<b>Escola, currículo e homofobia: biografando experiências
Résumé
Neste artigo, investigamos experiências escolares e acadêmicas de sujeitos que se auto identificam como gays, travestis e transexuais, a fim de entender como se constituíram/se constituem no espaço escolar e acadêmico. Analisamos enunciações que emergiram em entrevistas produzidas através da História Oral e destacamos duas modalidades enunciativas. A primeira salienta as relações estabelecidas entre os/as entrevistados/as e os demais sujeitos das instituições de ensino, discutindo estratégias que estes/as utilizaram/utilizam para lidar com a homofobia. Em relação a isso, os sujeitos narram que eram tratados com diferença e, ao mesmo tempo, com indiferença. Com diferença, no sentido de serem vistos/as e entendidos/as como anormais, como os/as que subvertem a ordem e que destoam dos modelos de gêneros e sexualidades ditos normais no contexto escolar. E com indiferença, no sentido de que, muitas vezes, eram ignorados/as, sendo posicionados/as, em vez de vítimas, como culpados/as das cenas de agressão física, exclusão e de preconceito no âmbito escolar. A segunda aponta para a necessidade de inclusão das temáticas de multiplicidades sexuais e de gênero no currículo, a fim de contribuir para a minimização da homofobia nas escolas e universidades. A partir das enunciações, a escola é entendida como uma instituição em que o controle e a vigilância fazem parte da sua organização. Destacamos a importância de (re)construir os currículos e (re)pensar as práticas pedagógicas, pois estes/as interpelam os sujeitos, produzindo efeitos nas suas subjetividades.
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