Produção, circulação e método de leitura e escrita na Cartilha da infância de Thomaz Galhardo

Palavras-chave: Thomaz Galhardo, Cartilha da infância, alfabetização, edições escolares

Resumo

O artigo se propõe a analisar a Cartilha da infância de Thomaz Galhardo, atentando para os aspectos de produção, edição, circulação e método de alfabetização proposto neste livro que foi editado do século XIX até o final do século XX, atingindo mais de cem anos de edição. A análise é resultado de uma pesquisa sobre a história das edições escolares, na qual reconstituímos a trajetória de uma cartilha de longa duração, escrita por um professor primário paulista que fez parte de uma geração de autores de livros didáticos do período que se tornou conhecido pelo sucesso editorial dessa obra, responsável pela alfabetização de várias gerações de brasileiros. Essa cartilha revela a permanência de uma tradição escolar sustentada pela escolha do autor pelo método silábico para o ensino da leitura e da escrita.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Metrics

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Lucilene Rezende Alcanfor, Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira, São Francisco do Conde, BA, Brasil

Pedagoga, mestre e doutora em Educação, na linha de História da Educação pelo Programa EHPS-PUC/SP, pós-doutoranda no PPGE - UNIFESP. Professora adjunta do Instituto de Humanidades e Letras na Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Brasileira, Campus Malês/BA.  Coordena o projeto de pesquisa "Decolonialidade na produção literária infantil e juvenil: sujeitos, representações e o direito à História" e desenvolve pesquisas sobre literatura infantil e juvenil, livros didáticos, práticas de leitura e escrita na história da educação, estudos da infância no Brasil e nos países africanos de língua portuguesa.

Referências

Bittencourt, C. M. F. (2004). Autores e editores de compêndios e livros de leitura (1810-1910). Educação e Pesquisa, 30(3), 475-491.

Bittencourt, C. M. F. (1993). Livro didático e conhecimento histórico: uma história do saber escolar (Tese de Doutorado). Universidade de São Paulo, São Paulo.

Bittencourt, C. M. F. (2008). Livro didático e saber escolar (1810-1910). Belo Horizonte, MG: Autêntica.

Boto, C. (2004). Aprender a ler entre cartilhas: civilidade, civilização e civismo pelas lentes do livro didático. Educação e Pesquisa, 30(3), 493-511.

Boto, C. (2005). O professor primário português como intelectual: “Eu ensino, logo existo”. Revista Linhas, 6(1), 281-319.

Boto, C. (2014). A liturgia da escola moderna: saberes, valores, atitudes e exemplos. História da Educação, 18(44), p. 99-127.

Bragança, A. (1999). A política editorial de Francisco Alves e a profissionalização do escritor no Brasil. In M. Abreu (Org.), Leitura, história e história da leitura (p. 451-476). Campinas, SP: Mercado das Letras.

Bragança, A. (2004). Eros pedagógico: uma história cultural do editor de livros (Tese de Doutorado). Universidade de São Paulo, São Paulo.

Chartier, A. M. (2000). Fazeres ordinários da classe: uma aposta para a pesquisa e para a formação. Educação e Pesquisa, 26(2): 157-168.

Chartier, A. M., & Hébrard, J. (2001). Método silábico e método global: alguns esclarecimentos históricos. História da Educação, (10), 141-154.

Chartier, A. M. (2005). Dos abecedários aos métodos de leitura: gênese do manual moderno antes das leis Ferry (Mimeo).

Chartier, A. M. (2012). 1980-2010: trinta anos de pesquisas sobre história do ensino da leitura. In M. R. L. Mortatti (Org.), Alfabetização no Brasil – uma história de sua história. Marília, SP: Editora Unesp.

Chartier, R. (1990). A história cultural: entre práticas e representações. Rio de Janeiro, RJ: Bertrand.

Chartier, R. (1994). A ordem dos livros – leitores, autores e bibliotecas na Europa entre os séculos XIV e XVIII. Brasília, DF: Editora UnB.

Chartier, R. (2014a). A mão do autor e a mente do editor. São Paulo, SP. Editora Unesp.

Chartier, R. (2014b). Ler a leitura. In M. R. L. Mortatti, & I. C. A. S. Frade (Org.), História do ensino de leitura e escrita: métodos e materiais didáticos. São Paulo, SP: Editora Unesp.

Choppin, A. (2002). O historiador e o livro escolar. História da Educação, (11), 5-24.

Choppin, A. (2004). História dos livros e das edições didáticas: sobre o estado da arte. Educação e Pesquisa, 30(3), 549-566.

Choppin, A. (2008). Políticas dos livros escolares no mundo: perspectiva comparativa e histórica. História da Educação, 12(24): 9-28.

Choppin, A. (2009). O manual escolar: uma falsa evidência histórica. História da Educação, 13 (27): 9-75.

