SENTIDOS DA VIVÊNCIA UNIVERSITÁRIA PARA ESTUDANTES COM MAIS DE 40 ANOS

Résumé

As universidades brasileiras contam com um público de estudantes cada vez mais diversificado. Dentre eles, constam estudantes adultos(as) que ingressaram no ensino superior anos após a conclusão do ensino médio, destacando-se por serem mais velhos do que seus colegas de curso. Suas condições de vida e as possibilidades de permanência nessas instituições diferem daquelas de estudantes mais jovens, situação que exige o investimento em estudos sobre esse grupo específico. Nessa direção, este artigo analisa os sentidos sobre o processo de ingresso; sobre os desafios enfrentados no relacionamento com colegas; e sobre como estudantes que ingressaram na graduação após os 40 anos de idade vivenciam as práticas de ensinar e aprender na universidade. Os depoimentos de três estudantes desse grupo, que participaram de uma pesquisa-intervenção metodologicamente organizada no formato de oficinas de leitura e escrita, foram submetidos a uma análise de discurso de orientação bakhtiniana. Eles(as) relataram como realizam o enfrentamento das tensões que envolvem a inserção no campo discursivo universitário, dando destaque a embates no relacionamento com colegas mais jovens, à apropriação das novas tecnologias de informação e aos aprendizados propiciados pela participação no cotidiano acadêmico-universitário.

Téléchargements

Les données sur le téléchargement ne sont pas encore disponible.

Bibliographies de l'auteur

Graziele Aline Zonta, Universidade Federal do Paraná
Psicóloga na Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis da Universidade Federal do Paraná. Possui graduação em Psicologia pela Universidade Federal do Paraná, mestrado e doutorado em Psicologia pela Universidade Federal de Santa Catarina.
Andréa Vieira Zanella, Universidade Federal de Santa Catarina.
Docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina. Professora titular aposentada da UFSC. Possui graduação em Psicologia pela Universidade Federal do Paraná, mestrado e doutorado em Psicologia da Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

Références

Alves, M. F. & Moura, L. de O. B. M. de (2016). A escrita de artigo acadêmico na universidade: autoria x plágio. Ilha do Desterro, 69(3), 77-93.

Almeida, A. B. & Pan, M. A. G. S. (2017). Contribuições bakhtinianas para o estudo das práticas de leitura e escrita na universidade: autoria, gêneros científicos e identidade profissional. In M. A. G. S. Pan; L. Albanese & N. L. Ferrarini (Orgs.), Psicologia e educação superior: formação e(m) prática (pp. 75-98). Curitiba: Juruá.

ANDIFES (2011). Perfil Socioeconômico e Cultural dos Estudantes de Graduação das Universidades. Brasília: Fórum Nacional de Pró-Reitores de Assuntos Comunitários e Estudantis (FONAPRACE) Recuperado de http://www.andifes.org.br/wpcontent/files_flutter/1377182836Relatorio_do_perfi_dos_estudantes_nas_universidades_federais.pdf.

Bakhtin, M. (2003). Estética da criação verbal (4a ed.). São Paulo: Martins Fontes.

Bakhtin, M. M. (2012). Para uma filosofia do ato responsável (2a ed.). São Carlos: Pedro & João Editores.

Bakhtin, M. M. (2013). Problemas da poética de Dostoiévski (5a ed.). Rio de Janeiro: Forense Universitária.

Bisinoto, C., Marinho, C. & Almeida, L. (2011). A atuação da psicologia escolar na educação superior: algumas reflexões. Revista Portuguesa de Pedagogia, 45(1), 39-55.

Branco, P. I. & Pan, M. A. G. S. (2016). Rodas de conversa: uma intervenção da psicologia educacional no curso de medicina. Revista Psicologia: Teoria e Prática, 18(3), 156-167.

Carlotto, R. C.; Teixeira, M. A. P. & Dias, A.C. G. (2015). Adaptação acadêmica e coping em estudantes universitários. Psico-USF, 20(3), 421-432.

Cerutti-Rizzatti, M. E. & Dellagnelo, A. C. K. (2016). Desafios à educação para a autoria na esfera acadêmica. Ilha do Desterro, 69(3), 63-76.

Faraco, C. A. (2017). Bakhtin e filosofia. Bakhtiniana. 12(2), 45-56.

