Formação de professores para a educação inclusiva nos cursos de pedagogia das universidades públicas paulistas

Abstract

Este estudo teve como objetivo compreender de que maneira a área da Educação Especial tem sido
contemplada nos cursos de Pedagogia das três Universidades Públicas Estaduais de São Paulo. Para tanto,
foi adotada a abordagem qualitativa com o procedimento de análise documental. As fontes analisadas
foram: a Proposta Político-Pedagógica, a matriz curricular e as ementas das disciplinas obrigatórias
oferecidas nesses cursos. Os resultados indicam que os cursos analisados não têm contemplado, nos
princípios que norteiam sua Proposta Político-Pedagógica, a formação do futuro professor para a
perspectiva da educação inclusiva, com exceção de apenas um curso. Todos os cursos têm contemplado
as exigências da Resolução CNE/CP Nº1/2006 quanto à formação do professor para a consciência da
diversidade, uma vez que oferecem, no mínimo, uma disciplina obrigatória sobre Educação Especial em
sua matriz curricular. Apesar do número reduzido de disciplinas obrigatórias específicas sobre Educação
Especial, observou-se um número considerável de disciplinas não específicas que contemplam tópicos
sobre essa área em seus planos de ensino. A partir dos resultados, considera-se que uma alternativa viável
para a ampliação das discussões relativas à Educação Especial no currículo dos cursos de Pedagogia seja
o trabalho disciplinar articulado, no qual os professores busquem, além da relação teoria e prática, a inter-
relação dos diferentes conteúdos com questões referentes à Educação Especial em suas dimensões teórica
e prática, visando à formação do futuro professor compromissado com o acesso, a permanência e a
apropriação do conhecimento como um direito de todos, inclusive de quem, historicamente, esteve fora da
escola.