MODIFICAÇÕES BIOLÓGICAS E DA COMPOSIÇÃO CORPORAL INDUZIDAS POR UMA ULTRAMARATONA EM KAYAK: UM ESTUDO DE CASO
Palavras-chave:
Canoagem, Bioquímica, Ultramaratona, Composição corporal
Resumo
Os esforços de longa duração induzem a situações de estresse que alteram a homeostasia corporal, a qual pode permanecer visível durante muitos dias e parece estar dependente do grau de treino dos sujeitos. Este estudo pretendeu avaliar as alterações bioquímicas e da composição corporal induzidas pela realização de uma ultramaratona em kayak. O sujeito deste estudo era um canoísta veterano, de 48 anos de idade e cerca de 30 anos de prática ininterrupta de canoagem. A ultramaratona consistiu na descida do rio Douro, desde Duruelo de la Sierra (Espanha) até ao Porto (Portugal), num percurso de cerca de 1000 quilómetros, cumprido em 17 dias. A quilometragem diária variou entre 55km (a etapa mais curta) e 85km (a etapa mais longa). A composição corporal foi determinada pelo medição das pregas de adiposidade subcutânea. Após uma noite de jejum, foram recolhidas, em repouso, amostras de sangue da veia antecubital antes e vários momentos após a ultarmaratona. Foram avaliados vários parâmetros biológicos (enzimáticos, electrolíticos, bioquímicos e factores de caoagulação). Verificou-se uma significativa redução quer do peso corporal quer da percentagem de massa gorda. As alterações mais significativas dos indicadores biológicos foram a redução do ferro plasmático e o aumento das lipoproteínas de alta densidade (HDLc). Os elevados valores de uréia e creatinina (alguns fora dos valores de referência laboratorial) parecem não estar relacionados com a ultramaratona. As enzimas séricas não sofreram alterações significativas, indicando ausência de rabdomiólise ou destruição de tecido hepático e epitelial. Os restantes minerais estudados (Ca, Na, K, Mg, Cl, P) evoluiram dentro de um padrão de normalidade. Os valores baixos de fibrinogénio e dos factores de coagulação (II, V, VII, X) evidenciam certa protecção antitrombótica, enquanto os tempos de coagulação mantiveram-se dentro dos limites de normalidade laboratorial. A ultramaratona, talvez pelo elevado nível de treino do canoista em estudo, não provocou alterações que possam indiciar a entrada em situação patológica, indicando uma boa acomodação do sujeito a este tipo de esforço.Downloads
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Publicado
2008-05-13
Como Citar
1.
Santos JAR dos, Jorreto M, Santos IF dos. MODIFICAÇÕES BIOLÓGICAS E DA COMPOSIÇÃO CORPORAL INDUZIDAS POR UMA ULTRAMARATONA EM KAYAK: UM ESTUDO DE CASO. JPhysEduc [Internet]. 13º de maio de 2008 [citado 13º de setembro de 2025];18(2):1830189. Disponível em: https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/RevEducFis/article/view/3274
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Artigos Originais
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