El golpe se convierte en fiesta
el 31 de marzo de 1964 en los discursos y prácticas cívico-patrióticas (1970-1971)
Resumen
El artículo investiga los discursos y prácticas cívico-patrióticas alusivas al aniversario del golpe cívico-militar - 31/marzo/1964. Para marcar el culto al civismo se implementó en el currículo escolar la disciplina de Educación Moral y Cívica (1969), alineada con la inversión en el ritualismo simbólico del golpe cívico-militar de 1964, que se convirtió en una fiesta inscrita en el Calendario Cívico Nacional. Dichas prácticas estaban llenas de dispositivos de memoria vinculados a la legitimación de la acción golpista, a través de discursos laudatorios en torno a temas cívico-patrióticos dirigidos a la juventud. La óptica cívico-normativa definida por el Estado opresor silenció el carácter ilegal del evento y se invirtió en estimular el patriotismo, omitiendo los aspectos de violencia y persecución política practicados en el gobierno de Médici.
Descargas
Metrics
Citas
II Exército festeja a Revolução em SP. (1970, 31 de março). Folha de S. Paulo, primeiro caderno, p. 6.
jovens comemoram aniversário da Revolução. (1970, 2 de abril). Folha de S. Paulo, primeiro caderno, p. 6.
Atos no Rio tiveram presença de Chagas. (1971, 1 de abril). Jornal do Brasil, primeiro caderno, p. 3.
Ávila, F. B. Pequena enciclopédia de moral e civismo (2a ed.). Rio de Janeiro, RJ: Fename, 1972.
Berstein, S. (2009). Culturas políticas e historiografia. In C. Azevedo, D. Rollemberg, M. F. Bicalho, P. Knauss, & S. V. Quadrat (Orgs.), Cultura política, memória e historiografia (p. 29-46). Rio de Janeiro, RJ: Ed. FGV, 2009.
O Brasil comemora seis anos da Revolução. (1970, 31 de março). Folha de S. Paulo, primeiro caderno, p. 1.
Brasil. Presidência da República. Casa Civil. (1969, 15 de setembro). Decreto-lei n° 869, de 12 de setembro de 1969. Dispõe sobre a inclusão da Educação Moral e Cívica como disciplina obrigatória, nas escolas de todos os graus e modalidades, dos sistemas de ensino no País, e dá outras providências. Diário Oficial da União, seção 1, p. 7769.
Cardoso, L. C. (2011). Os discursos de celebração da “Revolução de 1964”. Revista Brasileira de História, 31(62), 117-140. Recuperado de: https://www.scielo.br/j/rbh/a/Yk9r3yXBVzsMw5XxSRKSjZv/?format=pdf&lang=pt
Carneiro, A. M. (2019). Cinema e censura nas ditaduras militares brasileira e argentina (Tese de Doutorado). Programa de Pós-Graduação em História, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte. Recuperado de: https://repositorio.ufmg.br/handle/1843/30037
Catroga, F. (2001). Memória, história e historiografia. Coimbra, PT: Quarteto.
Comemorado no Interior o 7.o aniversário da Revolução. (1971, 2 de abril). Folha de S. Paulo, primeiro caderno, p. 6.
Discurso do general Canavarro abre os festejos da Revolução. (1970, 29 de março). Folha de São Paulo, primeiro caderno, p. 4.
Ferreira, C. (2017). Cinquenta anos do golpe civil-militar: ordem cívica e ilegalidade no início do governo ditatorial no Brasil (1964-1965). Passagens. Revista Internacional de História Política e Cultura Jurídica, 9(2), 191-213. Recuperado de: https://periodicos.uff.br/revistapassagens/article/view/45961/26290
Ferreira, C. (2018). Contrastes e prazeres da sociabilidade dos trabalhadores têxteis de Blumenau (1958-1968). Blumenau, SC: Edifurb.
Ferreira, C., & Silva, E. R. (2014). O retorno do imortal: D. Pedro I mitificado pelos militares nas representações imagéticas das Revistas O Cruzeiro e Manchete no Sesquicentenário da Independência (1972). Tempo e Argumento, 6(11), 355-385. Recuperado de: https://revistas.udesc.br/index.php/tempo/article/view/2175180306112014355/3077
Ferreira, M. M. (1997). História oral, comemorações e ética. Projeto História, (15), 157-164.
Festa da Revolução terá Elisete. (1970, 29/30 de março). Jornal do Brasil, primeiro caderno, p. 7.
