A educação para a fraternidade nas Escolas Waldorf: um estudo de caso

Silvinha Vasconcelos; Jonas  Bach Jr.; Maria Auxiliadora  Fontana Baseio; Ruan Pablo  Pereira Rodrigues

doi:10.4025/tpe.v28i1.75574

Silvinha Vasconcelos UFJF/Professora
Jonas Bach Departamento de Educação - UFTM https://orcid.org/0000-0001-6704-4065
Maria Auxiliadora Fontana Baseio Faculdade Rudolf Steiner https://orcid.org/0000-0003-3474-9434
Ruan Pablo Pereira Rodrigues Faculdade de Economia da UFJF https://orcid.org/0009-0004-2591-1393

DOI: https://doi.org/10.4025/tpe.v28i1.75574

Palavras-chave: Fraternidade econômica, Pedagogia Waldorf, Altruísmo

Resumo

Este estudo objetivou investigar se a Pedagogia Waldorf favoreceu um comportamento socioeconômico fraterno dos egressos de duas escolas Waldorf brasileiras, de Minas Gerais e de São Paulo. Para tanto, foi feita uma coleta de dados primários com base em um questionário com informações que serviram como proxies de indicadores de fraternidade econômica, em um processo de amostragem por acessibilidade. Os resultados não nos permitiram confirmar a hipótese central, pois a análise descritiva dos dados indicou que possivelmente nesse grupo haja uma distância entre a intenção e a ação social; que a fraternidade desse grupo é fraca para escolhas que envolvem processos coletivos; e que a atuação político-social desse grupo provavelmente compromete a instituição da fraternidade econômica. Mas as estimativas do modelo econométrico indicaram que, no grupo em estudo, há maior probabilidade de as mulheres revelarem um comportamento fraterno.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Silvinha Vasconcelos, UFJF/Professora

Possui graduação em Economia pela Universidade Federal de Juiz de Fora (1990), mestrado em Economia Rural pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1995) e doutorado em Economia pela Universidade Federal de Pernambuco (2001). Trabalhou no Departamento de Economia e Administração da Universidade Federal de Rio Grande (RS) de 1994 a 2006 e atualmente é Professora Titular da Faculdade de Economia da Universidade Federal de Juiz de Fora, atuando inclusive no Programa de Pós Graduação em Economia, como Professora desde 2007 e Coordenadora de 2011 a 2015. Tem experiência na área de Economia, com ênfase em Organização Industrial e Estudos Industriais, e realiza pesquisas voltadas para o estudo da defesa da concorrência e teoria dos jogos aplicada à análise da natureza da competição em mercados selecionados. Atualmente coordena projeto de extensão de natureza multidisciplinar (ANTHROPOS), com ênfase em estudos e práticas voltadas para o desenvolvimento humano na academia e comunidade civil. Atua também levando Economia para o Ensino Médio em projeto de extensão de Economia e Arte. Faz parte do Núcleo Docente Estruturante da Faculdade de Economia da UFJF, da Comissão de Acompanhamento Discente e da Comissão de Planejamento Estratégico do Programa de Pôs Graduação em Economia.

Jonas Bach, Departamento de Educação - UFTM

Pós-Doutorando no Departamento de Música da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo (Ribeirão Preto), no Programa Pesquisador Colaborar, com projeto sobre Fenomenologia e Música. Professor da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), atuante na área de Psicologia e Filosofia da Educação. Professor Permanente do Programa de Pós-Graduação em Educação da UFTM. Pós-Doutor pela Unicamp com o projeto Educação em Steiner e a Fenomenologia de Goethe, com bolsa PNDP/Capes. Líder do grupo de pesquisa no CNPq: A proposta pedagógica de Rudolf Steiner: contribuições para a educação contemporânea. Foi Professor Participante do Programa de Pós-Graduação em Educação da Unicamp, onde lecionou Antropologia Filosófica e Educação, Tópicos Especiais em Filosofia da Educação. Doutor em Educação na UFPR, com bolsa sanduíche do programa Capes/DAAD com estágio na Alanus Hochschule (Alemanha). O campo de pesquisa principal aborda a educação em suas dimensões epistemológicas e psicológicas, com base na inter/transdisciplinaridade da fenomenologia de Goethe e de Rudolf Steiner. No mestrado em educação (UFPR), dissertou sobre a fundamentação holística da educação ecológica na Pedagogia Waldorf. É licenciado em Filosofia e bacharel em Comunicação Social (jornalismo).

