Cultura alimentar indígena e os cuidados da cunhã, trocas culturais e educação não escolar na Amazônia colonial

Palavras-chave: mandioca, saberes, mulheres, processos educativos

Resumo

O artigo analisa os usos da mandioca como planta de civilização e o papel das mulheres indígenas como mediadoras de saberes alimentares na Amazônia colonial. Inspirado na história cultural, ressalta aspectos da vida cotidiana ao conceber a alimentação não apenas pelo viés nutricional, mas também como mediadora de processos educativos e de circulação de saberes. As trocas culturais em torno do alimento possuem caráter educativo, pois informavam o fluxo global de pessoas e permutas entre cozinhas ameríndia, europeia e africana. As mulheres indígenas são flagradas como educadoras, posto que garantiam os cuidados cotidianos e ensinavam os saberes alimentares necessários à sobrevivência tanto dos naturais quanto dos colonizadores.

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Biografia do Autor

Francídio Monteiro Abbate, Universidade do Estado do Pará, Belém, PA, Brasil

Mestre em Educação, pelo PPGED da UEPA, graduado em História pela Universidade Federal do Pará (2008). Professor da Secretaria de Estado de Educação do Pará.

Maria Betania Barbosa Albuquerque, Universidade do Estado do Pará, Belém, PA

Doutora em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP), com Pós Doutoramento pelo Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra (CES), Pt. Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do Estado do Pará. Coordenadora do Grupo de Pesquisa: História da Educação na Amazônia (GHEDA/UEPA).

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Publicado
2024-07-07
Como Citar
Abbate, F. M., & Albuquerque, M. B. B. (2024). Cultura alimentar indígena e os cuidados da cunhã, trocas culturais e educação não escolar na Amazônia colonial. Revista Brasileira De História Da Educação, 24(1), e340. https://doi.org/10.4025/rbhe.v24.2024.e340