“SE FUI TRISTE, NÃO ME LEMBRO!”

RESISTÊNCIAS E SUBJETIVAÇÕES NAS AULAS DE HISTÓRIA

Resumen

Nosso propósito inicial, neste artigo, é construir o debate que tomou forma a partir da decisão de uma professora de História de uma escola pública federal de realizar uma visita a um assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Uma atividade educativa que gerou dois efeitos. Por um lado, a reação por parte de alguns pais e responsáveis que atacaram a professora e a atividade, com postagens nas redes sociais e denúncias na Ouvidoria da Universidade à qual a escola é vinculada. Por outro, a organização de experiências didáticas como resistência aos ataques feitos a ela e à sua atividade pedagógica. Esses dois aspectos nos conduziram ao foco principal de análise: as subjetivações discentes que emergiram a partir dos dois eventos pedagógicos. Nesse sentido, colocamos em discussão os efeitos do conservadorismo naquilo em que, comumente, ele não é tratado, ou seja, nas inventividades que eles suscitam como potencialidades das escolas. Para isso, mobilizaremos teóricos das perspectivas pós-fundacional e pós-estruturalista para pensar o combate profícuo pela História, pelos ofícios de historiador e de professor de História e pelo direito de nossos alunos e alunas terem acesso ao conhecimento historiográfico na escola como ferramenta para criar e recriar mundos possíveis.

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Biografía del autor/a

Marcus Bomfim, Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF

Doutor em Educação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Professor da área de Ensino de História da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora (FACED/UFJF), do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora (PPGE/UFJF) e do Programa de Pós-Graduação em Ensino de História da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ProfHistória/UFRJ).

Anderson Ferrari, Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF

Doutor em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Professor da área de Ensino de História da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora (FACED/UFJF) e do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora (PPGE/UFJF).

Walkiria Maria de Freitas Martins, Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF

Doutora em História pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Professora de História do Departamento de Ciências Humanas do Colégio de Aplicação João XXIII da Universidade Federal do Juiz de Fora (UFJF).

Citas

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Publicado
2025-04-26
Cómo citar
Bomfim, M., Ferrari, A., & Martins, W. M. de F. (2025). “SE FUI TRISTE, NÃO ME LEMBRO!”. Imagens Da Educação , 15(1), 119-139. https://doi.org/10.4025/imagenseduc.v15i1.74913
Sección
Políticas Públicas e Gestão Educacional