Cultura ilustrada e educação conservadora

Bernardo Vasconcelos e sua "Carta aos Senhores Eleitores" (1828)

Palavras-chave: Brasil Império, Educação Liberal, Civilização e Educação, Análise do discurso

Resumo

Partindo da Carta aos Senhores Eleitores da Província de Minas Gerais de 1828, de Bernardo Vasconcelos, apresentamos nossa compreensão sobre o pensamento ilustrado no Brasil, da Inconfidência Mineira (1789) ao Primeiro Reinado (1822-1840), e suas implicações com a educação. Nessa fonte documental, analisada sob o referencial teórico da história dos conceitos e de seus usos, de Reinhart Koselleck, percebemos as influências do iluminismo europeu no repertório de nossa elite política. Consideramos, parcialmente, que o projeto inconfidente manteve sua continuidade no discurso e nas ações de Vasconcelos demonstrando que a escola pensada no Império também significou uma centralização conservadora.

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Biografia do Autor

Dalvit Greiner de Paula, Universidade Federal de Minas Gerais

Doutorando em Educação - História da Educação na UFMG, Mestre em Educação na UEMG com Especialização em Planejamento Educacional e Docência do Ensino Superior e Especialização em Gestão de Projetos Culturais. Licenciado em História pela UFMG. Atualmente é professor de EJA da RME/BH.

Luciano Mendes de Faria Filho, Universidade Federal de Minas Gerais

Doutor em Educação pela USP. Professor titular da Faculdade de Educação da UFMG onde coordena o Projeto Pensar a Educação Pensar o Brasil (1822-2022), iniciativa desenvolvida em rede com mais de uma dezena de universidades no Brasil. É Secretário Regional da SBPC-Minas Gerais e participa de vários Conselhos Editoriais de diversas revistas de História da Educação no Brasil e no exterior.

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Publicado
2020-07-24
Como Citar
de Paula, D. G., & Faria Filho, L. M. de. (2020). Cultura ilustrada e educação conservadora. Revista Brasileira De História Da Educação, 20(1), e120. Recuperado de https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/rbhe/article/view/53132