A Coleção 'História Geral da África' e a Historiografia da Educação

por um ensino descolonizado

Palavras-chave: perspectiva africana, descolonização do ensino, educação, ensino antirracista

Resumo

Este trabalho busca compreender os elementos teórico-metodológicos que nortearam a construção da Coleção ‘História geral da África’ (HGA), financiada pela Unesco. Nesse sentido, analisamos os capítulos que tratam sobre esses temas, localizados no primeiro volume da obra, que discorrem sobre as perspectivas historiográficas que orientaram a concepção do projeto. Ao mesmo tempo, nosso objetivo é compreender os possíveis alcances desse conhecimento na Historiografia da Educação, tendo em vista os debates sobre ‘descolonização dos currículos’. Constatamos que a HGA e as publicações dela derivadas podem constituir-se em obras de referência na escrita de manuais escolares e nas pesquisas em História e Historiografia da Educação, ensejando também práticas docentes e científicas antirracistas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Metrics

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Marcelo Felício Martins Pinto, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, MG, Brasil

Mestre e doutorando em Educação pela Universidade Federal de Ouro Preto, linha de pesquisa "Formação de Professores, Instituições e História da Educação". É licenciado e bacharel em História pela Universidade Federal de Viçosa e atua como professor efetivo da educação básica na rede estadual de Minas Gerais desde 2016, ministrando a disciplina História.

Juliana Cesário Hamdan, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, MG, Brasil

Professora de História e Filosofia da Educação na Universidade Federal de Ouro Preto, Departamento de Educação. Pesquisadora do programa de Pós Graduação em Educação da mesma instituição. Desenvolve pesquisas no campo da História e da Historiografia da Educação, com foco em sujeitos e instituições educacionais. Pedagoga, com Mestrado em políticas públicas e educação (UFMG/FaE/2001), Doutorado em História da Educação (UFMG/FaE/2007), e pós doutorado recém doutor UFMG/FaE/2009). Realizou entre outubro de 2014 e julho de 2015 o estágio pós doutoral na Stanford University - Califórnia - USA.

Referências

Barbosa, M. S. (2012). A África por ela mesma: a perspectiva africana na história geral da África (Unesco) (Tese de Doutorado). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo. Recuperado de: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-09012013-165600/pt-br.php

Barbosa, M. S. (2019). O debate pan-africanista na revista Présence Africaine (1956 -1963). História, 38, p. 1-21. Recuperado de: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-90742019000100406&lng=en&nrm=iso

Barbosa, M. S. (2008). Eurocentrismo, história e história da África. Sankofa: Revista de História da África e de Estudos da Diáspora Africana, 1(1), 47-63. Recuperado de: http://www.revistas.usp.br/sankofa/article/view/88723/91620

Brasil (2014). História e cultura africana e afro-brasileira na educação infantil. Brasília, DF: MEC/SECADI. Recuperado de: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000227009

Defourny, V., & Haddad, F. (2010). Apresentação. In J. Ki-Zerbo (Ed.), História geral da África: metodologia e pré-história da África (p. vii-viii). Brasília, DF: Unesco. Recuperado de: http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/about-this-office/single-view/news/general_history_of_africa_collection_in_portuguese_pdf_only/

Ferreira, P. (2019a, 19 de junho). Brasil ainda tem 11,3 milhões de analfabetos. O Globo. Recuperado de: https://oglobo.globo.com/sociedade/educacao/brasil-ainda-tem-113-milhoes-de-analfabetos-23745356

Ferreira, P. (2019b, 12 de junho). No Brasil, 40% da população acima de 25 anos não têm ensino fundamental. O Globo. Recuperado de: https://oglobo.globo.com/sociedade/educacao/no-brasil-40-da-populacao-acima-de-25-anos-nao-tem-nem-ensino-fundamental-

Fonseca, M. V. (2016). A população negra no ensino e na pesquisa em história da educação no Brasil. In M. V. Fonseca, & S. A. P. Barros (Orgs.), A história da educação dos negros no Brasil (p. 23-50). Niterói, RJ: EdUFF.

Fonseca, M. V., & Barros, S. A. P. Orgs.). (2016). A história da educação dos negros no Brasil. Niterói, RJ: EdUFF.

Gomes, N. L. (2012a). Movimento negro e educação: ressignificando e politizando a raça. Educação & Sociedade, 33(120), 727-744. Recuperado de: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0101-73302012000300005&script=sci_abstract&tlng=pt

Gomes, N. L. (2012b). Relações étnico-raciais, educação e descolonização dos currículos. Currículo sem Fronteiras, 12(1), 98-109. Recuperado de: http://www.acaoeducativa.org.br/fdh/wp-content/uploads/2012/11/curr%C3%ADculo-e-rela%C3%A7%C3%B5es-raciais-nilma-lino-gomes.pdf

Hama, B., & Ki-Zerbo, J. (2010). Lugar da história na sociedade africana. In J. Ki-Zerbo (Ed.), História geral da África: metodologia e pré-história da África (p. 23-36). Brasília, DF: Unesco. Recuperado de: http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/about-this-office/single-view/news/general_history_of_africa_collection_in_portuguese_pdf_only/

Hampaté Bâ, A. (2010). A tradição viva. In J. Ki-Zerbo (Ed.), História geral da África: metodologia e pré-história da África (p. 167-212). Brasília, DF: Unesco. Recuperado de: http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/about-this-office/single-view/news/general_history_of_africa_collection_in_portuguese_pdf_only/

Hernandez, L. M. G. L. (2008). A África na sala de aula: visita à história contemporânea. São Paulo, SP: Selo Negro.

