O liceu feminino de Anália Franco e a formação de professoras para as casas maternais no início do século XX

Regina Lucia Silveira Martins; Jefferson da Costa  Soares

doi:10.4025/rbhe.v25.2025.e386

Regina Lucia Silveira Martins Instituto Benjamin Constant, Rio de Janeiro, RJ, Brasil https://orcid.org/0000-0002-3883-9405
Jefferson da Costa Soares Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil https://orcid.org/0000-0001-6959-3471

DOI: https://doi.org/10.4025/rbhe.v25.2025.e386

Palavras-chave: Associação Feminina Beneficente Instrutiva de São Paulo, Curso de Formação de Professores, História da Educação Infantil

Resumo

O objetivo do artigo é analisar o Liceu da Associação Feminina Beneficente e Instrutiva de São Paulo, por Anália Franco, em 1902. Trata-se de um curso de formação de professoras, voltado para a educação infantil, para atender a creches e casas maternais espalhadas pelo estado na primeira década republicana. A metodologia utilizada foi a análise documental de fontes como anúncios publicados em periódicos da época, impressos, o livro de memórias de uma ex-aluna, dentre outros. Caracterizamos o projeto original de criação do Liceu, que culminou na inclusão pedagógica a um segmento não contemplado nas reformas instrutivas do Estado; analisamos as modificações e estratégias adotadas pela educadora para concretização e manutenção desta experiência pioneira; e identificamos as dificuldades por ela enfrentadas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Regina Lucia Silveira Martins, Instituto Benjamin Constant, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Possui graduação em Educação pela PUC-Rio (1980), mestrado em Educação pela UNESA na área de Representações Sociais (2013), doutorado em Educação pela PUC-Rio (2024), em História da Educação. Professora aposentada da rede particular do Rio de Janeiro, onde atuou como orientadora, supervisora e coordenadora nos Colégios Bennett e Santo Inácio. Professora EBTT do Instituto Benjamin Constant (2025), onde atuou como chefe de divisão, supervisora, assistente de direção e diretora substituta do Departamento de Educação (2014 a 2021).

Jefferson da Costa Soares, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Professor Adjunto do Departamento de Educação da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Possui bacharelado e licenciatura em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, mestrado em Educação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, doutorado em Ciências Humanas - Educação pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. É Jovem Cientista do Nosso Estado (FAPERJ, 2021), membro da Sociedade Brasileira de História da Educação (SBHE) e lidera o Grupo de Pesquisas em História da Profissão Docente e das Disciplinas Escolares (HISPROF).

Referências

Associação Feminina Beneficente Instrutiva de São Paulo. (1901). Estatuto da fundação da Associação Feminina Beneficente Instrutiva de São Paulo. São Paulo, SP: Typographia da A Voz Maternal.

Associação Feminina Beneficente Instrutiva. (1908). Relatório de 1908. Fundação Carlos Chagas. https://www.fcc.org.br/pesquisa/educacaoInfancia/EducacaoInfancia.downloadArtigo.mtw?id=35

A Província de São Paulo. (1877, 29 dezembro). “A exma. sra. Amalia Emilia Franco”. Acervo do Estadão. Recuperado de https://acervo.estadao.com.br/

Arquivo Público do Estado de São Paulo. (1908–1909). Anuário de São Paulo (1908–1909). https://www.arquivoestado.sp.gov.br/web/digitalizado/bibliografico_periodico/anuarios_ensino

Arquivo Público do Estado de São Paulo. (1909). Jornais e revistas – acervo digital. https://www.arquivoestado.sp.gov.br/web/digitalizado/bibliografico_periodico/jornais_revistas

Azevedo, A. R. (2010). Os espíritas e Anália Franco: práticas de assistência e escolarização da infância no início do século XX. Cadernos de História da Educação, 9(2). https://seer.ufu.br/index.php/che/article/view/20009

Barros, M. C. S. (1982). Vida e obra de Anália Franco: 1856-1919. São Paulo, SP: Copidart.

Bem, S. F. (1998). Contribuição para estudos das estações ferroviárias paulistas [Dissertação de Mestrado, Universidade de São Paulo]. São Paulo, SP. https://teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16131/tde-30082016-114708/pt-br.php

Bourdieu, P. (2003). O capital social. In M. A. Nogueira & A. Catani (Orgs.), Escritos de Educação (5ª ed., pp. 65–73). Petrópolis, RJ: Vozes.

Bourdieu, P. (2006). A ilusão biográfica. In J. Amado & M. M. Ferreira (Orgs.), Usos e abusos da história oral (8ª ed., pp. 183–191). Rio de Janeiro, RJ: Editora FGV.

Brainly. (2023). Ferrovias de São Paulo em fins do século XIX. Recuperado de https://brainly.com.br/tarefa/32719598

Chagas, F. G. (2016). Álbum das Meninas: revista literária e educativa dedicada às jovens brasileiras – estudo de um impresso de Anália Franco (1898–1901) [Dissertação de Mestrado, Universidade de São Paulo]. São Paulo, SP.

Daligault. (1870). Curso de pedagogia. Santa Catarina: Typografia de Ribeiro & Caminha. https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/179927

Dias, M. H. (2013). Professores da Escola Normal de São Paulo (1846–1890): a história não escrita. Campinas, SP: Editora Alínea.

Ferreira, R. M. (2020). O que dizem de nós: o movimento feminino e educacional de Anália Franco publicado na imprensa, de 1875–1919 [Tese de Doutorado, Universidade Católica de Santos]. Santos, SP.

