Repercussões das Redes Sociais na Subjetividade: Narcisismo, Felicidade e Elaboração Psíquica
Abstract
O presente artigo constitui-se em um ensaio teórico. Originou-se de uma pesquisa empírica cujo um dos principais objetivos foi analisar a possibilidade de elaboração psíquica de conflitos pessoais, de lutos e de dificuldades próprias por meio das interações e da participação nas redes sociais de internet. Tendo como ponto de partida os resultados obtidos nesta investigação, o presente trabalho tem como objetivo realizar uma análise teórica sobre essa possibilidade de elaboração psíquica como uma repercussão das redes sociais na subjetividade dos usuários. Considerando as evidências empíricas da correlação entre a exaltação de aspectos narcisistas e o bem-estar ou o mal-estar dos usuários em pesquisas recentes, o conceito de narcisismo foi elencado como ponto de convergência para uma interlocução entre a perspectiva crítica da denominada cultura do narcisismo, a crítica da felicidade e a concepção freudiana de narcisismo e de elaboração psíquica. A conclusão a que se chegou é a de que, embora haja exaltação de uma suposta felicidade narcisista e individualista nessas redes, a possibilidade de elaboração psíquica, mediante a expressão nas redes sociais, surge também como possível repercussão do uso dessas redes sociais na subjetividade dos usuários.Downloads
Riferimenti bibliografici
Alves, P. P., & Mancebo, D. (2006). Tecnologias e subjetividade na contemporaneidade. Estudos de Psicologia, 11(1), 45-52.
Ariés, P. (1983). El hombre ante la muerte. Buenos Aires, Taurus.
Bauman, Z., & Dessal, G. (2014). El retorno del péndulo: sobre psicoanálisis y el futuro del mundo líquido. Moscone, L. (Trad.). Buenos Aires: Fondo de Cultura Económica.
Benasayag, M., & Charlton, E. (1992). La critica de la felicidad. Buenos Aires: Nueva Visión. (Originalmente publicado em 1989)
Bion, W. (2013). A theory of thinking. The Psychoanalytic Quarterly, 82(2), 201-3013. (Originalmente publicado em 1962)
Caparrós, N. (1988). El narcisismo primario y el proceso de la subjetividad. In Caparrós (Org.). Del narcisismo a la subjetividad: el vínculo. (pp. 27-64) Madrid: Biblioteca Nueva.
Cazenave, L. (2010). El duelo en la época del empuje a la felicidad. Recuperado de
Chiu, C.M., Chenga, H.L., Huangb, H.Y., & Chen, C. F.(2013). Exploring individuals’ subjective well-being and loyalty towards social network sites from the perspective of network externalities: the Facebook case. International Journal of Information Management, 33, 539- 552.
Freud, S. (1991a). Análisis terminable e interminable. In Strachey, J., & Freud, A. (Org.). Obras completas: Moisés y la religión monoteísta; esquema en psicoanálisis y otras obras (1937-1939). Echeverry, J. L. (Trad.). Buenos Aires: Amorrortu T.XXIII, p. 211-254. (Originalmente publicado em 1937)
Freud, S. (1991d). Recordar, repetir y reelaborar (Nuevos consejos sobre la técnica del psicoanálisis, 11). In Strachey, J., & Freud, A. (Org.). Obras completas: sobre un caso de paranoia descrito autobiográficamente; trabajos sobre técnica psicoanalítica y otras obras (1911-13). Echeverry, J. L. (Trad.). Buenos Aires: Amorrortu T.XII, p.145-158. (Originalmente publicado em 1914)
Freud, S. (1992a). Introducción del narcisismo. In Strachey, J., & Freud, A. (Org.). Obras completas: contribución a la historia del movimiento psicoanalítico; trabajos sobre metapsicología y otras obras (1914-1916). Echeverry, J. L. (Trad.). Buenos Aires: Amorrortu T.XIV, p.65-98. (Originalmente publicado em 1914)
Freud, S. (1992b). Duelo y melancolía. In Strachey, J., & Freud, A. (Org.). Obras completas: contribución a la historia del movimiento psicoanalítico; trabajos sobre metapsicología y otras obras (1914-1916). Echeverry, J. L. (Trad.). Buenos Aires: Amorrortu T.XIV, p. 235-258 (Originalmente publicado em 1917/[1915])
Freud, S. (2004). El mal estar en la cultura. In Strachey, J.; Freud, A. (Org.). Obras completas: el porvenir de una ilusión; mal estar en la cultura y otras obras (1927-1931). T. XXI. Echeverry, J. L. (Trad.). 2a. ed. Buenos Aires: Amorrortu. (Originalmente publicado em 1930).