Fico, C. (1997). Reinventando o otimismo: ditadura, propaganda e imaginário social no Brasil. Rio de Janeiro, RJ: Ed. FGV.
Filgueiras, J. M. (2006). A educação moral e cívica e sua produção didática: 1969-1993 (Dissertação de Mestrado). Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo. Recuperado de: https://tede2.pucsp.br/handle/handle/10549
Filgueiras, J. M., & Araújo, J. E. L. (2019). Cultura escolar, rituais cívicos e ensino de história nas escolas de Alfenas durante o regime militar. Plures Humanidades, 1 (1), 40-59.
Fontoura, A. A. (1970a). Educação cívica e calendário cívico brasileiro: 1º semestre (3a ed.). Rio de Janeiro, RJ: Aurora.
Fontoura, A. A. (1970b). Princípios de educação moral e cívica. Rio de Janeiro, RJ: Ed. Aurora.
Gagnebin, J. (2004). Memória, história, testemunho. In M. S. Bresciani, & M. Naxara (Orgs.), Memória e (res) sentimento: indagações sobre uma questão sensível (p. 83-93). Campinas, SP: Ed. Unicamp.
Geisel exalta a democracia no aniversário da Revolução. (1970, 31 de março). Jornal do Brasil, primeiro caderno, p. 05.
Gomes, A. (1976). Calendário cívico escolar. Rio de Janeiro, RJ: Ed. do Brasil.
Hartog, F., & Revel, J. (2001). Les usages politiques du passé. Paris, FR: École de Hautes Études em Sciences Sociales.
Kelly, C. (1970). Introdução à educação moral e cívica. Rio de Janeiro, RJ: Reper/Renes.
Kushnir, B. (2004). Cães de guarda: entre jornalistas e censores. In D. A. Reis Filho, M. Ridenti, & R. P. S. Motta (Orgs.), O golpe e a ditadura militar: quarenta anos depois (1964-2004) (p. 249-264). Bauru, SP: Edusc.
Le Goff, J. (2013). História e memória (7a ed.). Campinas, SP: Ed. Unicamp.
Lima, G. A. B. (2019). Aula prática de Brasil no Projeto Rondon: estudantes, ditadura e nacionalismo. São Paulo, SP: Alameda.
Luís Vianna lembra a figura de Castelo. (1970, 31 de março). Jornal do Brasil, primeiro caderno, p. 5.
Maia, T. A. (2012). Os cardeais da cultura nacional: o Conselho Federal de Cultura na ditadura civil-militar (1967-1975). São Paulo, SP: Itaú Cultural.
Maia, T. A. (2014). Os usos do civismo em tempos autoritários: as comemorações e ações do Conselho Federal de Cultura (1966-1975). Revista Brasileira de História, 34(67), 89-109. Recuperado de: https://www.scielo.br/j/rbh/a/vwPXM9NvdZggpRg3qL7VMhp/?lang=pt&format=pdf
Maracanã viu festa antes do treino. (1970, 31 de março). Jornal do Brasil, primeiro caderno, p. 32.
Médici é aplaudido na festa de aniversário da Revolução. (1970, 1 de abril). Jornal do Brasil, primeiro caderno, p. 7.
A meta da marinha é a valorização do homem. (1970, 31 de março). Folha de S. Paulo, p. 6.
Mortatti, M. R. L., Oliveira, F. R., Sales, G. G. P., & Trevisan, T. A. (2009). Manuais para a formação de professores primários (1940-1960) e a conformação de práticas de ensino de leitura e escrita no Brasil. In Anais do Seminário Brasileiro Livro e História Editorial (p. 1-14). Niterói, RJ. Recuperado de: http://www.livroehistoriaeditorial.pro.br/ii_pdf/M.Rosario.pdf
Motta, R. P. S. (2013). Rupturas e continuidade na ditadura brasileira: a influência da cultura política. In L. A. Abreu, & R. P. S. Motta (Orgs.), Autoritarismo e cultura política (p. 9-32). Porto Alegre, RS: FGV.
Motta, R. P. S. (2014). As universidades e o regime militar: cultura política brasileira e modernização autoritária. Rio de Janeiro, RJ: Zahar.
Oriá, R. (2012). Datas comemorativas e outras datas significativas. Brasília, DF: Biblioteca Digital da Câmara dos Deputados.