Darnton, R. (1990). O beijo de Lamourette: mídia, cultura e revolução. São Paulo, SP: Companhia das Letras.

Darnton, R. (2010). A questão dos livros: passado, presente e futuro. São Paulo, SP: Companhia das letras.

Foucault, M. (2002). O que é um autor? Lisboa, PT: Passagens/Vega.

Galhardo, T. P. B.S. (1879). Relatório apresentado ao ilmo. sr. dr. inspetor geral da instrução pública pelo professor do terceiro distrito literário de S. Paulo. São Paulo: Typ. da Gazeta do Povo.

Galhardo, T. (1911). Cartilha da infância – ensino da leitura. Rio de Janeiro, RJ.: Francisco Alves & Cia, Aillaud.

Galhardo, T. (1938). Cartilha da infância – ensino da leitura. Rio de Janeiro, RJ.: Livraria Francisco Alves.

Galhardo, T. (1957). Cartilha da infância – ensino da leitura. Rio de Janeiro, RJ.: Livraria Francisco Alves.

Galhardo, T. (1961). Cartilha da infância. Rio de Janeiro, RJ: Livraria Francisco Alves.

Galhardo, T. (1992). Cartilha da infância. Rio de Janeiro, RJ: Francisco Alves Editora.

Hallewell, L. (1985). O livro no Brasil. São Paulo, SP: T. A. Queiroz.

Hébrard, J. (2002). Os livros escolares da Bibliothèque Bleue: arcaísmo ou modernidade? Revista Brasileira de História da Educação, (4), 10-45.

Hébrard, J. (2007). A lição e o exercício: algumas reflexões sobre a história das práticas escolares de leitura e escrita. Educação, 32(01), 1-20.

Hobsbawm, E., & Ranger, T. (1984). A invenção das tradições. Rio de Janeiro, RJ: Paz e Terra.

Leclerc, G. (2004). Sociologia dos intelectuais. São Leopoldo, MG: Editora Unisinos.

Mortatti, M. R. L. (2000). Os sentidos da alfabetização: São Paulo/1876-1994. São Paulo, SP: Editora Unesp.

Motta, C. (1947). Cesário Motta e seu tempo. São Paulo, SP: [s.n.].

Munakata, K. (1997). Produzindo livros didáticos e paradidáticos (Tese de Doutorado). Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo.

Nóvoa, A. (1999). O passado e o presente dos professores. In A. Nóvoa (Org.), Profissão professor (p. 13-34). Porto: Porto Editora.

Oliveira, G. A., & Souza, R. F. (2000). As faces do livro de leitura. Cadernos CEDES, (52), 25-40.

Razzini, M. P. G. (2007). Produção de livros didáticos e expansão da escola elementar em São Paulo: a Tipografia Siqueira e a Editora Melhoramentos (1889-1940) (Relatório de conclusão de estágio de pós-doutorado). Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo.

Ribeiro, J. (1914). Grammatica portugueza. Rio de Janeiro: Livraria Francisco Alves & Cia.

Sirinelli, J. F. (2003). Os intelectuais. In R. Rémond (Org.), Por uma história política. Rio de Janeiro, RJ: Editora FGV.

Rollemberg, D. (2010). As trincheiras da memória: a Associação Brasileira de Imprensa e a ditadura (1964-1974). In D. Rollemberg, & S. V. Quadrat (Orgs.), A construção social dos regimes autoritários: legitimidade, consenso e consentimento no século XX (p. 97-144). Rio de Janeiro, RJ: Civilização Brasileira.

Ryan, M. (1992). A parada norte-americana: representações da ordem social do século XIX. In L. Hunt (Org.), A nova história cultural (p. 177-209). São Paulo, SP: Martins Fontes.

Santalucia, A., & Jorge, F. (1975). Calendário cívico: o livro das datas comemorativas (de acordo com o currículo escolar). São Paulo, SP: MM.

Thiesse, A. (2001). Ficções criadoras: as identidades nacionais. Anos 90, 9(15), 7-23. Recuperado de: https://seer.ufrgs.br/anos90/article/view/6609

Todo o país comemora a Revolução de 31 de março. (1970, 31 de março). Folha de S. Paulo, Primeiro Caderno, p. 8.

Vasconcelos, C. B. (2019). O discurso da democracia: imprensa e hegemonia da ditadura empresarial-militar brasileira (1964-1968). Tempo & Argumento, 11(28), 365 - 401. Recuperado de: https://revistas.udesc.br/index.php/tempo/article/view/2175180311282019365/10653.

Publicado
2023-03-08
Como Citar
Alcanfor, L. R. (2023). Produção, circulação e método de leitura e escrita na Cartilha da infância de Thomaz Galhardo. Revista Brasileira De História Da Educação, 23(1), e260. https://doi.org/10.4025/rbhe.v23.2023.e260