Freud, S. (2006). Tratamiento psíquico (tratamiento del alma). In Strachey, J., & Freud, A. (Org.). Obras completas: publicaciones prepsicoanalíticas y manuscritos inéditos en la vida de Freud (1886-1899). Echeverry, J. L. (Trad.). 2a ed. Buenos Aires: Amorrortu T.I, p. 111-133. (Originalmente publicado em 1890)
Geertz, C.(2008). A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: LTC. (Original publicado em 1988).
Green, A. (1993). La nueva clínica psicoanalítica. Buenos Aires: Amorrortu. (Originalmente publicado em 1990)
Hornstein, L. (2013). Las encrucijadas actuales del psicoanálisis: subjetividad y vida contemporánea. Buenos Aires: Fondo de Cultura Económica.
Kazue, C.S., & Fernandes, C.S. (2012). Internet e subjetividade: um debate preliminar. Boletim Academia Paulista de Psicologia, 32 (83), 294-312, Recuperado de http://www.redalyc.orgarticulo.oa?id=94624915005.
Lacan, J. ([1961-62] 2003) O seminário IX: a identificação. Recuperado de http://www.psicoanalisis.org/lacan/seminario9.htm.
Lasch, C. (1983). A cultura do narcisismo: a vida americana numa era de esperanças em declínio. Rio de Janeiro: Imago.
Mehdizadeh, S. (2010). Self-presentation 2.0: narcissism and self-esteem on Facebook. Cyberpsychology, Behavior, and Social Networking, 3 (4),357-364.
Moreira, D. (1995). Psicopatología y lenguaje en psicoanálisis: adicciones, psicosomática, autismo. Rosário: Homo Sapiens.
Moreira, J. O. (2010). Mídia e psicologia: considerações sobre a influência da internet na subjetividade. Psicología para a América Latina, 20, Recuperado de http://www.psicolatina.org/20/midia.html.
Nicolaci-da-Costa, A M. (2005). Primeiros contornos de uma nova “configuração psíquica” Caderno Cedes, 25, (65), 71-85.
Paiva, C.C. (2012). O Espírito de narciso nas águas do Facebook: as redes sociais como extensões do ego e da sociabilidade contemporânea. INTERCON- XXX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação. Recuperado de
http://www.intercom.org.br/sis/2012/resumos/R7-0953-1.pdf.
Pinheiro, M. de A. (2008). Subjetivação e consumo em sites de relacionamento. Comunicação, Mídia e Consumo, 5 (14),103-121.
Rosa, G.A. M., & Santos, B. R. (2013). Facebook e as nossas identidades virtuais. Brasília: Thesaurus.
Rosa, G.A. M., & Santos, B. R. (2014). Who am I on Facebook? Usage and motivation through user eyes. Psychology Research, 14(1), 60-73.
Rüdiger, F. (2011) Teorias da cibercultura: as perspectivas, questões e autores. 2a ed. Porto Alegre: Sulina.
Twenge, J.M., Konrath, S., Foster, J.D., Campbell, W.K., & Blushman, B.J. (2008). Egos inflation over time: a cross temporal meta-analysis of the narcissistic personality inventory. Journal of personality, 76, 875-901.
As opiniões emitidas, são de exclusiva responsabilidade do(s) autor(es). Ao submeterem o manuscrito ao Conselho Editorial de Psicologia em Estudo, o(s) autor(es) assume(m) a responsabilidade de não ter previamente publicado ou submetido o mesmo manuscrito por outro periódico. Em caso de autoria múltipla, o manuscrito deve vir acompanhado de autorização assinada por todos os autores. Artigos aceitos para publicação passam a ser propriedade da revista, podendo ser remixados e reaproveitados conforme prevê a licença Creative Commons CC-BY.
The opinions expressed are the sole responsibility of the author (s). When submitting the manuscript to the Editorial Board of Study Psychology, the author (s) assumes responsibility for not having previously published or submitted the same manuscript by another journal. In case of multiple authorship, the manuscript must be accompanied by an authorization signed by all authors. Articles accepted for publication become the property of the journal, and can be remixed and reused as provided for in theby a license Creative Commons CC-BY.