DA LÍNGUA DE SINAIS À EDUCAÇÃO FORMAL: INSTRUMENTOS MEDIADORES PARA A HUMANIZAÇÃO DOS SURDOS

Palavras-chave: Mediação, Internalização, Generalização

Resumo

A língua de sinais apresenta-se como meio de comunicação entre os surdos. No Brasil, fora reconhecida em 2002 (Lei 10.436) e institucionalizada como ensino em 2005 (Decreto nº 5.626), contudo, o que tem interferido o processo de desenvolvimento das funções mentais que caracterizam o comportamento consciente dos surdos? O artigo reporta-se aos estudos da escola soviética que defende a língua como signo mediador no processo de apropriação dos conhecimentos científicos e visa investigar os aspectos que interferem tal atividade. De cunho bibliográfico, o estudo preconiza três fatores para análise: domínio da língua materna (L1); apropriação de uma segunda língua (L2) na modalidade escrita; a formação dos profissionais que atuam na área. Dentre os fatores, elenca-se que os dois primeiros são indispensáveis para a apropriação dos conceitos científicos. Quanto ao terceiro, para ocorrer atenção voluntária, percepção, memória e pensamento, demanda-se uma ressignificação quanto às práticas de ensino e de interpretação.

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Biografia do Autor

Elsa Midori Shimazaki, Universidade Estadual de Maringá

Doutora em Educação pela Universidade de São Paulo. É professora Associada do Departamento de Teoria e Prática da Educação e do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual de Maringá.

Dineia Ghizzo Neto Fellini, Universidade Federal da Integração Latino-Americana

Mestre e Doutoranda em Educação pela Universidade Estadual de Maringá. Professora na Universidade Federal da Integração Latino-Americana.

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Publicado
2021-06-15
Como Citar
Shimazaki, E. M., Menegassi, R., & Fellini, D. G. N. (2021). DA LÍNGUA DE SINAIS À EDUCAÇÃO FORMAL: INSTRUMENTOS MEDIADORES PARA A HUMANIZAÇÃO DOS SURDOS. Teoria E Prática Da Educação, 24(1), 155-170. https://doi.org/10.4025/tpe.v24i1.51959
Seção
Artigos