AVALIAÇÃO EXTERNA NA REDE MUNICIPAL DE SÃO PAULO: PARA QUAL DIREÇÃO CONDUZ?

Abstract

Este trabalho faz uma análise da utilização das avaliações externas em larga escala, elaboradas pela Rede Municipal de Ensino de São Paulo, no período de 2005 a 2015. Inicialmente realizamos, a análise documental, descrevendo as avaliações externas próprias da rede, implementadas no município em questão. A saber: Prova São Paulo, Prova da Cidade e Prova Mais Educação. Em seguida, apresentamos as ações pedagógicas adotadas pela Secretaria Municipal de Educação, visando a melhoria do desempenho dos alunos nas avaliações externas. Por fim, utilizando o método quantitativo, apresentamos as médias do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) obtidas por todas as escolas municipais de São Paulo, no período de 2005 a 2013. Verificamos também o percentual de escolas que conseguiram atingir as metas estabelecidas por este índice. Através dessa análise qualitativa e quantitativa, percebemos que a política educacional da referida rede de ensino, na última década, direcionou-se para o estreitamento curricular (ênfase nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática) e o treinamento dos alunos, em uma perspectiva de qualidade da educação voltada ao alcance de metas estabelecidas externamente a escola, através do IDEB. No entanto, os resultados obtidos pelo município, no IDEB, nos anos analisados, nos mostram que esta política de adoção de avaliações externas próprias, não significou a garantia das metas estabelecidas por este índice. Nesse cenário, é preciso refletir que a qualidade da educação muitas vezes caminha na contramão das iniciativas de controle, em especial, via avaliação externa.