PERCEPÇÕES E EXPERIÊNCIAS PROFISSIONAIS DE PSICÓLOGAS ATUANTES EM ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
Résumé
Estudo qualitativo, descritivo e exploratório que objetivou analisar as percepções de psicólogas atuantes em oncologia pediátrica acerca dos processos e resultados de intervenções psicossociais realizadas na área. Cinco psicólogas que trabalham com crianças e adolescentes com câncer no âmbito hospitalar foram entrevistadas de modo presencial ou online, com base em um roteiro para entrevista semiestruturada. As respostas obtidas foram categorizadas com base na Análise de Conteúdo de Bardin. A partir dos relatos obtidos, foram desenvolvidas categorias em quatro eixos temáticos: trabalho com as famílias; atuação na equipe multiprofissional; avaliação dos resultados das intervenções; e desafios e benefícios da atuação profissional. O familiar foi visto como informante, aliado, foco de apoio e alvo da intervenção. O papel do psicólogo na equipe multiprofissional foi destacado como promotor de interações, interconsultor, mediador e auxiliador na comunicação de más notícias. Os resultados das intervenções psicossociais foram vistos a partir do alcance de alterações psicológicas nas crianças, feedback, aplicação de testes psicométricos e redução da demanda. Os desafios da atuação profissional consistiam, por exemplo, em lidar com crianças em fim de vida ou resistentes à intervenção. Os benefícios, por sua vez, estiveram relacionados a contribuições, reconhecimentos e fortalecimento da espiritualidade. Destaca-se a necessidade de mais ênfase em investigações qualitativas dessa temática e da discussão de suas implicações para a formação profissional em psicologia.
Téléchargements
Références
Bardin, L. (1997). Análise de Conteúdo. Lisboa: Edições 70.
Bendassolli, P. F. (2012). Reconhecimento no trabalho: perspectivas e questões contemporâneas. Psicologia em Estudo, 17(1), 37-46.
Brand, S. R., Fasciano, K., & Mack, J. W. (2017). Communication preferences of pediatric cancer patients: talking about prognosis and their future life. Supportive care in cancer: official journal of the Multinational Association of Supportive Care in Cancer, 25(3), 769–774.
Brazil (1988). Portaria Nº 3.535, de 2 de setembro de 1998. Estabelece critérios para cadastramento de centros de atendimento em oncologia. Brasilia, 1988. Recuperado em 15, de novembro, 2020 em: bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/1998/prt3535_02_09_1998_revog.html
Coutinho, S. M. G., & Costa Junior, A. L. (2018). Psicologia Pediátrica. In: Eliane Maria Fleury Seidl, Maria Cristina Oliveira Santos Miyazaki, Ana Teresa de Abreu Ramos-Cerqueira, Neide A. Micelli Domingos. (Org.). Psicologia da Saúde - Teorias, Conceitos e Práticas. 1ed.Curitiba: Juruá Editora, pp. 187-204.
Daly, B. P., & Brown, R. T. (2015). Cognitive Sequelae of Cancer Treatment. In: Wiener, et al. (Orgs). Pediatric Psycho-Oncology: A Quick Reference of the Psychosocial Dimensions of Cancer Symptom Management. (165-176). 2a edição. Oxford: Nova Iorque
Datta, S. S., Saha, T., Ojha, A., Das, A., Daruvala, R., Reghu, K. S., & Achari, R. (2019). What do you need to learn in paediatric psycho-oncology?. E-cancer medical science, 13(916), pp. 1-16.
Holland, J. C. (2018). Psycho-Oncology: Overview, Obstacles and Opportunities. Psycho-Oncology, 27(5),1364–1376
Horlait, M., Dhaene, S., Van Belle, S., & Leys, M. (2019). Multidisciplinary team meetings in cancer care: is there a psychologist in the house?. International Journal of Integrated Care, 19(4), 131.
Inhestern, L., Haller, A. C., Wlodarczyk, O., & Bergelt, C. (2016). Psychosocial Interventions for Families with Parental Cancer and Barriers and Facilitators to Implementation and Use - A Systematic Review. PloS one, 11(6), e0156967.
Institute of Medicine. (2015). Psychosocial interventions for mental and substance use disorders: A framework for establishing evidence-based standards. Washington, DC: The National Academies Press. p.31-36.
Instituto Nacional do Câncer Jose Alencar Gomes da Silva [INCA]. (2020). Diagnóstico precoce do câncer na criança e no adolescente (3ª Edição, rev. ampl., 3. reimp). Rio de Janeiro: INCA.
Johnson, N. L., & Rodriguez, D. (2013). Children with autism spectrum disorder at a pediatric hospital: a systematic review of the literature. Pediatric nursing, 39(3), 131–141.
