UM PROGRAMA MÁXIMO, UM PROFESSOR MÍNIMO
ESTRATÉGIAS MERCANTILISTAS PARA A FORMAÇÃO DOCENTE
Resumo
O artigo descreve como a lógica do mercado tem penetrado na formação docente e evidencia a execução dos programas da Fundação Itaú Social e Fundação Telefônica Vivo, que se inseriram na formação continuada dos professores. As contribuições teórico-metodológicas do materialismo histórico-dialético guiaram o percurso da análise documental. Trata-se de pesquisa documental, cujas principais fontes são os documentos oriundos do acordo do empréstimo externo entre o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a Prefeitura Municipal de Manaus. Desse modo, observa a materialização do financiamento das ações do Projeto de Expansão e Melhoria Educacional da Rede Pública de Manaus, compreendido como uma política pública inserida no bojo da educação pública, que incorporou as orientações do BID, garantindo a mercadorização da formação de professores da educação básica. Os resultados mostram a naturalização de que tudo que envolve a educação pública pode e deve ser convertido em bens e produtos comercializáveis. Nesta análise, as implicações do sistema de parceria público-privada na educação, executada pelos acordos, convênios e contratos com o ente público, correspondem à lógica privatista, em que o setor privado passa a ser convocado para conduzir, dar suporte e amparo ao desenvolvimento do setor público.
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