O projeto republicano de instrução e as escolas isoladas urbanas: entre a transitoriedade e a permanência (Belo Horizonte 1906-1927)
Resumo
No artigo, busca-se resgatar a presença de escolas isoladas na cidade de Belo Horizonte, no período entre 1906 (ano da Reforma João Pinheiro, que instituiu os grupos escolares no estado mineiro) e 1927 (ano da reforma Francisco Campos, que implementou a pedagogia escolanovista). Adotado como fontes a legislação educacional, os relatórios de inspetores, as correspondências entre as escolas e a Secretaria do Interior, bem como a rica historiografia da educação mineira do período, tem-se em vista compreender o papel das escolas multisseriadas na educação primária na capital, após a implementação da escola graduada. Verifica-se que, se o propósito da reforma de 1906 era a gradual extinção das escolas isoladas, estas permaneceram numericamente significativas, predominando nos locais com menor densidade demográfica do estado (pequenos núcleos urbanos e espaços rurais). No caso de Belo Horizonte, inseridas em uma cidade que se projetava como vitrine do ideário republicano, tais escolas funcionavam, em termos de espaço físico, material didático, condição docente e investimento na frequência escolar, em condições que, mesmo inferiores às dos grupos escolares, eram superiores às do interior do estado. Observa-se, nas políticas educacionais do período, tanto a precarização do funcionamento dessas escolas quanto o investimento em sua qualificação, caso em que elas se configuravam como um mal necessário diante das dificuldades de extensão da escola graduada a toda população infantil.
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