Festejar aqui e lá: a escrita comparada das festas escolares no Brasil e em Portugal (1890-1920)

  • Renata Marcílio Cândido Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação e do Curso de Pedagogia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) http://orcid.org/0000-0002-8032-881X
Palavras-chave: Festas escolares, escrita da história, história comparada

Resumo

Este artigo propõe a escrita comparada da história das festas escolares no Brasil e em Portugal em um contexto representativo da consolidação dos sistemas públicos e estatais de ensino nos dois países, na viragem do século XIX para o XX. As análises que tecem a escrita foram elaboradas a partir da sistematização de textos publicados em periódicos de ensino. Neste corpus documental, percebe-se que as ‘aproximações’ com relação ao tema referem-se às festas que celebram a escola como parte do projeto modernizador das sociedades brasileira e portuguesa. Já os ‘distanciamentos’ relacionam-se aos temas das solenidades, como as festas beneficentes portuguesas, ou às datas representativas dos ‘heróis’ nacionais e acontecimentos marcantes da história política dos países.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Renata Marcílio Cândido, Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação e do Curso de Pedagogia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
Professora do do Programa de Pós-Graduação em Educação e do Departamento de Educação da Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (EFLCH) da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Possui graduação em Pedagogia pela Universidade de São Paulo (2003), Mestrado em Educação (2007) de Doutorado em Educação (2012) pela mesma universidade. Atualmente coordena a Residência Pedagógica para Educação Infantil no âmbito do Curso de Pedagogia e integra o Grupo de Pesquisa 'História da Educação: Intelectuais, Instituições, Impressos" (Unifesp).Tem experiência na área de Educação, com ênfase em História da Educação e Tópicos Específicos da Educação, atuando principalmente nos seguintes temas: história da educação, cultura escolar, avaliação, festas escolares, práticas da vida escolar e uso dos uniformes. (Fonte: Currículo Lattes)

Referências

BOURDIEU, P. (2004) Os usos sociais da ciência – por uma sociologia clínica do conhecimento científico. São Paulo: Unesp.

______________ (1998). A escola conservadora: as desigualdades frente à escola e à cultura. In: NOGUEIRA, Maria Alice e CATANI, Afrânio Mendes (eds.). Escritos de Educação. Rio de Janeiro: Ed. Vozes, pp. 41-69.

______________. (1990). Coisas Ditas. São Paulo: Brasiliense.

BOTO, C. (2004). Aprender a ler entre cartilhas: civilidade, civilização e civismo pelas lentes do livro didático. Educação e Pesquisa, v.30, n.3, set./dez., pp. 493-511. http://dx.doi.org/10.1590/S1517-97022004000300009.

________. (2010). A racionalidade escolar como processo civilizador: a moral que captura almas. Revista Portuguesa de Educação, vol. 23, núm. 2, pp. 35-72. https://doi.org/10.21814/rpe.13986.

CATANI, D. B. (2007). Escrever e Comparar-se, Mapear e Apropriar-se: questões da pesquisa em História da Educação. In: GATTI JR, Décio & PINTASSILGO, Joaquim. (eds.). Percursos e Desafios da Pesquisa e do Ensino de História da Educação. Uberlândia: EDUFU, pp. 165-182.

CATROGA, F. (2000). O republicanismo em Portugal – da formação ao 5 de outubro de 1910. Lisboa: Editorial Notícias, 2ª edição.

CHARLE, C.; SCHRIEWER, J. & WAGNER, P. (eds.) (2004). Transnational intellectual networks: forms of academic knowledge and the search for cultural identities. Frankfurt/New York: Campus Verlag.

CHARTIER, R. (1990). Por uma sociologia histórica das práticas culturais. In: ______. (1990). A história cultural: entre práticas e representações. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil.

COWEN, R. (2012). A história e a criação da educação comparada. In: COWEN, R.; KAZAMIAS, A. M. & ULTERHALTER, E. (eds.). Educação comparada: panorama internacional e perspectivas (volume 1). Brasília: UNESCO/CAPES, pp. 19-24.

FERNANDES, H. (1994). Sintoma social dominante e moralização infantil: um estudo sobre a educação moral em Émile Durkheim. São Paulo: EDUSP.

