pedagógicos. Nesse sentido, colocamos em discussão os efeitos do conservadorismo naquilo em que, comumente, ele não é tratado, ou seja, nas inventividades que eles suscitam como potencialidades das escolas. Para isso, mobilizaremos teóricos das perspectivas pós-fundacional e pós-estruturalista para pensar o combate profícuo pela História, pelos ofícios de historiador e de professor de História e pelo direito de nossos alunos e alunas terem acesso ao conhecimento historiográfico na escola como ferramenta para criar e recriar mundos possíveis.
Downloads
Metrics
References
Albuquerque Junior, D. M. (2016). Regimes de historicidade: como se alimentar de narrativas temporais através do ensino de história. In: Gabriel, C. T.; Monteiro, A. M.; Martins, M. L. B. (Orgs). Narrativas do Rio de Janeiro nas aulas de história (p. 21-42). Rio de Janeiro: Mauad X.
BALDAIA, F. P. B; ARAÚJO, T. M; ARAÚJO, S. S. de. O Bolsonarismo e o Brasil Profundo: notas sobre uma pesquisa. Anais XVII ENECULT – Encontro de Estudos multidisciplinares em cultura. Salvador, 2021.
Burity, J. A. (2010). Teoria do discurso e educação: reconstruindo o vínculo entre cultura e política. Revista Teias, v. 11, n. 22, 7-29.
Fico, C. (2021). Quem escreve a História: a qualificação do historiador. In: Pinsk, J. & Pinsk, C. B. Novos combates pela história: desafios – ensino (p. 25-50). São Paulo: Contexto, 2021.
Foucault, M. (1988). A história da sexualidade I: a vontade de saber. Rio de Janeiro: Edições Graal.
Foucault, M. (2014). Ditos e escritos IX: genealogia da ética, subjetividade e sexualidade. Rio de Janeiro: Forense Universitária.
Gabriel, C. T. (2019). Currículo de História. In: Ferreira, M. M; Oliveira, M. M. D. (Org.). Dicionário de Ensino de História (p. 72-78). Rio de Janeiro: FGV.
Gabriel, C. T. (2013). O “outro” como elemento incontornável na produção do conhecimento histórico. In: Pereira, A. A.; Monteiro, A. M. M. (Orgs.). Ensino de história e culturas afro-brasileiras e indígenas (p. 287- 311). Rio de Janeiro: Pallas.
Hall, S. (2014). Quem precisa da identidade? In: Silva, T. T. (org.). Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais (p. 103-131). Petrópolis, RJ: Vozes.
Laclau, E. (2011). Emancipação e diferença. Rio de Janeiro: EdUERJ.
Mouffe, C. (2015). Sobre o político. [tradução Fernando Santos]. – São Paulo: Editora WMF Martins Fontes.
Paraíso, M. (2018). Gênero, sexualidade e heterotopia: entre esgotamentos e possibilidades nos currículos. In: Ribeiro, P. R. C. et al. Corpo, gênero e sexualidade: resistência e ocupa(ações) nos espaços de educação (p. 7-27). Rio Grande: Ed FURG.
Pereira, N. M. (2021). O tempo multiplicado: não há ética no ensino de História sem a problematização do tempo. Palavras ABEHrtas, [S. l.], n. 3, p. 1-11.
Pereira, N. M., & Torelly, G. (2020). Uma aula de história não narcísica. Revista Espaço do Currículo, v. 13, 753-767.
Pinsk, J. & Pinsk, C. B. (2021). Novos combates pela história: desafios – ensino. São Paulo: Contexto.
Silva, T. T. (2014). A produção social da identidade e da diferença. In: Silva, T. T. (org.). Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais (p. 73-102). Petrópolis, RJ: Vozes.
Copyright (c) 2025 Imagens da Educação

This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
DECLARATION OF ORIGINALITY AND CESSATION OF COPYRIGHT
I Declare that current article is original and has not been submitted for publication, in part or in whole, to any other national or international journal. I also declare that once published in the Imagens da Educação, a publication of the IES (UEM, UEL, UFSM, Univali, Unioeste and UEPG), it will not be submitted by me or by any co-author to any other journal. In my name and in the name of co-authors, I shall cede the copyright of the above mentioned article to the Universidade Estadual de Maringá and I declare that I know that the non-observance of this norm may make me liable for the penalties contemplated in the Law for the Protection of Authors' Rights (Act 9609 of the 19th February 1998).