Scialla, M. A., Canter, K. S., Chen, F. F., Kolb, E. A., Sandler, E., Wiener, L., & Kazak, A. E. (2018). Delivery of care consistent with the psychosocial standards in pediatric cancer: Current practices in the United States. Pediatric blood & cancer, 65(3), 10.1002/pbc.26869.
Kohlsdorf, Marina, & Costa Junior, Áderson Luiz. (2012). Impacto psicossocial do câncer pediátrico para pais: revisão da literatura. Paidéia (Ribeirão Preto), 22(51), 119-129.
Liberato, R. P. & De Carvalho, V. A. (2008) Psicoterapia. In: V. C. de Carvalho, et al. (Orgs.). Temas em psico-oncologia (pp. 341-349). São Paulo: Summus.
Mehta, M. & Kapoor, S. (2018). Role of Psychosocial Factors in the Management of Health Problems. In: G. Misra (ed.). Psychosocial Interventions for Health and Well-Being (pp. 15-28), New Delhi: Springer.
Morais, S. R. S de., & Andrade, A. N de. (2013). Sob a espada de Dâmocles: a prática de Psicólogas em Oncologia Pediátrica em Recife-Pe. Psicologia: Ciência e Profissão, 33(2), 39-413.
Mullins, L., Tackett, A., & Suorsa, K. (2016). Psychotherapeutic modalities for children with cancer and their families. In A. Abrams, A. Muriel, & L. Wiener (Eds.). Pediatric Psychosocial Oncology: Textbook for Multidisciplinary Care. (pp. 81-105). New York, NY: Springer
Neiva, K. M. C. (2010). O que é intervenção psicossocial? In: K. M. C. Neiva. Intervenção psicossocial: aspectos teóricos, metodológicos e experiências práticas (pp. 13-24). São Paulo: Vetor.
Gupta, S., & Bhatia, S. (2017). Optimizing medication adherence in children with cancer. Current opinion in pediatrics, 29(1), 41–45.
Peduzzi, M. (2001). Equipe multiprofissional de saúde: conceito e tipologia. Revista de Saúde Pública, 35(1), 103-109.
Rodgers, C., Bertini, V., Conway, M. A., Crosty, A., Filice, A., Herring, R. A., Isbell, J., Lown DrPH, E. A., Miller, K., Perry, M., Sanborn, P., Spreen, N., Tena, N., Winkle, C., Darling, J., Slaven, A., Sullivan, J., Tomlinson, K. M., Windt, K., Hockenberry, M., Landier, W. (2018). A Standardized Education Checklist for Parents of Children Newly Diagnosed With Cancer: A Report From the Children's Oncology Group. Journal of pediatric oncology nursing : official journal of the Association of Pediatric Oncology Nurses, 35(4), 235–246.
Silva, A. F. da, Issi, H. B., Motta, M. DA G. C. da, & Botene, D. Z. de A. (2015). Palliative care in paediatric oncology: perceptions, expertise and practices from the perspective of the multidisciplinary team. Revista Gaúcha de Enfermagem, 36(2), 56-62.
Silva, R. R. da. (2008). Espiritualidade e religião no trabalho: possíveis implicações para o contexto organizacional. Psicologia: Ciência e Profissão, 28(4), 768-779.
Valle, E. R; Ramalho, M. A. N. (2008) O câncer na criança: a difícil trajetória. In CARVALHO, V. A. (Org.). Temas em Psico-oncologia. São Paulo: Summus, 2008.
Wiener, L., Devine, K. A., & Thompson, A. L. (2020). Advances in pediatric psychooncology. Current opinion in pediatrics, 32(1), 41–47.
Wiener, L., Viola, A., Koretski, J., Perper, E. D., & Patenaude, A. F. (2015). Pediatric psycho-oncology care: standards, guidelines, and consensus reports. Psycho-oncology, 24(2), 204–211.
Copyright (c) 2025 Psicologia em Estudo
Ce travail est disponible sous la licence Creative Commons Attribution 4.0 International .
As opiniões emitidas, são de exclusiva responsabilidade do(s) autor(es). Ao submeterem o manuscrito ao Conselho Editorial de Psicologia em Estudo, o(s) autor(es) assume(m) a responsabilidade de não ter previamente publicado ou submetido o mesmo manuscrito por outro periódico. Em caso de autoria múltipla, o manuscrito deve vir acompanhado de autorização assinada por todos os autores. Artigos aceitos para publicação passam a ser propriedade da revista, podendo ser remixados e reaproveitados conforme prevê a licença Creative Commons CC-BY.
The opinions expressed are the sole responsibility of the author (s). When submitting the manuscript to the Editorial Board of Study Psychology, the author (s) assumes responsibility for not having previously published or submitted the same manuscript by another journal. In case of multiple authorship, the manuscript must be accompanied by an authorization signed by all authors. Articles accepted for publication become the property of the journal, and can be remixed and reused as provided for in theby a license Creative Commons CC-BY.
