ESTRATÉGIAS DE SOBREVIVÊNCIA: BOLSA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, DESEMPREGO E PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO ENTRE OS JOVENS

Abstract

No presente trabalho analisa-se as percepções dos jovens graduados sobre sua atual condição de trabalho e a relação que estabelecem com a pesquisa científica durante a graduação, em um contexto de desemprego  e precarização das relações de trabalho. O estudo foi realizado a partir de entrevistas e um questionário aplicado a egressos dos cursos de Biblioteconomia, Geografia, História e Pedagogia, da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). Procurou-se apreender em que medida a bolsa, ou qualquer vínculo formal com pesquisa durante o período de graduação, contribuiu para uma inserção diferenciada desses graduados no mercado de trabalho. Os principais resultados da pesquisa indicam que a condição de bolsistas, seja de iniciação científica ou de outras modalidades, contribuiu para que se envolvessem em pesquisas sem a preocupação imediata em buscar uma fonte de renda fora do âmbito acadêmico. Porém, certa estabilidade econômica por parte dos pais, verificada pela condição de emprego estável e/ou aposentadoria, tem um peso preponderante neste processo. Ainda foi possível evidenciar que o fato desses jovens serem portadores de diplomas de graduação, e até de pós-graduação, não implicou na obtenção de uma trajetória almejada – emprego estável com salário correspondente ao nível de formação –, ao contrário, nos depoimentos sobressaem sentimentos de frustração e insegurança diante do futuro profissional.