GRAFIAS QUE ROMPEM SILÊNCIOS
CURRÍCULO INSURGENTE NA CRIAÇÃO DE ESPACIALIDADES NA ESCOLA
Resumo
Este artigo apresenta resultados de uma pesquisa que buscou empreender análises sobre grafias presentes no espaço da escola. Neste trabalho, as grafias produzidas por estudantes em sala de aula apresentam potencial de compreender as relações sociais, geográficas e discursivas do poder e do saber. Para isso, o objetivo deste trabalho foi analisar os modos de atuação do currículo insurgente na produção de discursos que constituem espacialidades. Trabalhamos em uma perspectiva pós-crítica de currículo e no viés da geografia cultural. O argumento defendido ao longo do desenvolvimento do trabalho entende que o currículo insurgente é constituído por grafias sobre sexualidades que transgridem limites espaciais e, assim, produz espacialidades a partir de tensionamentos discursivos. Metodologicamente operou-se com a observação participante e elementos da análise do discurso de inspiração foucaultiana. Neste artigo, o que nomeamos como currículo insurgente constitui o conjunto das produções discursivas das grafias realizadas por estudantes no espaço da escola. A partir das análises concluímos que as grafias, que constituem o currículo insurgente, e que são expressas no espaço escolar, evidenciam fissuras curriculares, ou seja, saberes silenciados, proibidos e não discutidos pelo currículo formal e oficial.
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