Franco, A. (1898, 31 de julho). Álbum das Meninas, 1(4). https://www.fcc.org.br/pesquisa/educacaoInfancia/EducacaoInfancia.downloadArtigo.mtw?id=40

Franco, A. (1904, 1º de janeiro). A Voz Maternal, 1(2). https://www.fcc.org.br/pesquisa/educacaoInfancia/EducacaoInfancia.downloadArtigo.mtw?id=15

Franco, A. (1906). Relatório de 1905: apresentado e aprovado em assembleia geral ordinária de 15 de janeiro de 1906. São Paulo, SP: Typ. D’A Voz Maternal.

Franco, A. (1909). Relatório de 1908: apresentado em assembleia geral ordinária de 15 de janeiro de 1909. https://www.fcc.org.br/pesquisa/educacaoInfancia/EducacaoInfancia.downloadArtigo.mtw?id=35

Franco, A. (1912). Relatório de 1912: Apresentado em assembleia geral ordinária de 5 de abril de 1913. São Paulo, SP: Associação Feminina Beneficente e Instrutiva. Recuperado de https://www.fcc.org.br/pesquisa/educacaoInfancia/EducacaoInfancia.downloadArtigo.mtw?id=36

Franco, A., & Caldas, E. (1902). Manual para as Escolas Maternaes da Associação Feminina Beneficente e Instructiva. São Paulo, SP: Typographia da A Voz Maternal.

Fundação Carlos Chagas. (s.d.). Educação e infância – acervo digital. https://www.fcc.org.br/pesquisa/educacaoInfancia/EducacaoInfancia.abrirTopico.mtw?idTopico=1

Johansen, C. C. (2017). A interiorização da assistência à infância e a experiência do Asylo de Orphans Anália Franco em Ribeirão Preto (1901–1925) [Dissertação de Mestrado, Universidade de São Paulo]. Ribeirão Preto, SP. https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59140/tde-08012018-120423/

Kishimoto, T. M. (1988). A pré-escola em São Paulo (1877–1940). São Paulo, SP: Edições Loyola.

Kuhlmann, J. M. (1991). Instituições pré-escolares assistencialistas no Brasil (1899–1922). Cadernos de Pesquisa, 78, 17–26.

Kuhlmann, J. M. (1998). Infância e educação infantil: uma abordagem histórica. Porto Alegre, RS: Mediação.

Le Goff, J. (2003). Documento/monumento: história e memória (I. Ferreira, B. Leitão & S. F. Borges, Trads.). Campinas, SP: Editora Unicamp.

Lei nº 14.986, de 25 de setembro de 2024. (2024). Altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), incluindo a obrigatoriedade de abordar experiências e perspectivas femininas nos conteúdos curriculares do ensino fundamental e médio. Diário Oficial da União. https://www.planalto.gov.br/

Lodi-Correa, S. (2009). Anália Franco e a sua ação socioeducacional na transição do Império para a República (1868–1919) [Dissertação de Mestrado, Universidade Estadual de Campinas]. Campinas, SP. https://repositorio.unicamp.br/acervo/detalhe/449107

Martins, A. L. (2001). Revistas em revista: imprensa e práticas culturais em tempos de República, São Paulo (1890–1922). São Paulo, SP: Editora da Universidade de São Paulo; FAPESP; Imprensa Oficial do Estado.

Monarcha, C. (1999). Escola Normal da Praça: o lado noturno das luzes. Campinas, SP: Editora Unicamp.

Monteiro, E. C. (1992). Anália Franco: a grande dama da educação brasileira. São Paulo, SP: Eldorado Espírita.

Nóvoa, A. (1992). Os professores e a história da sua vida. In A. Nóvoa (Org.), Vidas de professores (pp. 13–33). Porto, Portugal: Porto Editora.

Oliveira, E. C. (2007). Anália Franco e a Associação Feminina Beneficente e Instrutiva: ideias e práticas educativas para a criança e a mulher (1870–1920) [Dissertação de Mestrado, Universidade São Francisco]. Itatiba, SP.

Pesavento, S. J. (2005). História & história cultural (2ª ed.). Belo Horizonte, MG: Autêntica.

Portela, D. F. (2016). A trajetória profissional da educadora Anália Emília Franco em São Paulo (1853–1919) [Tese de Doutorado, Universidade de São Paulo]. São Paulo, SP. https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-04122019-160110/

Revista do Jardim da Infância. (1896). Publicação Oficial da Escola Normal de São Paulo (Vol. 1). São Paulo, SP: Tipografia do Estado. Recuperado de http://memoria.bn.br/pdf/216690/per216690_1896_00001.pdf

Silva, V. B., & Perez, T. T. (2014). Apropriações dos saberes pedagógicos no início da formação: manuais e provas da Escola Normal de São Paulo (década de 1870). História da Educação, 18(42), 93–113. https://seer.ufrgs.br/historiaeducacao/article/view/51459

Sirinelli, J.-F. (2003). Impressions: soleil couchant? Le Débat, 110, 45–52. https://doi.org/10.3917/deba.110.0045

Souza, R. F. (1998). Templos de civilização: a implantação da escola primária graduada no Estado de São Paulo (1890–1910). São Paulo, SP: Editora UNESP.

Valdemarin, V. T. (2004). Estudando as Lições de Coisas: análises dos fundamentos filosóficos do método de ensino intuitivo. Campinas, SP: Autores Associados. (Coleção Educação Contemporânea).

Valle, D. S. (2010). Intelectuais, espíritas e abolição da escravidão: os projetos de reforma na imprensa espírita (1867–1888) [Dissertação de Mestrado, Universidade Federal Fluminense]. Niterói, RJ.