ESTÁGIO SUPERVISIONADO: ASPECTOS HISTÓRICOS E A (AUTO)FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE MATEMÁTICA

Palavras-chave: Estágio Supervisionado, Formação de Professores de Matemática, Prática Docente

Resumo

O Estágio Supervisionado – ES contribui para que o professor constitua-se enquanto profissional crítico-reflexivo e construa os saberes docentes necessários para uma prática autônoma, empática e dialógica. Este artigo tem como finalidade analisar o ES em seus aspectos histórico, legal, teórico e metodológico, compreendendo a sua contribuição para a formação inicial do professor de Matemática, bem como refletir sobre o reconhecimento inicial da construção dos saberes e práticas docentes no ES. Para tanto, abordaremos como se constituiu o ES, no Brasil, desde a década de 1940 até os dias atuais, utilizando, principalmente, nessa reflexão, dispositivos legais, estudos teóricos e as Diretrizes Curriculares Nacionais (BRASIL, 2015). Discorreremos, ainda, sobre a Formação de Professores de Matemática, mediante a atuação no ES, tendo como inspiração as contribuições de vários pesquisadores. O levantamento historiográfico evidenciou importantes mudanças nas concepções de aprendizagem da profissão docente.

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Biografia do Autor

Francisco Ronald Feitosa Moraes, Universidade Regional do Cariri - URCA

Licenciado em Matemática (URCA). Licenciado em Pedagogia (FAEL). Mestre em Educação (UFC), Especialista em Psicologia aplicada à Educação (URCA), Metodologia do Ensino de Matemática e Física (UCAM) e Gestão Escolar e Práticas Pedagógicas (UCAM). Professor Temporário de Educação Matemática e Estatística do Curso de Matemática da URCA/Campos Sales. Pesquiso sobre Educação Matemática, Estágio Supervisionado, Saberes Docentes e Formação de Professores de Matemática. Participante do Grupo de Pesquisa do LEDUM - Laboratório de Educação Matemática (FACED/UFC). 

Paulo Meireles Barguil, Universidade Federal do Ceará

Bacharel em Computação (1990), licenciado em Pedagogia (1994), mestre (1999) e doutor (2005) em Educação, todos cursados na Universidade Federal do Ceará - UFC. Professor Associado III da UFC, lotado no Departamento de Teoria e Prática do Ensino, da Faculdade de Educação, tem se dedicado aos seguintes temas: Educação Matemática, currículo, didática, saberes docentes, formação de professores e espaço escolar. Vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Educação, da Faculdade de Educação da UFC, é membro do eixo temático Aprendiz, Docência e Escola, da linha de pesquisa Educação, Currículo e Ensino (www.paulobarguil.pro.br). Coordena o Laboratório de Educação Matemática - LEDUM (www.ledum.ufc.br). Atuou como professor pesquisador conteudista das disciplinas Didática I e Estrutura, Política e Gestão Educacional em cursos de Licenciatura ofertados na modalidade semipresencial pela UFC Virtual, no período de 2007.2 a 2012.2. Foi parecerista ah doc dos cadernos de Matemática do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa - PNAIC, publicados em 2014. No período de agosto de 2014 a março de 2015, foi o coordenador adjunto na área de Matemática do PNAIC, vinculado à UFC. De julho de 2015 a maio de 2016, foi especialista na área de Matemática da Base Nacional Comum Curricular - BNCC. Em 2016 e 2017, foi consultor de Matemática no Programa Aprendizagem na Idade Certa - MAIS PAIC no eixo Ensino Fundamental I. Em 2017, realizou a mostra Matemática viva!, que foi aprovada na Chamada MCTIC/CNPq nº 02/2017, vinculada à Semana Nacional de Ciência e Tecnologia - SNCT 2017.

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Publicado
2020-08-11
Como Citar
Francisco Ronald Feitosa Moraes, & Paulo Meireles Barguil. (2020). ESTÁGIO SUPERVISIONADO: ASPECTOS HISTÓRICOS E A (AUTO)FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE MATEMÁTICA. Teoria E Prática Da Educação, 23(1), 145-166. https://doi.org/10.4025/tpe.v23i1.52987
Seção
Artigos