Das maquinações aos estratagemas

representação da ação jesuítica a partir da percepção da decadência portuguesa

Palavras-chave: antijesuitismo, jesuítas, reformas pombalinas, Universidade de Coimbra

Resumo

Neste texto, analisamos a representação da ação jesuítica em Portugal a partir do conceito de decadência na obra Compêndio histórico da Universidade de Coimbra, de 1771. A literatura antijesuítica construída pelo ministério pombalino descreve o período jesuítico como uma época de ‘trevas’. Além do debate entre antigos e modernos, a percepção de decadência do Reino, recorrente nos escritos dos letrados portugueses, reforçou a responsabilidade dos inacianos por esse cenário. São vistos como o inimigo interno que conspira e maquina contra o corpo social e, por meio de seus Estatutos, causaram a decadência da Universidade de Coimbra. A análise busca aprofundar a compreensão da retórica antijesuítica do ministério pombalino e compreender as mudanças dos paradigmas modernos de educação no contexto lusitano.

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Biografia do Autor

Rafael de Paula Cardoso, Universidade Metodista de Piracicaba, Piracicaba, SP, Brasil

Licenciado em história e doutor em educação pela Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP). Professor da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo.

Thiago Borges de Aguiar, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil.

Pedagogo e doutor em educação pela Universidade de São Paulo (USP). Pesquisador pós-doutorando na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).

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Publicado
2022-10-07
Como Citar
Cardoso, R. de P., & Aguiar, T. B. de. (2022). Das maquinações aos estratagemas. Revista Brasileira De História Da Educação, 22(1), e237. https://doi.org/10.4025/rbhe.v22.2022.e237