FERREIRA, A. G. (2008). O sentido da Educação Comparada: Uma compreensão sobre a construção de uma identidade. Educação, v. 31, n. 2, maio/ago, pp. 124-138.

GALLEGO, R. de C. (2003) Uso(s) do tempo: a organização das atividades de alunos e professores nas escolas primárias paulistas (1890-1929).(Dissertação de Mestrado). São Paulo, S.P: FEUSP. Disponível em: https://bdpi.usp.br/item/001349943.

GALLEGO, R. C.; CORREIA, A. C. L. (2004) Escolas públicas primárias em Portugal e em São Paulo: olhares sobre a organização do tempo escolar (1880- 1920). Lisboa: EDUCA, 37 p.

Gallego, Rita de Cassia, & XXX. (2015). UMA DISCUSSÃO SOBRE OS SENTIDOS DA INTEGRAÇÃO DE FERIADOS, FESTAS E COMEMORAÇÕES CÍVICAS NO CALENDÁRIO DAS ESCOLAS PRIMÁRIAS PAULISTAS (1890-1930). Educação em Revista, 31(2), pp. 17-36. https://dx.doi.org/10.1590/0102-4698116799.

GVIRTZ, S. (2001). Alcances y limites de la investigación en la historia de la educación comparada. História da Educação, vol. 5, no. 10, set., pp. 17-30.

JULIA, D. (2001) A cultura escolar como objeto histórico. Revista Brasileira de História da Educação, n. 1, jan.-jun., pp. 09-43.

LE GOFF, J. (1990) Memória. Enciclopédia Einaudi, vol.1 Memória/História, 1990, pp.11-50.

NÓVOA, A. (1993). Perspectivas de Renovação da História da Educação em Portugal. In: NÓVOA, A. & BERRIO, J. (eds.). A História da Educação em Espanha e Portugal. Lisboa: Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação, pp. 11-20

Nóvoa, A. (1995). As Organizações Escolares em Análise. Amadora: Dom Quixote.

______________. (1998). Relação escola-sociedade: novas respostas para um velho problema. In: SABINO, Raquel et al. (eds.) Formação de Professores. São Paulo: Editora Unesp, pp. 19-40

OZOUF, M. (1976). A festa: sob a Revolução Francesa. In: LE GOFF, Jacques & NORA, Pierre. História: novos objetos. Rio de Janeiro: Francisco Alves, pp. 216-232.

PEREIRA, S. G. (2006). A parte recreativa da festa: o papel e funções das festas escolares no primeiro ciclo do Ensino Básico do ponto de vista pedagógico, social, moral, religioso e político na formação integral do aluno e da comunidade no Distrito de Bragança no início do século XX até a década de 1960. (Mestrado em Ciências da Educação, área de especialização em História da Educação). Lisboa, Universidade de Lisboa: Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação.

REVEL, J. (1998). Microanálise e construção do social. In: ______. Jogos de escala. Rio de Janeiro: FGV, pp. 15-38.

SCHRIEWER, J.; NÓVOA, A. (2000) A difusão mundial da escola. Lisboa: Educa.

SILVA, K. N. da (2011). Do controle das paixões à maestria de si: um estudo acerca das práticas e das representações de moralização na escola pública paulista (1948 – 1978). (Tese de Doutorado). São Paulo, SP: FEUSP. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-21122011-134551/pt-br.php

SILVA, M. C. da. (2005). Conhecimento Pedagógico e escola: um exame a partir da Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos (1950-1971). (Dissertação de Mestrado). São Paulo, S.P: FEUSP.

SOUZA, R. F. de. (1998). Templos de Civilização: a Implantação dos Grupos Escolares no Estado de São Paulo (1890-1910). São Paulo: Fundação Editora da UNESP, 1998.

VARELA, J. & ALVAREZ-URIA, F. (1992). A Maquinaria Escolar. Teoria e educação, 6, pp. 69 – 97.

Publicado
2019-06-16
Como Citar
Cândido, R. M. (2019). Festejar aqui e lá: a escrita comparada das festas escolares no Brasil e em Portugal (1890-1920). Revista Brasileira De História Da Educação, 19, e066. Recuperado de https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/rbhe/article/view/47231
Seção
Dossiê - A escrita da história da educação no Brasil: experiências e perspectivas