Fiad, R. S. (2011). A escrita na universidade. Revista da ABRALIN. V. Eletrônico. N. Especial. 357-369.

Fitzgerald, F. S. (2013). Este lado do paraíso. São Paulo: Cosac Naify.

Freitas, M. T. de A.; Bernardes, A. S; Pereira, A. P. M. S. & Pereira, M. L. (2015). O sujeito nos textos de Vigotski e do círculo de Bakhtin: implicações para a prática da pesquisa em educação. Fractal: Revista de Psicologia (27)1, 50-55.

Fuza, A. F. (2017). Objetivismo/subjetivismo em artigos científicos das diferentes áreas: a heterogeneidade da escrita acadêmica. Alfa, 61(3), 545-573.

Holquist, M. (2017). O que faria Bakhtin?. Bakhtiniana. 12(3), 119-133.

Jobim e Souza, S. & Carvalho, C. de S. (2016). Ética e pesquisa: o compromisso com o discurso do outro. Rev. Polis e Psique. 6(1), 98-112.

Lei nº 12.711, de 29 de agosto de 2012. (2012). Dispõe sobre o ingresso nas universidades federais e nas instituições federais de ensino técnico de nível médio e dá outras providências. Diário Oficial da União. Recuperado de http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12711.htm.

Lustosa, S. S., Guarinello, A. C., Berberian, A. P., Massi, G. A. de A., & Silva, D. V. da. (2016). Analysis of the literacy practices of entering and graduating students from a higher education institution: case report. Revista CEFAC, 18(4), 1008-1019. Recuperado de http://dx.doi.org/10.1590/1982-021620161843716.

Machado, J. P., Zonta, G. A. & Zanella, A. V. (2016). Psicologia no ensino superior: novas e velhas problemáticas na atuação com jovens. In M. L. T. Zibetti & L. C. Urnau (Orgs.), Jovens/ adolescentes em processos educativos: contribuições da psicologia escolar (pp. 125-140). Porto Velho: EDUFRO.

Molon, S. I. (2016). Constituição do sujeito na formação de professores: significação nas práticas cotidianas. Educação. 41(3), 567-578.

Portaria normativa nº 21, de 5 de novembro de 2012. (2012). Dispõe sobre o Sistema de Seleção Unificada – SISU. Diário Oficial da União, nº 214, Brasília-DF, 06 de nov., 2012. Recuperado de http://static07.mec.gov.br/sisu/portal/data/portaria.pdf.

Portaria normativa nº 468, de 3 de abril de 2017. (2017). Dispõe sobre a realização do Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM e dá outras providências. Diário Oficial da União, nº65, Brasília-DF, 4 de abr., 2017. Recuperado de http://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/legislacao/2017/Portaria_mec_gm_n468_de_03042017_dispoe_sobre_a_realizacao_do_enem.pdf.

Raposo, D. M. dos S. P. & Günther, I. de A. (2008). O ingresso na universidade após os 45 anos: um evento não normativo. Psicologia em Estudo, 13(1), 123-131. Recuperado de http://www.scielo.br/pdf/pe/v13n1/v13n1a14.pdf

Santos, A. A. A. dos, Polydoro, S. A. J., Scortegagna, S. A. & Linden, M. S. S. (2013). Integração ao ensino superior e satisfação acadêmica em universitários. Psicologia: Ciência e Profissão, 33(4), 780-793.

Sobral, A. & Giacomelli, K. (2016). Observações didáticas sobre a análise dialógica do discurso – ADD. Domínios de Lingu@gem, 10(3), 1076-1094.

Zanella, A. V. (2013). Perguntar, registrar, escrever: inquietações metodológicas. Porto Alegre: Sulina. Editora da UFRGS.

Zanella, A. V. (2017). Entre galerias e museus: diálogos metodológicos no encontro da arte com a ciência e a vida. São Carlos: Pedro & João Editores.

Publiée
2022-02-09
Comment citer
Zonta, G. A., & Zanella, A. V. (2022). SENTIDOS DA VIVÊNCIA UNIVERSITÁRIA PARA ESTUDANTES COM MAIS DE 40 ANOS. Psicologia Em Estudo, 27. https://doi.org/10.4025/psicolestud.v27i0.48550
Rubrique
Artigos originais

 

0.3
2019CiteScore
 
 
7th percentile
Powered by  Scopus

 

 

0.3
2019CiteScore
 
 
7th percentile
Powered by  Scopus