A FETICHIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO COM SURDOS
Resumo
A fetichização do trabalho com surdos diz respeito a naturalização de processos limitados quanto a oferta e garantia de uma pedagogia bilíngue. Estruturas ideológicas e alienantes, circunscrevem essa discussão em dois polos- Libras/língua portuguesa e a atividade do tradutor intérprete de Libras e língua portuguesa-TILSP. Nesse artigo, objetivamos discutir a fetichização a qual tem impactado o processo educacional dessa comunidade e os discursos erigidos em torno do Ser Surdo e a aprendizagem das línguas, assim como os processos do ensinar. O procedimento metodológico versou sobre o uso da análise de conteúdo, como estratégia para o tratamento dos dados, na análise, buscamos fundamentar a escrita a partir de categorias do materialismo histórico-dialético- MHD e da psicologia sócio-histórica-PSH. Os resultados apontam para as significações dos profissionais que veem o serviço de atendimento educacional especializado bilíngue- SAEEB como um espaço primordial para as vivências bilíngue; a Libras como principal ou quase exclusiva exigência para uma Educação bilíngue, por fim, a figura do intérprete insistentemente como principal responsável pela educação de surdos e o desvio de função imposto pela estrutura educacional brasileira a esses profissionais.
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