PERCEPÇÕES DE EDUCADORAS SOBRE O BRINCAR ARRISCADO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Resumo
O artigo apresenta os resultados de uma pesquisa que objetivou investigar as percepções que educadoras da Educação Infantil possuem sobre o brincar arriscado. Compreende que o risco é importante para o desenvolvimento das crianças por permitir-lhes gradual autonomia na tomada de decisões com base no gerenciamento de riscos. Trata-se de uma pesquisa qualitativa que teve como procedimento metodológico a entrevista semiestruturada. Dialoga com estudos de Tizuko Morchida Kishimoto, Tim Gill, Maria Gabriela Portugal Bento, dentre outros. A análise dos dados revelou que as brincadeiras fazem parte do cotidiano das instituições, contudo, em sua grande maioria, são controladas e utilizadas para ensinar algo previamente definido, o que denota uma perspectiva escolarizante. Com relação às brincadeiras arriscadas, observa-se sua ausência, seja por falta de conhecimento ou receio das educadoras de serem responsabilizadas caso a criança se machuque, reafirmando a cultura do medo vigente na sociedade. Os dados demonstram uma preocupação legítima das professoras com as crianças, que gera uma tensão entre controle e proteção, visto que, em defesa do cuidado, terminam inviabilizando experiências cujo o risco possa ser benéfico. Conclui com a necessidade de uma formação docente que sensibilize sobre as potencialidades do brincar arriscado no desenvolvimento e aprendizagens das crianças.
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