Anabolizantes na graduação em educação física: um dilema ético-sanitário entre estudantes que praticam fisiculturismo
Resumo
Este artigo trata do dilema enfrentado por estudantes-fisiculturistas de Educação Física que se dedicam a aprender, por conta própria, sobre o uso de anabolizantes para fins não terapêuticos em um curso de graduação vinculado à área da saúde. A noção de dilema ético-sanitário é desenvolvida a partir da articulação entre os conceitos de expertise, de Nikolas Rose, e o de risco em saúde, de Deborah Lupton. Entrevistas episódicas com seis alunos da graduação dos cursos de licenciatura e bacharelado em Educação Física de uma universidade brasileira foi a opção metodológica adotada. Como resultado, identificamos dois perfis de estudantes praticantes de fisiculturismo: um composto pelos que ingressaram no curso com o objetivo de aprender a usar anabolizantes; e outro que julgava já saber sobre e tinha por objetivo buscar uma certificação profissional universitária. Concluímos que o dilema ético-sanitário observado em ambos os perfis deveria ser tratado em aula nos cursos de graduação em Educação Física, pois o “silêncio curricular” sobre o processo de hipertrofia muscular pela via medicamentosa, associado à atmosfera de clandestinidade, pode favorecer a circulação de mais desinformação e ainda mais riscos ao público alvo deste estudo.
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