Orwell, G. (2020). Sobre a verdade. São Paulo, SP: Companhia das Letras.
Ozouf, M. (1989). A festa: sob a Revolução Francesa. In J. Le Goff, & P. Nora (Orgs.), História: novos objetos (p. 216-232). Rio de Janeiro: F. Alves.
Pacheco, R. A. (2008). Cultura política: as mediações simbólicas do poder. In S. J. Pesavento, N. M. W. Santos, & M. S. Rossini (Orgs.), Narrativas, imagens e práticas sociais: percursos em história cultural (p. 172-184). Porto Alegre, RS: Asterisco.
Passarinho lança “Calendário Cívico”. (1970, 4 de setembro). Jornal do Brasil, primeiro caderno, p. 4.
Pollak, M. (1989). Memória, esquecimento, silêncio. Estudos Históricos, 2(3), 3-15. Recuperado de: http://www.uel.br/cch/cdph/arqtxt/Memoria_esquecimento_silencio.pdf
Portelli, A. (2006). O massacre de Civitella Val di Chiana (Toscana, 29 de junho de 1944): mito e política, luto e senso comum. In J. Amado, & M. M. Ferreira (Coords.), Usos & abusos da história oral (p. 103-130). Rio de Janeiro, RJ: FGV.
Reale, M. (1970, 29 de março). Legitimidade revolucionária. Folha de São Paulo, caderno especial, p. 5.
Reis Filho, D. A. (2014). Ditadura e democracia no Brasil: do golpe de 1964 à Constituição de 1988. Rio de Janeiro, RJ: Zahar.
Revolução é lembrada nas escolas. (1970, 31 de março). Folha de S. Paulo, primeiro caderno, p. 7.
Ribeiro, B. (2016). Jornal do Brasil, história e memória: os bastidores das edições mais marcantes de um veículo inesquecível (2a ed.). Rio de Janeiro, RJ: Record.
Ricoeur, P. (2018). A memória, a história, o esquecimento (7a ed.). Campinas, SP: Ed. Unicamp.
Ridenti, M. (2007). Esquerdas armadas revolucionárias nos anos 1960-1970. In J. Ferreira, & D. A. Reis Filho (Orgs.), Revolução e democracia (p. 21-51). Rio de Janeiro, RJ: Civilização Brasileira.
Rollemberg, D. (2010). As trincheiras da memória: a Associação Brasileira de Imprensa e a ditadura (1964-1974). In D. Rollemberg, & S. V. Quadrat (Orgs.), A construção social dos regimes autoritários: legitimidade, consenso e consentimento no século XX (p. 97-144). Rio de Janeiro, RJ: Civilização Brasileira.
Ryan, M. (1992). A parada norte-americana: representações da ordem social do século XIX. In L. Hunt (Org.), A nova história cultural (p. 177-209). São Paulo, SP: Martins Fontes.
Santalucia, A., & Jorge, F. (1975). Calendário cívico: o livro das datas comemorativas (de acordo com o currículo escolar). São Paulo, SP: MM.
Thiesse, A. (2001). Ficções criadoras: as identidades nacionais. Anos 90, 9(15), 7-23. Recuperado de: https://seer.ufrgs.br/anos90/article/view/6609
Todo o país comemora a Revolução de 31 de março. (1970, 31 de março). Folha de S. Paulo, Primeiro Caderno, p. 8.
Vasconcelos, C. B. (2019). O discurso da democracia: imprensa e hegemonia da ditadura empresarial-militar brasileira (1964-1968). Tempo & Argumento, 11(28), 365 - 401. Recuperado de: https://revistas.udesc.br/index.php/tempo/article/view/2175180311282019365/10653
Derechos de autor 2023 Cristina Ferreira, Ana Carolina Zimmermann (Autor)

Esta obra está bajo licencia internacional Creative Commons Reconocimiento 4.0.
Os direitos autorais pertencem exclusivamente aos autores. Os direitos de licenciamento utilizados pelo periódico consistem na licença Creative Commons Attribution 4.0 (CC BY 4.0): são permitidos o acompartilhamento (cópia e distribuição do material em qualqer meio ou formato) e adaptação (remix, transformação e criação de material a partir do conteúdo assim licenciado) para quaisquer fins, inclusive comerciais.
Recomenda-se a leitura desse link para maiores informações sobre o tema: fornecimento de créditos e referências de forma correta, entre outros detalhes cruciais para uso adequado do material licenciado.