PROJETOS DE VIDA E EDUCAÇÃO DE JOVENS RURAIS: IMPLICAÇÕES DO CAMPO EM SUAS ESCOLHAS

Résumé

O presente artigo discute os eixos juventudes rurais e projetos de vida, relacionando-os em uma pesquisa exploratória realizada com jovens moradores da zona rural de um município pernambucano, no nordeste do Brasil. O objetivo é problematizar as implicações educacionais sobre os projetos de vida de jovens rurais, a partir de uma abordagem histórico cultural. Participaram da pesquisa 80 alunos do 3º ano do ensino médio de uma escola pública em Orobó-PE, submetidos a questionários estruturados para os fins da pesquisa. As análises versaram sobre a perspectiva desses jovens para determinadas escolhas futuras e o papel da escola e das mediações da disciplina de química, tomada como exemplo pela relevância no contexto das atividades praticadas em contextos campesinos, nessa tomada de decisão. Os resultados apontam que os jovens rurais do contexto analisado já não identificam na profissão de agricultor uma escolha viável para suas vidas, e indicam a migração para contextos urbanos como necessária à concretização de seus projetos. Percebe-se uma mudança nos significados produzidos e no sentido que os jovens atribuem ao contexto rural em suas trajetórias, as quais se direcionam para a cidade, e para caminhos diferentes dos vividos por seus familiares. A escassez de oferta escolar na zona rural e de políticas públicas para criação de alternativas formativas e recreativas aos jovens parece contribuir com o quadro da migração. Desse modo, atenta-se para o papel da educação nas motivações dos sujeitos, e enfatiza-se a importância de um processo educativo que considere as especificidades do campo.