Maria Auxiliadora Fontana Baseio, Faculdade Rudolf Steiner

Doutora em Letras, na área de Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa, pela Universidade de São Paulo, com a tese Entre a magia da voz e a artesania da letra: o sagrado em Manoel de Barros e Mia Couto (2007); pós-doutorado em Estudos Portugueses e Lusófonos no Instituto de Letras e Ciências Humanas da Universidade do Minho, Portugal, com a pesquisa Cartografias de África em António Lobo Antunes (2018); Mestre em Letras pela Universidade de São Paulo, com a Dissertação No vaivém da lançadeira: o retorno do sagrado na literatura infantil/juvenil de língua portuguesa (2000). Bacharel em Letras pelo Centro Universitário Ibero-Americano (1989), com Licenciatura Plena em Português-Inglês e Bacharel em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo (1992). Coordenadora de pesquisa da Faculdade Rudolf Steiner; docente da graduação em Pedagogia e da pós-graduação na mesma instituição (FRS). Possui mais de 30 anos de experiência na Educação, em seus vários níveis - fundamental, médio e superior -, tendo também experiência em gestão de cursos superiores. Seus principais campos de trabalho e de investigação estão na área de Letras, no âmbito dos Estudos Comparados de Literatura. É líder do grupo de Pesquisa: Arte, Cultura e Imaginário, certificado pelo CNPq, pesquisadora do grupo Produções Literárias e Culturais para Crianças e Jovens, vinculado à Universidade de São Paulo e do grupo A proposta Pedagógica de Rudolf Steiner: contribuições para a educação contemporânea, vinculado à UFTM-FRS. Sua pesquisa concentra-se nos seguintes temas: sagrado, imaginário, cultura, literatura e suas interfaces com outras artes e linguagens, educação, interdisciplinaridade. É coautora do livro A literatura e o imaginário: diálogos transversais (2017) e tem produzido variados artigos para periódicos científicos nacionais e internacionais. Desde 2019, participa da diretoria do Instituto Maiana, uma entidade não governamental voltada a favorecer o desenvolvimento humano por meio de programas de ampliação pedagógica e social, atendendo, de forma direta e/ou indireta, grupos em situação de vulnerabilidade em suas demandas nas diferentes fases da vida.

Referências

Bredariol, T. de M. (2021) Dos nós aos Nós: seguindo os efeitos da autogestão em uma escola Waldorf em rede. 146 p. (Tese de Doutorado em Psicologia Social) – Instituto de Psicologia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.

Gil, A.C. (2021) Métodos e técnicas de pesquisa social. 7. ed. São Paulo: Atlas.

Greene, W. H. (1993) Econometric Analysis. 2.ed. New York: Macmillan.

Kolm, S. C. & Ythier, J.M. (Eds) (2006). Handbook of the Economics of Giving, Altruism and Reciprocity. Amsterdam: North Holland.

Lamb, G. & Hearn, S. (2014) Steinerian Economics: a compendium. New York: Adonis Press, 2014.

Lazzarin, S.K. (2015) O princípio da fraternidade na Constituição Federal Brasileira de 1988. Direito & Justiça. 41(1), 92-99, jan-jun. Disponível em: https://revistaseletronicas.pucrs.br/fadir/article/view/19975. Acesso em 4/2/2025

Pabst, A. (2013) Fraternity. In: Bruni, L.; Zamagni, S. (Eds). Handbook on the Economics of Reciprocity and Social Enterprise. Camberley: Edward Elgar, pp. 153-162.

Steiner, R. (1905) Os enigmas do mundo e a antroposofia: a fraternidade e a luta pela existência. GA 54 (tópico VIII). Berlim, 23 de novembro (tradução livre). Disponível em: http://rsarchives.com. Acesso em: 10/01/2024.

Steiner, R. (2011) Os pontos centrais da questão social: aspectos econômicos, político-jurídicos e espirituais da vida em sociedade. São Paulo: Antroposófica.

Steiner, R. (2018) Economia viva: o mundo como organismo econômico único (catorze conferências proferidas em Dornach, Suíça, de 24 de julho a 6 de agosto de 1922). 4. ed. São Paulo: Antroposófica.

Steiner, R. (2019) A questão pedagógica como questão social: os fundamentos sociais, histórico-culturais e espirituais das Escolas Waldorf. 2. ed. São Paulo: Antroposófica.