COLETIVOS DE TRABALHO E A PRODUÇÃO DE SAÚDE DOS OFÍCIOS
Abstract
Esse artigo propõe, inicialmente, uma releitura conceitual dos coletivos de trabalho baseado nos sistemas de identificação, partilha de valores e debates de normas. A partir dessa análise, inspirada nas clínicas do trabalho, apresenta-se um modelo que visa identificar e apresentar os elementos bases de constituição dos coletivos (relações com o ofício, afeto, reconhecimento e dialogicidade). A pesquisa foi realizada em duas etapas: a primeira com aproximação do campo nas atividades em grupo na sala de espera de um serviço de saúde do trabalhador, e entrevistas semiestruturadas; a segunda com as entrevistas clínicas, transformadas em casos clínicos, as quais são foco deste estudo. Tal modelo foi ilustrado por meio de casos clínicos reais, os quais permitem destacar que o modo de funcionamento dos coletivos pode torná-lo mantenedor, ou não, da sobrevivência e do desenvolvimento de um ofício sadio. Por fim, alerta-se para a necessidade de os trabalhadores serem organizadores de seu próprio trabalho, acionando os coletivos em seus elementos potencializadores de desenvolvimento e saúde.
Downloads
Riferimenti bibliografici
Assunção, A. A. & Medeiros, A. M. (2015). Violência a motoristas e cobradores de ônibus metropolitanos, Brasil. Rev Saúde Pública, 49( 1), 1-10.
Bakhtine, M. (1984). Les genres de discours. In M. Bakhtine, Esthétique de la création verbale. Paris: Gallimard.
Bendassolli, P. F., & Gondim, S. M. (2016). Cliniques du travail et réalisme critique. Nouvelle revue de psychosociologie, 21(1), 131-142.
Bendassolli, P. F., & Soboll, L. (2011). Clínicas do trabalho. São Paulo: Atlas.
Bendassolli, P. F. (2012). Reconhecimento no trabalho. Psicologia em Estudo, 17, 37-46.
Brait, B. (1996). Ironia em perspectiva polifônica. Campinas, São Paulo: Unicamp, 1996.
Clot, Y. (2006). A função psicológica do trabalho. Petrópolis, RJ: Vozes.
Clot, Y. (2010a). Trabalho e poder de Agir. Belo Horizonte: Fabrefactum.
Clot, Y. (2010b). Le travail à coeur. Paris : La Découverte.
Clot, Yves. (2013). O ofício como operador de saúde. Cadernos de Psicologia Social do Tra-balho, 16, 1-11.
Cru, D. (1987). Collectifs et travail de métier, sur la notion de collectif de travail. In: Dejours, C. (Org.). Plaisir et souffrance dans le travail. Paris: AOCIP, p. 43-49.
Dejours, C. (2004). Subjetividade, trabalho e ação. Production, 14(3), 27-34.
Dejours, C. (2009). Travail vivant: Travail et émancipation. Paris:Payot.
Lhuilier, D. (2006). Cliniques du travail. Paris: Ères.
Marques, G. S., & Giongo, C. R (2016). Trabalhadores bancários em sofrimento. Revista Psi-cologia Organizações e Trabalho, 16(3), 220-247.
Moraes, T. D., & Athayde, M. (2014). Dimensões do coletivo na atividade de trabalho dos motoboys. Fractal: Revista de Psicologia, 26 (2), 327-348.
Paparelli, R. (2011). Grupos de enfrentamento do desgaste mental no trabalho bancário. Re-vista Brasileira de Saúde Ocupacional, 36(123), 139-146.
Petarli, G. B., Salaroli, L. B., Bissoli, N. S., & Zandonade, E. (2015). Autoavaliação do esta-do de saúde e fatores associados. Cadernos de Saúde Pública, 31(4), 787-799.
Pina, J. A., & Stotz, E. N. (2014). Intensificação do trabalho e saúde do trabalhador. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, 39(130), 150-160.
Silva, C. O., & Ramminger, T. (2014). O trabalho como operador de saúde. Ciência & Saúde Coletiva,19(12), 4751-4758.
Spinoza, B. (2003). Ética: demonstrada à maneira dos geômetras. São Paulo: Afiliada.
Turato E. R. (2003). Tratado de metodologia da pesquisa clínico-qualitativa. Petrópolis: Vo-zes.
Vieira, C. E. C. Lima, F. P. A. & Lima, M. E. A. (org.). (2010). O cotidiano dos vigilantes. Belo Horizonte: FUMARC. 320p.
As opiniões emitidas, são de exclusiva responsabilidade do(s) autor(es). Ao submeterem o manuscrito ao Conselho Editorial de Psicologia em Estudo, o(s) autor(es) assume(m) a responsabilidade de não ter previamente publicado ou submetido o mesmo manuscrito por outro periódico. Em caso de autoria múltipla, o manuscrito deve vir acompanhado de autorização assinada por todos os autores. Artigos aceitos para publicação passam a ser propriedade da revista, podendo ser remixados e reaproveitados conforme prevê a licença Creative Commons CC-BY.
The opinions expressed are the sole responsibility of the author (s). When submitting the manuscript to the Editorial Board of Study Psychology, the author (s) assumes responsibility for not having previously published or submitted the same manuscript by another journal. In case of multiple authorship, the manuscript must be accompanied by an authorization signed by all authors. Articles accepted for publication become the property of the journal, and can be remixed and reused as provided for in theby a license Creative Commons CC-BY.