Kesley, P. (2018, 22 de novembro). Obstáculos no caminho: desigualdade racial na educação brasileira. Todos pela Educação. Recuperado de: https://www.todospelaeducacao.org.br/conteudo/obstaculos-no-caminho-desigualdade-racial-na-educacao-brasileira

Ki-Zerbo, J. (2010). Introdução geral. In J. Ki-Zerbo (Ed.). História geral da África: metodologia e pré-história da África (p. xxxi-lvii). Brasília, DF: Unesco. Recuperado de: http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/about-this-office/single-view/news/general_history_of_africa_collection_in_portuguese_pdf_only/

Lima, M. (2012). A África tem uma História. Afro-Ásia, Salvador, 33, (279-288). Recuperado de:

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0002-05912012000200009&lng=en&nrm=iso

Machado Jr., J. N. (2019). O negro nos manuais de história da educação: as marcas de uma ausência (Dissertação de Mestrado). Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal de Ouro Preto, Mariana.

M’Bow, M. A. M. (2010). Prefácio. In J. Ki-Zerbo (Ed.), História geral da África: metodologia e pré-história da África (p. xxi-xxvi). Brasília, DF: Unesco. Recuperado de: http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/about-this-office/single-view/news/general_history_of_africa_collection_in_portuguese_pdf_only/

Mudimbe, V. Y. (2013). A invenção da África: gnose, filosofia e a ordem do conhecimento. Mangualde, PT: Edições Pedago.

Neab/UFSCar. (2010). Nota dos tradutores. In J. Ki-Zerbo (Ed.), História geral da África: metodologia e pré-história da África (p. ix-x). Brasília, DF: Unesco. Recuperado de: http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/about-this-office/single-view/news/general_history_of_africa_collection_in_portuguese_pdf_only/

Ogot, B. A. (2010). Apresentação do projeto. In J. Ki-Zerbo (Ed.). História geral da África: metodologia e pré-história da África (p. xxvii-xxx). Brasília, DF: Unesco. Recuperado de: http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/about-this-office/single-view/news/general_history_of_africa_collection_in_portuguese_pdf_only/

Pereira, A. M. (2005). Escola: espaço privilegiado para a construção da cultura de consciência negra. In J. Romão (Org.), História da educação do negro e outras histórias (p. 35-48). Brasília, DF: Ministério da Educação. Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade.

Pereira, L. N. N. (2008). O ensino e a pesquisa sobre a África no Brasil e a Lei 10.639. In Los estudios afroamericanos y africanos en América Latina: herencia, presencia y visiones del outro (p. 253-276). Buenos Aires, AR: CLACSO. Recuperado de: http://biblioteca.clacso.edu.ar/clacso/coediciones/20100823034037/15nun.pdf

Santos, B. S., & Meneses, M. P. (Orgs.). (2009). Epistemologias do sul. Coimbra, PT: Edições Almedina.

Schwarcz, L. M., & Gomes, F. S. (Orgs). (2018) Dicionário da escravidão e liberdade: 50 textos críticos. São Paulo, SP: Cia das Letras.

Silvério, V. R. (2013). Apresentação. In V. R. Silvério (Org.), Síntese da coleção história geral da África: pré-história ao século XVI (p. 7-16). Brasília, DF: Unesco. Recuperado de: https://unesco.bibliomondo.com/ark:/48223/pf0000227007?posInSet=4&queryId=N-3f2fa233-444b-4e87-a5c4-0277499c4be4

Soares, F. P. (2014). Polifonia conceitual: a resistência na história geral da África (Unesco) (Dissertação de Mestrado). Universidade Federal Fluminense, Niterói. Recuperado de: https://appdesenv.uff.br/riuff/handle/1/565

Unesco (2019). Coleção história geral da África: volumes IX, X e XI. Brasília, DF. Recuperado de: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000367194?posInSet=1&queryId=fbdb81c3-cd57-4ab0-8349-e983eda85d9c

Vansina, J. (2010). A tradição oral e sua metodologia. In J. Ki- Zerbo (Ed.), História geral da África: metodologia e pré-história da África (p. 139-166). Brasília, DF: Unesco. Recuperado de: http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/about-this-office/single-view/news/general_history_of_africa_collection_in_portuguese_pdf_only/

Wissenbach, M. C. C. (2002). Cartas, procurações, escapulários e patuás: os múltiplos significados da escrita entre escravos e forros na sociedade oitocentista brasileira. Revista Brasileira de História da Educação, 2(2[4]), 103-122.

Publicado
2023-01-29
Como Citar
Pinto, M. F. M., & Hamdan, J. C. (2023). A Coleção ’História Geral da África’ e a Historiografia da Educação. Revista Brasileira De História Da Educação, 23(1), e254. https://doi.org/10.4025/rbhe.v23.2023.e254